Crítica | A Caminho do Céu é uma obra-prima

Nesta sexta (14) o novo K-drama, A Caminho do Céu, foi lançado na Netflix. Enquanto o streaming aposta cada vez mais em produções asiáticas, os fãs temiam uma baixa qualidade, porém, a cada lançamento, a dona Netflix nos mostra o contrário.

Desde o ano passado, a procura por conteúdo asiático, principalmente coreano, se tornou cada vez maior. E obviamente, a Netflix não iria deixar isso passar em branco. Após lançar produções que são uma verdadeira arte como O Rei Eterno, Tudo Bem Não Ser Normal e Vincenzo, a nova obra-prima é A Caminho do Céu.

Confira a sinopse:

A Caminho do Céu gira em torno de Geu Ru (Tang Joon-Sang), um jovem portador da síndrome de Asperger que, após a morte de seu pai, conhece seu tio Sang Gu (Je-Hoon Lee), um ex-criminoso que ele nunca tinha visto antes. Agora guardião legal do sobrinho, Sang Gu assume o controle de uma empresa conhecida como Move To Heaven, que costumava ser administrada por seu falecido irmão. Ambos em luto, Geu Ru e Sang Gu passam a trabalhar juntos como “limpadores de traumas”, isto é, organizam os itens deixados por pessoas que não estão mais neste mundo. Agora, tio e sobrinho descobrem histórias não contadas associadas aos mortos e seus familiares, compartilhando não só emoções, como também as memórias que guardam de seu ente querido. Aos poucos, eles vão compreender o real significado das noções de vida, morte e espírito de família.

Os personagens

Fonte: Distribuição

Com o mercado internacional consumindo cada vez mais séries coreanas, vemos como a representatividade aumentou consideravelmente. Logo no primeiro episódio vemos isso, o personagem principal possui Síndrome de Asperger, e enquanto você o conhece, é impossível não se apaixonar por ele.

Geu Ru, o protagonista da história é perfeitamente interpretado por Tang Joon-Sang, conseguimos diferenciar suas expressões, pensamentos e genialidade, ao mesmo tempo que vemos a doença em seu comportamento. Isso não impede o personagem de ter um crescimento com o passar dos episódios. Pelo contrário, é muito claro e marcante para quem está assistindo.

Assim como seu tio, San Gu, interpretado por Lee Je-Hoon. Com certeza a maior construção de personagem do enredo, apesar de esperado, algumas ações não deixam de serem surpreendentes e o personagem explora todos os tipos de sentimentos. E não nos deixa fora, pois sofremos, sorrimos, choramos e passamos raiva com cada cena dele.

Por último, Na-Mu, a melhor amiga de Geu Ru, uma personalidade forte que nos conquista a cada aparição sua. O cuidado e respeito que existe em sua amizade merece destaque, e sua responsabilidade e carinho estão sempre presentes.

Como sempre, os dramas entregando trios memoráveis.

Além disso, a cada episódio vemos personagens novos, famílias e clientes da Move to Heaven, cada um com sua história singular.

O enredo

Fonte: Distribuição

Apesar de ser uma história que a temática causa estranhamento, a montagem das cenas deixa claro tudo o que querem passar. Incluindo flashbacks, o começo dos casos, meio e fim.

Além de acompanharmos as histórias de pessoas que faleceram, os mistérios envolvendo cada caso envolvem quem está assistindo. E a curiosidade para o fechamento de cada uma se faz presente. O tempo passa em um piscar de olhos, e quando você ver já chegou ao final de mais um episódio.

Não é a primeira vez que mistérios são resolvidos a cada episódio, um exemplo é o drama Enquanto Você Dormia, e podemos dizer que A Caminho do Céu será tão memorável quanto.

Porém, nesse caso, estamos lidando com mortes e os personagens honram cada cliente e passado. Também vemos como cada indivíduo tem sua história, sonhos e peculiaridades, e que nem a morte pode apagar isso.

E para enriquecer ainda mais o enredo, as histórias pessoais de Geu Ru e San Gu nos prendem e causam uma montanha russa de emoções. Uma lição é ensinada aí, família é para a vida, para guardar e lembrar.

Confira também: Crítica | Mundo em Caos é interessante mas não explora seu potencial

O final

Fonte: Distribuição

Assim como a maioria das produções coreanas, todas as pontas soltas se encaixam. Em Move to Heaven, título em inglês, não é diferente.

Essa não é uma produção sobre um casal, seus altos e baixos e complicações, mas uma lição de como precisamos apreciar a vida ao máximo. Como a morte chega e devemos valorizar o presente antes da mesma. Como suas experiências são importantes e sua vivência é valiosa. E como é necessário cultivar relações, e essas relações que irão honrar sua partida e sua história singular.

A Caminho do céu é essa obra-prima para ser provada como seu prato favorito. Detalhes que não são possíveis descrever em palavras e emoções através da tela que são difíceis de achar.

“Toda morte tem uma história não dita. Nós iremos iluminar suas histórias não ditas para que possam continuar a viver”

Crítica

Título: A Caminho do Céu

Direção: Sung-ho Kim e Yoon Ji-ryun

Elenco:  Tang Joon-Sang, Je-Hoon Lee, Seung-hee Hong

Nota: 5/5

Isabela Caroline
Tradutora e redatora d' O Quarto Nerd. Viciada em música, clipes, séries, teorias, entrevistas e tudo que seja um escape da realidade. Currently listening to any pop songs.