Crítica: 2º temporada de “Disque Amiga Para Matar” é criativa, viciante e tem atuações incríveis

Disque Amiga Para Matar

Alerta: O texto a seguir pode conter potencial spoiler do primeiro e segundo ano

Essa semana, chegou na plataforma da Netflix a segunda temporada de “Disque Amiga Para Matar“. A trama traz novos e incríveis mistérios, que são cercados de suas coincidências, sendo um entretenimento agradável, abusando do seu fator surpresa em cada episódio, e claro diabolicamente divertido.

Após Jen (Christina Applegate), assassinar o ex-noivo de Judy (Linda Cardellini) as amigas dessa vez – juntas – tentam se livrar de mais um assassinato. Entre brigas, choros, e com toda certeza muita bebida, a dupla passa por diversas provas de fogo, trazendo coincidências incrivelmente irônicas. Tentando manter sua pose como mocinhas, juntas a dupla divertidamente acaba tomando as piores decisões, acrescentando ao drama um tom sombrio e sinuoso.

Enredo

Com seu roteiro cheio de reviravoltas e fabulosamente criativo, sem sombras de dúvidas o ponto forte da trama, a série sabe manter o mesmo ritmo do seu primeiro ano. Como consequência – mas não ruim – a trama sabe olhar pra trás, em uma execução inteligente sempre navegando no passado enquanto construí seu majestoso presente. Desenvolvendo seu drama, sabendo dar suas voltas e reviravoltas enquanto as personagens se despedaçam durante o caos.

O enredo tem uma facilidade de se intercalar entre os personagens e seus problemas e romances. Mas, acima de tudo, sabe trazer uma drama sombrio, trazer voltas e reviravoltas, e claro capturar as mulheres como são. A trama trabalha em seus complexos sentimentos, seus pensamentos que as mulheres lidam, não só mostrando ao público – como no momento em que Jen explica ao filho que uma ação dele levou sua namorada à de insanidade, mas que ela não é louca, ele levou ela a isso – sua infidelidade, mentiras o levaram à tal situação, toda ação gera uma reação, certo?!

A dupla Jen e Judy e suas geniais atuações por de trás

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Divulgação: Netflix / Linda Cardellini e Christina Applegate / Dead To Me / Disque Amiga Para Matar

A dupla trás novamente o perfeito balanço entre o ser espiritual e o completamente carnal. Enquanto Judy é uma mulher sonhadora e sem más intensões, Jen consegue ser a destruidora de sonhos, a mãe realista que te coloca os pés no chão. A dupla se completa de forma inteligente, apesar de muitas vezes se declinar para uma amizade tóxica, Jen e Judy funcionam como Yin e Yang . Enquanto o caos se instala na vida delas, ambas se reclinam entre indecisões amorosas, o certo e o errado, e claro como se recompensar com aqueles que magoamos.

Inicialmente, o enredo faz uma curiosa troca entre as personagens. Após a morte de Steve, somos apresentados a sombria Judy, enquanto Jen navega entre seus mistérios e segredos, tentando ser uma amiga melhor. Pode se dizer que no começo a chama de Judy está totalmente apagada, mas é possível a ver se re-acender durante a temporada. Já Jen, passa ter mais momentos tensos, porém muito mais familiares, como se a mesma estivesse lutando para se recompensar, ser uma pessoa melhor. Mas, ela acaba tendo seus famosos surtos, e é nesses momentos que vemos o melhor de Christina Applegate.

A atriz representa o medo e a instabilidade que ele trás para vida de uma pessoa, ainda mais de uma mãe solteira, de forma desesperadoramente clara ela desempenha um papel magnífico. E Linda Cardellini também não fica pra trás, ver a essência de Judy ser apagada, e aos poucos ser reconstruída de novo entre picos de felicidade e desespero. Cardellini traz uma personagem delicada, mas são seus atos finais na série que mostram o grande ápice da atriz.

O retorno de James Marsden

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Divulgação: Netflix / James Marsden / Dead To Me / Disque Amiga Para Matar

Claro que não da pra falar das atuações sem mencionar o retorno de James Marsden. O ator que esteve presente na primeira temporada como Steve retorna nesse segundo ano, mas dessa vez como Ben, irmão gêmeo de Steve. Mais um dos grandes momentos que a série te pega de surpresa, apesar da grande mudança entre os personagens, Marsden faz o parecer sútil.

Diferente do que vimos em Steve – um homem ambicioso e controlador – Ben é sentimental, acolhedor e brincalhão. Apesar de ficar em segundo plano o futuro e passado de Ben é misterioso e tem grande potencial de ser explorado. Marden abusa de sua criatividade para desenvolver o personagem e sem dúvidas seu lado sentimental é o grande ápice do ator nessa nova temporada.

Técnicos

Não há dúvidas que Applegate e Cardellini podem ser grandes nomes para concorrer ao Emmy, suas atuações são criativas sensíveis e quando você menos espera são surpreendentes. Seu roteiro é bem interpretado e desenvolvido. Com o final da temporada anterior as expectativas eram altas, e entre o caos, surpresas e mais problemas para suas protagonistas, Disque Amiga Para Matar evoluí, traz atuações de tirar o fôlego, um enredo cheio de reviravoltas, mas ainda sim arruma um tempinho para trabalhar em seus personagens. Apesar de falhar em seu pequenos momentos de tela verde, a série promete mais e mais para o seu futuro no catálogo, e está entre o topo de melhores atuações e enredos da Netflix no momento.

Disque Amiga para Matar: Notícias - AdoroCinema

Crítica: Disque Amiga Para Matar (2º temporada)
Netflix
Elenco: Christina Applegate, Linda Cardellini e James Marsden

Nota: 4,5/5

Marta Fresneda
Líder do site de entretenimento O Quarto Nerd. Apaixonada por cultura pop, com objetivo de influenciar e incentivar mulheres na área de comunicação voltado ao mundo nerd.