Crítica | Através da Minha Janela e sua história de aspirantes

Crítica | Através da Minha Janela e sua história de aspirantes

Muitas produções de grandes sucessos do cinema eram livros, e antes de serem livros, eram apenas fanfics no Wattpad. Não é segredo pra ninguém que a plataforma abriu as portas para muitos novos escritores que rapidamente uniram milhares de leitores em suas histórias. Mas, ao mesmo tempo que ótimos contos ganhavam visibilidade, outros conseguiam ser tão ruins quanto suas 15 versões anteriores. E é daí que a Netflix achou a sua nova caixinha de ouro, Através da Minha Janela, obra baseado no livro de Ariana Godoy, que foi um grande sucesso no Wattpad.

Um sucesso no Wattpad com certeza será um sucesso na Netflix, certo? Certo! A trama tem um bad boy, uma escritora, é uma produção adolescente, e surpreendemente tem até uma versão da Maddy de Euphoria (2019-). Tem a formula do sucesso. Mas ter a formula do sucesso, ou até mesmo alcança-lo não faz daquela produção boa, 365DNI (2020) que o diga.

Crítica | Através da Minha Janela e sua história de aspirantes
Crítica | Através da Minha Janela e sua história de aspirantes

Através da Minha Janela começa com a nossa querida aspirante a escritora apresentando sua história de amor em uma narração nada original. E é assim que conhecemos ‘a família real’ do queridinho Ares, o par romântico da nossa protagonista. E logo de cara vemos que ele é um bad boy que não se importa com nada e com ninguém, ele até rouba o wifi dela, invade seu computador, que ela secretamente guarda todas as fotos e informações que ela sabe sobre o ‘deus grego’. Que os enemys to lovers se inicie.

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A diferença entra a obra original e a adaptação começa aí, um livro normalmente tem a necessidade de apresentar e desenvolver seus personagens em milhares de lugares diferentes. Enquanto um filme precisa encaixar 300 páginas em cerca de 1h30 de produção com, na maioria das vezes um budget baixo. Ou seja, terão cortes. Mas mesmo que essas informações que faltam no início do filme para desenvolver esse ódio estivessem no livro, essa dupla de atores não sabe começar e desenvolver uma boa química. Convenhamos, também existe um grande necessidade e rapidez de correr para as cenas de sexo.

E nisso o casal entra no clichê, que queríamos que fosse bom. Eles se odeiam, é claro, usam até apelidos, e de repente, esse ódio (que nunca foi ódio) se transforma em uma tentação entre os dois. Depois temos mais dissentimento, mais brigas, mais sexo e por fim, o famoso felizes para sempre. Bem, até a Netflix criar uma continuação.

Através da Minha Janela tem uma aspirante a escritora, aspirante a melhor amigo apaixonado, uma aspirante a mean girl e até o aspirante a bad boy com uma história traumática, sendo enfim, uma trama de aspirantes. Ou seja, será um sucesso! Como os últimos parágrafos deixam claro, essa produção não traz nada de novo, é a mesma história em um lugar e em uma língua diferente, que provavelmente nos irá render 3 filmes de muitas brigas e sexo de reconciliação pelo próximos anos.

Crítica: Através da Minha Janela

Direção: Marçal Forés

Elenco: Clara Galle, Julio Peña Fernández, Guillermo Lasheras e outros.

Nota: 1/5

Marta Fresneda
Líder do site de entretenimento O Quarto Nerd. Apaixonada por cultura pop, com objetivo de influenciar e incentivar mulheres na área de comunicação voltado ao mundo nerd.