Crítica | A Barraca do Beijo 3 é só mais um clichê adolescente americano

A Barraca do Beijo

Este ano é um ano cheio de encerramentos da Netflix. Assim como Para Todos os Garotos (2018) que chegou ao fim, após 3 anos desde o lançamento do primeiro filme da trilogia, chegou hoje, 11, na plataforma a terceira e última parte de A Barraca do Beijo (2018). A produção, tão aguardada pelos fãs que esperavam um desfecho no segundo filme, trouxe de volta alguns questionamentos deixados para trás nas últimas produções.

Seguindo a linha de romance, comédia e diversão propostos nos dois primeiros longas, o último filme veio com o propósito de dar um ponto final na história de Elle (Joey King), Noah (Jacob Elordi) e Lee (Joel Courtney). Depois de ter recebido um sim das duas faculdades para qual se candidatou, Elle se vê obrigada a escolher entre decepcionar o seu melhor amigo, Lee, ou chatear o seu namorado por quem é apaixonada desde o começo da franquia, Noah.

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Contudo, o novo filme não está apenas cheio de clichê adolescente como, também, ainda se permite ir um pouco além dos desfechos tradicionais e explorar um mundo que deveria ter sido explorado lá no início. A Barraca do Beijo 3 é um daqueles filmes em que a protagonista se vê dividida entre dois homens que tanto ama (mesmo que um deles seja apenas seu melhor amigo) e, por sempre estar preocupada em mantê-los felizes, acaba se esquecendo da própria felicidade.

E talvez esse tenha sido o maior erro da Netflix com a trilogia. Diferente de Para Todos os Garotos, a franquia não traz uma protagonista independente que está disposta a lutar contra tudo e contra todos para seguir os seus sonhos. Nessa trilogia – e você vai notar isso com muito mais frequência no novo filme -, Elle percebe o quão pressionada ela vive para tentar manter dois garotos extremamente mimados em paz.

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Outro ponto bastante decepcionante da franquia é a forma com que os roteiristas tentam incluir um triângulo amoroso sem ter um background coerente por trás. Para começar, Marco (Taylor Zakhar Perez) retorna para o novo filme da franquia para um drama mal trabalhado, já que no último filme fica claro que o seu envolvimento com Elle não passou de um mal entendido. Além disso, é nítido a forma com que os roteiristas tentam provocar uma rivalidade inexistente entre Elle e Chloe (Maisie Richardson-Sellers), que também volta para o elenco sem nenhuma necessidade aparente.

Porém, há 3 pontos bastante importantes que contribuíram para que o filme tenha sido lançado. O primeiro é a trilha sonora impecável (você pode conferir aqui), que vem marcando presença desde o início da trilogia e não decepcionou em nenhum filme. O segundo é a dinâmica e a química presente entre os atores principais, que mesmo com o término de namoro entre Elordi e King na vida real, não viram impeditivo para não darem o seu melhor em atuação. Por fim, o último ponto é sobre a forma com que os roteiristas encontraram em propor um desfecho fora do clichê e com uma pequena lição de moral de que o amor sempre irá superar qualquer barreira.

De forma geral, A Barraca do Beijo 3 é uma boa escolha de filme se você curte clichês americanos, mas, deixa a desejar quando se trata de maturidade e diálogo, algo tão presente e necessário para os dias atuais. Além disso, os dramas e problemas de Elle não foram suficientes para prender o espectador durante o filme, já que muitas vezes os holofotes do casal principal eram voltados para o casal secundário, fazendo valer a pena um spin-off de Lee e Rachel (Meganne Young). Talvez, o fato de parecer ter sido um filme criado apenas para bater a cota de produções adolescentes na Netflix, fez com que a produção não fosse uma das melhores, já que, com certeza, poderia ter sido melhor trabalhada.

Crítica | A Barraca do Beijo 3 é só mais um clichê adolescente americano

Crítica

Título: A Barraca do Beijo 3
Direção: Vince Marcello
Roteiro: Beth Reekles
Elenco: Joey King, Jacob Elordi, Joel Courtney, Taylor Zakhar Perez, Maisie Richardson-Sellers e Meganne Young.

Nota: 1/5

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Raphaela Lima
Completamente apaixonada por música e pelo Spider-Man, usa seu conhecimento sobre a comunicação e a cultura pop e seu vício em filmes e memes para complementar a equipe das nerds da cadeira.