Crítica: Ad Astra – Rumo às Estrelas | Emoção acaba ficando apenas nos efeitos especiais

Ad Astra

Ad AstraTítulo Original: Ad Astra

Elenco: Brad Pitt, Ruth Negga, Liv Tyler, Tomy Lee Jones, Donald Sutherland

Direção: James Gray

Duração: 124 minutos

País/Ano: EUA/2019

Distribuição: Fox Film do Brasil


Em uma era onde alguns grandes filmes tentam retratar o pior do que pode acontecer durante uma expedição espacial, Ad Astra: Rumo às Estrelas toma caminho diferente porém levando a mesma premissa de “algo deu errado, temos que enviar uma equipe de resgate” assim tentando prender o telespectador com sua visão sobre o filho que é enviado para se comunicar como seu pai, que até então acreditava estar morto, e que pode ser o culpado de sobrecargas elétricas que ameaçam a terra.

Roy McBride (Brad Pitt) é um personagem totalmente apático e calmo, se mantendo estável em momentos que qualquer pessoa poderia ter perdido o controle, o personagem que não apresentação nenhuma afeição em sua vida, e que até então não tinha nenhum plano de vida além de trabalhar, fato que acaba destruindo sua vida amorosa. Mas quando ele chamado para um missão que a ameaça a existência de toda a humanidade, Roy é mandado para o espaço para tentar contactar seu pai perdido, um condecorado astronauta que foi enviado em uma missão em busca de vida inteligente no espaço há mais de trinta anos, e que pode ser o culpado das seguintes ondas de sobrecargas elétricas que estão atingindo a terra, Roy McBride acaba deixando seus até então sentimentos e dúvidas interferir em sua missão.

Ad Astra

A falta de uma figura paterna na vida de Roy, levou o garoto a se tornar um homem vazio, seguindo a carreira que o pai teria aprovado, vivendo uma vida colocando a culpa dos sentimentos em outras pessoas. Durante a missão Roy está sempre sendo avaliado e vigiado, e quando questionado sobre como foi a perda de seu pai o personagem responde um “Foi muito difícil para minha mãe“, tentando assim deixar a culpa de seus sentimentos em outra pessoa. A personalidade difícil torna a trama mais pesada e até mesmo cansativa, há momentos que você espera uma grande atuação de Brad Pitt mas seu personagem frio, não permite que ele vá muito além do que é mostrado na primeira hora do filme. A evolução do personagem é lenta e é divida entre as dúvidas sobre sua missão e seu pai, dessa forma procurando preencher, a trama resolve trabalhar com a narração de McBride sobre seus vagos sentimentos durante o filme, levando o personagem entre desconfianças, descobertas e finalmente uma reação expressiva do personagem, nos quase últimos 30 minutos do filme.

Mas o protagonismo é deixado de lado quando não só o CGI, que entra em ação para dar o toque incrível que Ad Astra precisava, a fotografia e a forma como a escolha de cores para cada planeta é escolhida, dando a cada uma lugar um visual futurístico com cores vivas e sendo representadas para cada planeta, tendo Marte como o uso do vermelho alaranjado, enquanto a Lua usa como base o branco preto e o cinza, mas em algumas cenas usando cores mais chamativas para complementar a paleta, e dessa forma fazendo o preenchimento de cada plano que é feito o grande atrativo do filme, transformando as pequenas coisas que deveriam complementar o filme nos grandes astros de Ad Astra: Em Rumo às Estrelas.

Está claro que o visual do filme foi bem mais trabalhado que o próprio roteiro do filme, que trouxe pouquíssimas surpresas, sem a surpresa que a reviravolta do filme poderia trazer, levando o protagonista a cometer os mesmos erros que o pai, em uma trama que você já sabe como vai acabar, deixando a direção de James Gray que acaba se assemelhando muito a sua produção de Z: A Cidade Perdida, ou quanto a jornada que já vimos anteriormente em outro filme de uma expedição espacial, sobre a lição que temos que aprender.

Ad Astra: Rumo às Estrelas se constrói de forma lenta com seu personagem frio e de personalidade vazia, assim transformando a trama em uma lenta aventura espacial e maçante em certos momentos, deixando toda a emoção do filme para o visual.

Nota: 3/5

Marta Fresneda
Líder do site de entretenimento O Quarto Nerd. Apaixonada por cultura pop, com objetivo de influenciar e incentivar mulheres na área de comunicação voltado ao mundo nerd.