Crítica | Young Royals é mediana, mesmo com romance que vale a pena conferir

Young Royals

Quando pensamentos em membros da alta classe social e até mesmo da realeza, a última coisa que acontece é relacionar suas vivências das nossas. Até porque ao sinal mais claro de “sofrimento” dessa alta classe é de se revirar os olhos e chamar de white people problems. Porém, quando Young Royals, nova série da Netflix, se propõe a narrar o cotidiano de diversas figuras “jovens da realeza”, alguns problemas acabam virando, de fato, relacionáveis. Mas a falta de um roteiro profundo que realmente explora as nuances desses jovens, acaba afetando diretamente a fluidez dos episódios e da história.

A série acompanha o Príncipe Wilhelm (Edvin Ryding) quando entra no prestigioso colégio interno Hillerska e finalmente tem a chance de explorar sua verdadeira personalidade e descobrir o tipo de vida que quer levar. Lá, ele se apaixona por outros estudante, Simon (Omar Rudberg). No entanto, Wilhelm acaba se tornando o próximo sucessor para o trono sueco e se vê em uma posição de escolha entre o amor e o dever.

A proposta é sensacional: uma série jovem, onde o protagonista não é julgado pela sua sexualidade, mas sim o grande problema gira em torno da exposição que sua família e a Coroa sofrem quando Wilhem quer somente ser um adolescente normal. O amor entre o protagonista e Simon é doce, leve e, em partes, uma meta de relacionamento. Aliás, isso acaba sendo um conforto para a comunidade LGBTQIA+ em ver algo positivo sendo retratado, ainda mais logo após o Mês do Orgulho.

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O roteiro não ajuda

Porém, por mais que a maioria dos personagens fossem interessantes, suas histórias não eram. Pelo menos até a metade da série. Young Royals leva um tempo considerável para se tornar atraente, e mesmo quando isso acontece, suas viradas de roteiro são previsíveis demais. Claro que para um passatempo, a série é mais do que suficiente, mas isso fica gritante se sua escolha é maratonar.

Mas se o roteiro não faz, pelo menos seus personagens dão conta, e isso começa desde a escalação do elenco. Os adolescentes que vemos são realmente adolescentes, com espinhas, hormônios a flor da pele e tudo que o pacote de até 19 anos contempla. E isso naturaliza e normaliza seus problemas, que na essência, condizem com o período da adolescência: primeiro beijo, explorar sua sexualidade, amor não correspondido, relacionamento ruim com os pais.

Romance que faz valer a pena

Foto: Reprodução

É impossível falar de Young Royals sem se deparar com o romance de Simon e Wilhelm. O amor jovem é um alívio durante toda a série, que faz a audiência se ver na ponta do sofá torcendo para que o casal fique junto. Aqui não existe nenhum tipo de estereótipo retratando os personagens, o que da uma liberdade e leveza no romance dos dois.

Porém, por mais que a atuação de Edvin e Omar desse conta da maioria das interações, quando a narrativa pedia algum esforço a mais, Omar deixava Edvin na mão. Wilhelm acaba tomando todo o protagonismo para si e seu sofrimento exala mais, o que é uma pena para dois personagens tão interessantes que possuem uma ótima química.

Mesmo que a série não tenha acertado em tudo, ela com certeza vale a pena ser assistida, tanto pelo retrato sem apelo sexual de um romance LGBTQIA+ quanto pela escolha realista de seu elenco.

Young Royals possui potencial para ser a escolha número 1 de série adolescente, mas atualmente ela está no campo das produções medianas, e precisa de um roteiro consistente e fluido para isso acontecer. Nos resta esperar para que um segundo ano se confirme e explore de maneira certa seus personagens.

A 1ª temporada de Young Royals já está disponível na Netflix. Confira o trailer aqui.

Crítica

Título: Young Royals
Criador: Lisa Ambjörn
Elenco: Edvin Ryding,
Nota: 3/5

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Gabrielle Yumi
Jornalista e sócia do Quarto Nerd, sou apaixonada por cultura pop e whovian all the way. Busco ativamente influenciar e ampliar a voz de mulheres no meio geek/nerd. Cabelo colorido e muito pop é quem eu sou dentro do meu quarto nerd.