Crítica | Alice in Borderland: A fantasia do conto de fadas em um cenário atroz

Nesta quinta-feira (10) foi lançado na Netflix o J-drama, Alice in Borderland, uma adaptação do mangá escrito e ilustrado por Haro Aso, baseado na história de conto de fadas, Alice no País das Maravilhas.

O enredo conta a história de Arisu, um garoto viciado em videogames que viaja para uma Tóquio paralela vazia, onde os únicos habitantes são peões de jogos sangrentos e bárbaros em que a cada episódio vemos um jogo novo. Os jogos são classificados pelo naipe das cartas do barulho e a dificuldade pelos números, por exemplo: 7 de Copas, um jogo de dificuldade média onde o objetivo é trair o seu grupo.

Fonte: Distribuição

Não existe tradução de nomes, porém existe adaptações e Arisu é o equivalente ao nome ocidental, Alice. Não é a primeira história japonesa onde jogos e sobrevivência são o foco, o anime Danganrompa possui uma proposta similar e menos sangrenta, também existem histórias famosas em que a realidade é alterada para dentro de um jogo, como Jumanji.

O Jogo

Em um jogo, é necessário haver um mestre, um dealer e os jogadores, e como todo bom jogo a estratégia é a chave. A série entrega o que todo espectador espera, cenas eletrizantes, instigantes e emocionantes, onde assistir não basta, você sente a necessidade de raciocinar e teorizar com as personagens. Seus sentimentos não serão poupados nas cenas ao ver a verdadeira face da humanidade.

As personagens são colocadas em situações caótica de sobrevivência, onde por mais que você lute, você continua sendo o peão, por isso não são os mais fortes que sobrevivem em Borderland, e sim os mais espertos. Novamente, estratégia é tudo. Além disso, eles são dispostos sempre no momento, jogos e grupos certos, o que é parte da construção do enredo para mostrar como o desespero pela vida muda as pessoas.

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Fonte: Distribuição

Falsa Bonança

E como toda nova sociedade, é normal pessoas com interesse mútuo se juntarem e líderes se formarem, em Alice não é diferente. Arisu encontra um grupo de pessoas que moram em um local chamado de Praia, lá foi criado uma forma de governo baseado na utopia de um mundo melhor no meio de um cenário sanguinário. O líder se auto-intitula como Chapeleiro, diferente do conto de fadas onde a Rainha de Copas governa o país das maravilhas sob rígidas regras, o Chapeleiro governa borderland com carisma e ilusão, e um governo criado a partir de uma ilusão, é um governo fraco.

No decorrer dos episódios você faz as seguintes perguntas: Qual o objetivo? Quem é o mestre do jogo? Como as pessoas chegaram lá? Existe algum tipo de seleção minuciosa para escolhe-las? E no final de tudo, como será o Level 2?

Em suma, Alice in Borderland é uma mistura alucinante da história de Lewis Carrol, com a fantasia da mente de um adolescente viciado em jogos e a insanidade de Jogos Vorazes de um jeito que só o Japão pode entregar.

TW: A história pode contar gatilhos de sangue, violência, suicídio e estupro.

Título: Alice in Borderlan
Direção: Shinsuke Satō
Elenco: Kento Yamazaki, Tao Tsuchiya, Nijiro Murakami

Nota: 5/5

Avaliação: 5 de 5.
Isabela Caroline
Tradutora e redatora d' O Quarto Nerd. Viciada em música, clipes, séries, teorias, entrevistas e tudo que seja um escape da realidade. Currently listening to any pop songs.