Uma nova carta aberta à Broadway está chegando no Disney+ no formato de filme: Apresentando Nate, um musical escrito e dirigido por Tim Federle. O longa, que se assume de diversas maneiras, vêm de uma onda de musicais que 2021 trouxe (como Tick, Tick… Boom! (2021) e Em Um Bairro de Nova Iorque (2021)), com um toque muito característico Disney. Pensando em um público infantil e como um filme família, Apresentando Nate consegue conquistar ambos com sucesso, mas não se esforça para se destacar.
O longa acompanha Nate Foster (Rueby Wood), um garoto de 13 anos que sonha em virar uma estrela da Broadway. Depois de não ser escalado para o papel principal no musical de sua escola, ele e sua melhor amiga Libby (Aria Brooks) vão à Nova Iorque para participar de uma audição aberta da nova produção da Broadway, Lilo & Stitch.
E com um personagem como Nate, uma criança do teatro, as referências à Broadway são incontáveis, desde pôsteres de The Music Man e Wicked a sonhos de escapar por uma saída de emergência igual ao musical Amor, Sublime Amor. Nate é a personificação de todos que compartilham de seus gostos, e que se sentem deslocados por isso.
No entanto, o sonho do personagem principal não é o único fator que o faz se sentir deslocado – o musical aspira a fazer de Nate um personagem LGBTQ+, mas nunca o faz sem medo. Todos os momentos que Federle traz o assunto a tona, a cena é polida para que a sexualidade de Nate fique subentendida, sem nunca usar qualquer palavra que entregue visivelmente tal fato. Na vontade de entregar uma produção LGBTQ+, Apresentando Nate reforça os tabus sobre o tema, que em pleno 2022 não precisa nem ser o plot principal, afinal, por que não ter simplesmente um personagem LGBTQ+ sem que isso seja uma grande questão e sim apenas mais uma camada do personagem?
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Por mais que o fator LGBTQ+ da trama tenha sido tratado de forma pobre, Rueby Wood brilha na pele de Nate, com carisma, brilho e simpatia que fazem os mais absurdos plot twists – que até passam por se tratar de um filme família da Disney – serem plausíveis apenas pela audiência ter entrado nessa jornada ao lado de Nate e querer vê-lo alcançar seu sonho. Além disso, Libby também consegue sua parte na trama, que mesmo servindo de apoio ao arco do personagem principal, consegue se desenvolver e ter um arco próprio dentro de um roteiro que Aria Brooks tira de letra.
Mas se o elenco mirim possui grande protagonismo em Apresentando Nate, o mesmo não dá para ser dito do elenco adulto. Lisa Kudrow (Friends (1994-2004)) o maior nome no filme que interpreta Heidi, tia de Nate e atriz, não tem espaço suficiente para desenvolver sua própria personagem, se resumindo apenas a ser uma inspiração para Nate. Já Joshua Bassett, que veio de High School Musical: The Musical: The Series (2019), não tem grandes aparições, e passa despercebido.
Apesar de ter várias referências a musicais e Nate respirar teatro, o longa em si não possui muitos números musicais, o que pode acabar com as expectativas criadas pelo trailer, mas o roteiro imerge tanto a audiência nesse mundo de musicais, que talvez isso se balanceie – mas é o principal motivo de torná-lo esquecível. Apresentando Nate entrega uma produção divertida e cheia de referênciais, mas quando o assunto é se destacar, infelizmente sua voz ão foi forte o suficiente.
Apresentando Nate estreia dia 1 de abril no Disney+.
Crítica
Título: Apresentando Nate
Direção: Tim Federle
Roteiro: Tim Federle
Elenco: Joshua Bassett, Lisa Kudrow, Rueby Wood, Aria Brooks
Nota: 3,5/5
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