No dia 30 deste mês, chegará a plataforma da Netflix, a nova animação da dupla vencedora do Oscar, Phil Lord e Chris Miller. Agora, A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas, o filme da Sony Pictures era pra ter chegado aos cinemas no ano passado, mas depois de ser adiado várias vezes, a Netflix acabou adquirindo os direitos de distribuição do filme. e se você gostou da animação apresentada em Homem-Aranha: No Aranhaverso, essa animação pra você. A animação entrega uma montagem incrível com um visual divertido, mas uma vez trazendo os quadrinhos pra tela.
A trama
Já vimos histórias sobre férias em famílias, das mais desastradas possíveis, mas esta tenta focar é na reconstrução e claro, desconectar. E dito isso, é fácil dizer que o filme traz críticas sociais a como a nossa sociedade está tão conectada à internet. Mas não para por ai, o filme não tenta ser apenas uma crítica social em todo o seu desenvolvimento, ele vai além. Veja bem, Katie é aquela personagem de filmes para salvar o mundo, mas isso porque ela quer fazer filmes assim. Katie sonha em ser uma cineasta, e como seu pai e quase todas as pessoas a sua volta nunca entendeu sua arte, seu maior entusiasmo é sair de casa. E aqui o filme começa a trabalhar seu ponto principal. Além de serem super desajeitados, o filme mostra que a relação de Katie e de seu pai deixa tudo em ambiente ‘broken home’.
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E nadando contra todas as possibilidades possíveis, essa família consegue escapar – por pouco – de um ataque de máquinas. Mas, enquanto Katie quer tentar salvar o mundo, cria até um plano mirabolante – totalmente cinematográfico pra isso – seu pai quer se esconder e se proteger. E mais uma vez o filme nos mostra que a relação entre os dois é complicada. Então, da mesma forma que A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas é um título que faz sentido, Conectados, iria mais a fundo disso tudo. Até porque o filme não é sobre um apocalipse tecnológico, ou suas mil críticas sociais, mas sim sobre uma família tentando se reconectar entre si, não com seus celulares. Mas é claro que existe uma pitada de humor nisso tudo, enquanto sua família sabe tudo sobre tecnologia, Rick ainda luta – da forma mais hilária possível – para entender como a tecnologia funciona.
O visual
Homem-Aranha: No Aranhaverso, sem sombras de dúvidas, foi uma das maiores surpresa animadas já feitas. O que rapidamente levou o filme ao Oscar de melhor animação. E quando você traz dois dos responsáveis para outra animação, o mínimo que se espera é que o visual entregue algo novo, mas similar. E traz. A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas, não é só um show de visual é um show de edição e montagem. Mais um vez, os quadrinhos chegam nas telonas (apesar do filme estar hoje em streaming, seu planejamento era para os cinemas).
Mas, dessa vez podemos ver algo mais cômico sendo encaixando na trama. O filme apresenta muito pouco do visual apocalíptico, mas é o necessário para um estrago de 24 horas. Então, entre uma revolta das máquinas, e tem uma razão pela qual eles usam máquinas e não robôs, essa família tentando se reconectar, a comédia ainda consegue cair como uma luva na trama.
E parte dessa vitória é por sua edição. Veja bem, a protagonista quer ser uma futuro cineasta, provavelmente diretora, então suas ideias influenciam muito na trama. Mesmo quando elas não se encaixam muito bem, as ideias da jovem trazem tom divertido e muito excepcional para o filme. Enquanto, Aranhaverso trouxe um visão completamente focada nos quadrinhos, esta animação foca em memes da internet, e tem um tiro certeiro.
Finalização
Veja bem, quando algo que é feito não faça tanto sentido, por ser uma animação para um publico mais infantil, o mesmo pode passar despercebido ou até mesmo ‘perdoado’. Além de toda essa reconstrução familiar, críticas sociais e claro a comédia, a animação ainda consegue trazer cenas muito boas, típicas de filmes de heróis. Em climax final, podemos ver uma cena como o Thor chegando em Wakanda, versão mãe revoltada, é lindo, engraçado e poderoso.
A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas, é mais do que aparentava ser. É uma comédia animada com um visual de tirar o folego. Mas também, é uma crítica sobre a vida que vivemos hoje, sobre desconectar dos aparelhos e nos conectar com a família. É um filme família, para chorar, rir e abraçar.
Crítica | A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas
Direção: Michael Rianda
Produtores: Phil Lord e Chris Miller
Dubladores: Abbi Jacobson, Danny McBride, Maya Rudolph, Beck Bennett, Fred Armisen, Eric Andre e Olivia Colman
Nota: 4/5