Nesta semana, os filmes Jogos Vorazes: A Esperança parte 1 e 2 completam 6 e 5 anos respectivamente, ambos famosos por sua adaptação e sucesso entre os jovens e adolescentes.
Anos passaram e ainda podemos ver rastros de sua influência nos mesmo adolescentes que agora estão entrando na fase adulta e lutando por seus princípios e ideias.
Em todo lugar do mundo temos revoluções, manifestações e movimentos surgindo a todo momento, e junto a eles, seu símbolos. O significado da palavra símbolo é “aquilo que, por convenção ou por princípio de analogia formal, substitui e/ou sugere algo”, como os três dedos levantados em Jogos Vorazes, o punho fechado no movimento Black Lives Matter e os braços em x em frente ao peito do povo de Wakanda. Outro significado é uma “pessoa ou personagem que se torna representativa de determinado comportamento ou atividade”, o que define Katniss, a vencedora dos jogos, chama, tordo, heroína e símbolo da revolução de Panem.
Katniss era apenas uma menina tentando sobreviver em seu distrito, e mais tarde, sobreviver na arena, ela não possuía nenhuma ideologia ou lado político, ela queria o certo e queria a justiça, ela tinha a coragem e a vontade, então, Katniss se tornou a revolução. Ao agir humanamente, principalmente com Peeta e Prim, ela também se tornou um símbolo humanitário. que de boa vontade participou da organização e da luta, e por isso, sua humanidade ressoou e inspirou os distritos. Katniss não era um ato planejado para o prazer do público, ela era real.
Tentaram de todos os jeitos fazer de Katniss um símbolo político, algo para ser roteirizado e controlável, no entanto, ela é um símbolo revolucionário e uma revolução não possui roteiro, montagens, figurinos nem marketing.
Em A Esperança, já vemos a influência de Katniss em todos os distritos, além das pessoas se rebelando, assobiando e levantando suas mãos para os pacificadores, vemos detalhes em garotas mais novas onde a influência dela chegou, como por exemplo, na Capital, onde a própria neta de Snow segue a moda de usar o cabelo trançado de lado. Esses detalhes fazem toda a diferença quando se trata de uma revolução, pois a princípio elas copiam suas roupas e penteados, para então, copiarem suas ações.
As adolescentes que cresceram assistindo aos filmes e lendo os livros e que entenderam a verdadeira mensagem de Jogos Vorazes e as intenções de Katniss, são as mesmas que hoje em dia são engajadas em causas importantes, politicamente e socialmente.
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Nos últimos anos tivemos um aumento nas mulheres engajadas no movimento feminista, parte disso deve ao cinema e à literatura que começaram a focar em retratar protagonistas fortes que correm atrás de seus objetivos, desde derrubar um governo até se tornar princesa e renovar o sistema de castas.
Algumas das maiores manifestações no Brasil e no mundo foram: a passeata Eva Todor, que ocorreu desde 1919 até 2017, o caso Roe contra Wade no Texas, o Ele Não, movimento contra o atual presidente Jair Bolsonaro que além das mulheres, pessoas contra a extrema direita foram às ruas no Brasil inteiro, A Marcha das Vadias em Copacabana, marcha à favor do grupo Pussy Riots na copa de 2018 e o movimento Pussy Hats contra o ex-presidente Trump. Também temos o exemplo da Tailândia, que ao protestar contra a ditadura de 2014, utilizou a saudação dos três dedos levantados.
Mais uma vez a vida imitando a arte.
Essas heroínas não nos ensinam ideologia política, religiosa, social, cultural e afins, elas ensinam que temos que lutar pelos direitos humanos, que não somos só mais uma entre várias e que nosso grito pode acabar com a injustiça.
Em suma, cada mulher que vemos nas artes nos representam e nos inspiram a erguer a voz e ir atrás dos nossos direitos, personagens da ficção que criaram verdadeiras guerreiras e ativistas em nosso mundo atual, e Katniss Everdeen é de longe, um dos maiores símbolos para a geração Y e Z, a geração que domina atualmente as universidades e futuramente, o mundo.
Obrigada Suzanne Collins!
Que a sorte esteja sempre ao seu favor.