Crítica | A Desordem Que Ficou resolve muito bem seus mistérios

Crítica | A Desordem Que Ficou resolve muito bem seus mistérios

Ontem, dia 11 de dezembro de 2020, chegou na plataforma da Netflix a série espanhola A Desordem Que Ficou, ou El Desorden Que Dejas. A primeira temporada conta um oito episódios, cada um com média de 50 minutos de duração. E parte deste elenco incrível faz Inma Cuesta, no papel de Raquel, Bárbara Lennie, que interpreta Viruca, Tamar Novas, no papel de Germán. Arón Piper no papel de Iago, Roberto Enriquez dando vida a Mauro, Roque Dias como Roi e por fim, Isabel Garrido como Nerea

Todos estes nomes são fundamentais para a história, e ao longo desta crítica, você vai entender o porquê. Mas logo no primeiro episódio já encontramos muitos mistérios, e é claro, não poderia começar diferente para uma série de suspense. É uma perfeita introdução de cada personagem e suas histórias de vida. Conhecemos a vida de cada estudante da IES Novariz, escola pública da cidade. Além deles, claro, aprendemos quem são os professores, mas o com o foco na Viruca, professora de literatura. 

Ao mesmo tempo também conhecemos Raquel e o início de sua jornada como professora também em Novariz. O primeiro episódio deixa claro que todos os personagens têm problemas para enfrentar, o que com certeza desperta a curiosidade no telespectador. Já no primeiro episódio temos indícios de que a série conta a história com duas realidades diferentes, em uma pegada meio Dark. Mas tudo vai fazendo sentido ao decorrer da temporada. 

E mesmo com algumas respostas já entregues no primeiro capítulo, isso não impede que novos questionamentos e mistérios aparecem. E é com uma ameaça que o primeiro episódio acaba, criando uma enorme curiosidade para dar continuidade para a série. Raquel começa a dar aula para os seus alunos, e percebemos que talvez ela não seja forte o suficiente para enfrentar os adolescentes do segundo ano do ensino médio – mas é só um talvez mesmo. A essa altura, já entendemos que a história se passa sim em duas realidades diferentes, e isso pode ser um pouco confuso, mas fará todo o sentido nos últimos capítulos.

Crítica | A Desordem Que Ficou resolve muito bem seus mistérios
Reprodução: Netflix.

Tudo o que a professora viveu em seu primeiro dia de aula faz com que ela queira descobrir tudo o que aconteceu no passado da escola, principalmente com os seus alunos de literatura. E Raquel é capaz de tentar – literalmente – de tudo para descobrir a verdade. E é nesta hora que Roi, personagem de Roque Dias ganha um foco em especial. Ao mesmo tempo em que conhecemos ele, nós entendemos os mistérios por trás da sua personalidade – o que faz a gente entender, mais para frente, o porquê algumas atitudes foram tomadas. 

É é neste momento que alguns segredos de Raquel chegam aos ouvidos dos alunos. Com mais mistérios e menos respostas, a professora faz de tudo para que o passado de Novariz não se repita. E é justamente isso que prende o telespectador na série. A curiosidade para saber o que vai acontecer, e se todas as teorias – que a essa altura já existem várias – vão ter respostas. 

A dupla realidade apresentada em A Desordem Que Ficou se torna necessária para mostrar ao telespectador a importância da luta de Raquel. E ainda assim, quanto mais achamos que conhecemos todos os personagens, mais mistérios e questionamentos são trazidos à tona. Quando tudo parece finalmente permanecer calmo, outra bomba acontece e Raquel novamente se vê em uma situação de risco. E por mais que ela negue, a professora entra em uma profunda obsessão pelo passado do colégio.

Crítica | A Desordem Que Ficou resolve muito bem seus mistérios
Reprodução: Netflix.

A Desordem Que Ficou é uma série repleta de mistérios, suspense e drama. E para muitos, pode parecer só mais uma série de mistério. Mas como a história é contada traz toda a diferença e sentido para tudo no final. E já no final da temporada, você consegue perceber que algumas cenas do começo se repetem. Mas é justamente nessa hora que as respostas aparecem, e todas aquelas dúvidas que o telespectador teve, começam a ser resolvidas. 

E quando o público acha que entendeu tudo, mais coisas acontecem que te fazem questionar tudo – de novo. Mas é no último capítulo que tudo é explicado. O choque e a surpresa de todos os fechamentos e revelações fazem valer a pena todo o mistério e suspense da série. É com uma sensação de alívio e recomeço que a temporada acaba, não só para os personagens, mas para a platéia também. 

Crítica | A Desordem Que Ficou resolve muito bem seus mistérios
Reprodução: Netflix.

A trama é tão bem contada que uma segunda temporada não é necessária. A não ser que seja criada uma outra história com os mesmos personagens. Mas todos os mistérios e dúvidas são muito bem resolvidos na primeira temporada. Até porque cada episódio é literalmente uma continuação do anterior. E os autores da série não deixam um detalhe se quer passar em branco. 

O desfecho da história faz com que a personagem de Inma Cuesta consiga atingir todos os seus objetivos quanto ao passado do colégio, mas também com a superação dos seus problemas pessoais. E é com um tom de esperança que a série é encerrada, da melhor forma possível.

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Com certeza, A Desordem Que Ficou é uma história muito diferente de qualquer outra, que prende tanto o telespectador que da para maratonar a série em um único dia. Confira o trailer aqui.

Título: A Desordem Que Ficou
Direção: Carlos Monteiro, Roger Gual, Silvia Quer
Elenco: Inma Cuesta, Bárbara Lennie, Tamar Novas, Arón Piper, Roberto Enriquez, Roque Dias, Isabel Garrido

Nota: 5/5

Avaliação: 5 de 5.
Camila Scovoli
Redatora do QN. Apaixonada pela cultura pop. Não vivo sem música, clipes e documentários sobre música. Amo conversar sobre as teorias dessa indústria. Alexa, play 5 Seconds of Summer.