Nessa sexta-feira, dia 09 de julho estreia na Netflix a tão aguardada 4ª temporada de Atypical, e o QN teve acesso aos episódios em primeira mão e trouxe a crítica para vocês. Mas fiquem tranquilos que seguramos os spoilers .
Por mais que muito doloroso e difícil, temos que dizer adeus para o Sam, Keir Gilchrist, e todos os seus amigos e família. Durante todas as temporadas acompanhamos de perto toda a jornada de amadurecimento de Sam, digo amadurecimento pois mesmo Sam já sendo um garoto extremamente independente e corajoso, conseguimos notar todas as vezes em que aprendeu com seus erros e se esforçava para ser melhor depois de cada um deles.
Crescer é um desafio, e todas as coisas novas que chegam junto com a idade podem ser muito assustadoras. E assim como todos nós passamos por algum desafio na transição pós ensino médio, Sam não é diferente.
Na terceira temporada vimos um Sam se adaptando a vida na universidade, e a quarta temporada trás muitas novas decisões e caminhos para seguir. E podemos dizer que Sam da uma aula sobre como seguir seus instintos e coração.
Por ser o desfecho e também o início de uma jornada para Sam, essa temporada é sem dúvida a mais marcante de todas, e carrega muita emoção, aprendizado, aceitação e autoconhecimento.
Apesar de todos os núcleos da série se desenvolverem a partir de Sam, ainda possibilitam uma ampla narrativa para assuntos importantes que rodeiam os outros personagens que ganharam destaque até essa última temporada.
Embora seja uma temporada excepcional, não conseguiram escapar dos pontos negativos, como um roteiro repetitivo em alguns pontos, revisitando situações irrelevantes das outras temporadas.
Autoconhecimento e Aceitação
Essa é sem dúvida uma temporada que força os personagens a entenderem quem são de verdade, entender que ser você mesmo tem um preço e devemos decidir se estamos dispostos ou não a pagar. Não há como não perceber de forma sutil a maneira como os personagens praticam o autoconhecimento, dia após dia (episódio após episódio) e entender que ele não está lá para nos barrar, mas sim para perceber quando é a hora de recuar e dar alguns passos para trás.
Casey
Casey é um dos maiores destaques dessa temporada, a personagem ganhou bastante visibilidade, possibilitando a abertura para o diálogo sobre sua sexualidade. A garota está em uma fase que precisa tomar grandes decisões em sua vida, e é notável a forma como ela está disposta a deixar outras pessoas entrarem, para uma nova perspectiva de si mesma. Existe uma linha tênue entrelaçando a história dos dois irmãos, que enfrentam seus próprios dilemas juntos e separados estando sempre dispostos a aprender um com o outro.
Além de que, entregaram muitos momentos fofos entre os dois.
Ainda sobre a abertura para a abordagem de outros temas além do foco da série, temas como ansiedade, machismo e pautas LGBTQIA+ ganharam alguns minutos dos holofotes com uma narrativa leve, instrutiva e essencial.
Relacionamentos
O amadurecimento dos personagens está muito evidente nessa última temporada. Relacionamentos reais exigem confiança, diálogo, paciência e empatia, todas essas questões aparecem fazendo com que não cometam os mesmos erros do passado.
É notável desde a primeira temporada que a força de vontade de Sam é capaz de fazê-lo realizar tudo que deseja, e esses novos episódios enchem nosso peito de orgulho ao pensar em tudo que o garoto passou até aqui.
Representatividade
A representatividade é importante nas produções não somente para alívio cômico ou apresentado de maneira forçada. A presença de jovens no espectro fazendo coisas comuns assim como em qualquer outra produção é indispensável, o que torna Atypical uma série excepcional.
É intrigante ver o mundo através dos olhos de Sam e assim como todos a sua volta aprender com ele.
Sem dúvida vale a maratona e indicação para que todos conheçam essa história.
Crítica
Título: Atypical
Criador: Robia Rashid
Elenco: Keir Gilchrist, Brigette Lundy-Paine, Jennifer Jason Leigh, Michael Rapaport, Nik Dodani, Jenna Boyd e Graham Rogers
Nota: 5/5
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