Crítica | Bad Boys Para Sempre traz continuação digna de aplauso

Bad Boys Para Sempre

Dar continuação, ou fazer algum remake de algum clássico dos anos 90, está mais do que alta em Hollywood. Mas fazer um reboot de um filme, onde originalmente temos Will Smith e Martin Lawrence com toda certeza não seria bem aceito pelo público. Dessa forma, Bad Boys Para Sempre acerta em continuação e traz trama grandiosa, mais do que servida de fã service e muita ação. O filme fará os fãs voltarem para os anos 90, rirem mais uma vez com Marcus e Mike, presarem por suas vidas, e ficaram de queixo caído com as cenas de luta.

A História:

Dessa vez tendo sua vida em risco Mike Lowrey enfrenta o desconhecido, arriscando tudo para descobrir quem e o porque quer sua cabeça a prêmio. Mas como o próprio Marcus diz: “Eu não confio em ninguém que não queira esse homem morto“, o que acaba dificultando para Lowrey. A equipe AMMO se junta á Mike e Marcus nessa missão, composta por Vanessa Hudgens, Alexander Ludwig, Charles Melton e claro Paola Núñez, o grupo acrescenta a cereja no bolo que você nem sabia, mas que eles precisavam.

A trama te leva em uma aventura dosada da forma certa, trazendo reviravoltas mas sem deixar pontas soltas. Trabalhando em seus personagens que foram nos apresentados a quase 20 anos atrás, mostrando seus casos pessoais nunca resolvidos, e seus anos através de suas carreira. Claro, que por último, porém não o menos importante, como sua família e suas decisões influenciaram em suas vidas. Mostrando aos poucos, e de forma sigilosa, a resposta que você vem tanto procurando, para que no final você perceba que estava na frente dos seus olhos.

Ação:

BAD BOYSS PARA SEMPRE

Se você gosta de filmes com grande cenas de lutas, com a quantidade mínima de cortes possíveis, filmes sem filtros, prontos pra te fazer questionar, ‘pra quantos anos é o filme mesmo?’, Bad Boys: Para Sempre é pra você. O filme abusa – ele literalmente abusa – das cenas de luta, as coreografias estão de tirar o fôlego e claro que a violência está mais explicita nessa trama do que nos filmes anteriores. Mas claro, o que seria um filme de ‘tiras’ sem perseguição? E novamente ai estão elas, com planos de sequências corridos, esquecendo um pouco os famosos cortes de câmeras. Porém, a escolha em fazer algumas cenas corridas pode ser um tiro na própria culatra, já que em cenas rápidas a câmera acaba rodando todo o ambiente de forma rápida, o que pode deixar alguém confuso.

Direção:

Que surpresa agradável Bilall Fallah e Adil El Arbi é no comando dessa trama, fazendo um espetáculo com o roteiro de Chris Bremner. Os diretores acertaram em cheio, trazendo perspectivas clássicas com um toque tecnológico, respeitando o clássico com a inclusão do novo. A trama trás muitas cenas áreas, cenas de drones, cenas corridas, cenas de perseguição, mas trazendo aquele olhar que o primeiro filme de Michael Bay tem, repetindo alguns posicionamentos, dos personagem ou de câmeras, em cenas famosas, como as de Mike acelerando com sua Ferrari e Marcus derrubando comida em seu carro milionário.

Optando muitas vezes por não utilizar cortes de câmeras e fazer algumas cenas corridas, Fallah e Arbi trazem sua identidade para a trama. Mas tal decisão em prosseguir grande assim, pode ser uma faca de dois gumes. As cenas de ação acabam ficam corridas demais, difíceis de compreender, enquanto, cenas de diálogos possam parecer não ter fim.

Atuações:

bad boys 3 will smith

Will Smith e Martin Lawrence sem dúvidas são referências em comédias, e por diversas vezes – principalmente Smith – já fugiram um pouco disso. A trama não traz nada de novo nos personagens, e é facilmente perceptível a facilidade que Smith e Lawrence tem em desenvolver seus personagens. Então, a atenção pode ser virada para Jacob Scipio como a ameça/vilão da trama, trás o homem frio pronto para se vingar, e vale dizer que as melhores cenas de ação são deles. Apesar de ser difícil Paola Núñez e Vanessa Hudgens estarem presentes nas cenas de ação, a presença das duas é autoritárias e não usadas apenas com o par romântico.

Por fim:

Recentemente Hollywood vem trazendo alguns blockbuster sem sal nem açúcar, totalmente sem criatividade e alma. Mas Bad Boys Para Sempre, trás tudo o que um filme da franquia merecia, um roteiro plausível, sabendo dosar de forma leve, a ação, a tensão e claros as piadas, um filme com Will Smith e Martin Lawrence, o mínimo que se pede é sair da sala com dor na barriga de tanto rir.

Enfim, o filme trás tudo o que é necessário em uma trama de ação, abusa do elemento surpresa, não deixando o obvio falar primeiro. Apesar de falhar em enquadramento e CGI, o filme dá espaço para explorar o novo, com grandes cenas de ação, comédia dosada da forma certa. Um filme do Will Smith e do Martin Lawrence que te fará querer aplaudir de pé e pedir por mais.

Bad Boys: Para Sempre chega aos cinemas no dia 30 de janeiro.

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Marta Fresneda
Líder do site de entretenimento O Quarto Nerd. Apaixonada por cultura pop, com objetivo de influenciar e incentivar mulheres na área de comunicação voltado ao mundo nerd.