Ainda que hoje o sucesso de Frozen pareça uma unanimidade no mundo todo, o estrondoso sucesso da animação divide muitas opiniões. Sabemos que as animações sejam focadas para crianças especificamente, mas e assim como eu, você não consegue deixar de apreciar um ótimo filme animado que, em sua maioria hoje em dia chamam mais atenção do que muitos filmes live-actions, não pode negar a importância que elas têm e o impacto que algumas causam.
Frozen: Uma Aventura Congelante é baseado no conto de Hans Christian Anderson, conhecida por aqui como A Rainha da Neve. Publicada originalmente em 1844, a história já foi adaptada diversas vezes em outros mídias e a Disney quase trouxe uma versão nova e fiel ao livro e que prometia não ter o sucesso causado.
Ainda que a Disney tenha saído de uma má fase com suas animações, sendo chamado de renascimento – que começou com Enrolados, seguido por Detona Ralph e Frozen, posteriormente -, ainda hoje parece difícil conseguir emplacar um sucesso com filme animados do que já foram antigamente, isso vale tanto para as críticas e bilheterias no geral.
Antes de chegar aos cinemas, muito pouco se sabia do filme. Apenas que era baseado em um conto de até então conhecido como e com seu pouco material de divulgação era impossível saber o que esperar.
A verdade é não só o enredo criativo, as músicas muito bem escritas, a quebra de alguns clichês, e fazer piadas sobre eles sejam tudo o que Frozen tem a oferecer. As canções compostas para o longa são um show à parte, não só por suas ótimas melodias que ainda hoje conseguem animar, mas também suas letras e sua importância para com o enredo. Cada música ajuda a desenvolver os personagens de uma forma muito natural e muito bem utilizada, algo importante para um filme com tempo curto () talvez não conseguisse desenvolver tão bem quanto foi.
Assim como muitas obras, o filme também possui suas mensagens indiretas. E não estou falando de mensagens subliminares que vão fazer parte da sua lista de teorias de conspiração, mas sim coisas que agregam à obra e te mostram que tem muito mais a oferecer. No caso eu me refiro às portas. Exatamente o que você leu. As portas têm um significado bastante emblemático em Frozen.
Durante diversos momentos do filme, podemos notar importante situações com elas:
- Durante a música “Do You Want To Build a Snowman?“, Anna vive batendo à porta de Elsa perguntando se ela gostaria de brincar com ela. E como vemos, ela sempre recusa pois tem medo de causar algo à sua irmã novamente com seus poderes. Mais pra frente durante essa sequência, temos a cena onde os pais das irmãs morrem e com elas de luto encostada a porta.
ㅤㅤ ㅤㅤ ㅤㅤ ㅤㅤ ㅤㅤ ㅤㅤ - Logo depois, temos outra sequência musical com “For the First Time In Forever” onde Elsa será coroada e as portas do castelo serão abertas pela primeira vez durante algum tempo para receber convidados. A letra da música indica tanto o lado de Anna que deseja conhecer o mundo e interagir com as pessoas e do medo que Elsa sente com isso.
ㅤㅤ ㅤㅤ ㅤㅤ ㅤㅤ ㅤㅤ ㅤㅤ - Após conhecer Hans, Anna canta um dueto com ele. “Love Is a Open Door” é a música que fala explicitamente sobre porta, e embora Anna tenha se equivocado com Hans, a sua letra pode ser interpretada de outras formas e encaixam em outros do momentos do filme o que a tornam ainda mais importante.
ㅤㅤ ㅤㅤ ㅤㅤ ㅤㅤ ㅤㅤ ㅤㅤ - E por último e não menos importante, temos “Let It Go“, que pra muito é só do que o filme se trata. Mas durante o final da música, vemos Elsa construir seu castelo de gelo e consequente a leva a fechar uma porta quando adentra nele, no fim da sequência. Apesar de toda a música indicar que ela se sente livre, é óbvio que ela apenas substitui sua “prisão”.
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Olaf é outro desses que não parece o que realmente é. Todas as animações da Disney possuem o que ficou conhecido como ajudante. Na maioria dos casos (ou em todos eles), o ajudante geralmente é algum animal e que nas grandes vezes rouba a cena com humor. Em Frozen, você já deve achar óbvio que seja Olaf o ajudante, mas eu te digo que na realidade é a rena Sven e que Olaf na verdade seja uns dos protagonistas, e apesar de ser considerado por muitos como bobinho, seu papel tem te fato muito importância. Ao menos é como vejo.
O boneco de neve nasceu “sem querer” durante a sequência de “Let It Go” e ganhou vida (algo que nós sabemos que Elsa é capaz de fazer com frequência. E não é por acaso que ele possui a mesma aparência que o mesmo boneco de neve que Elsa e Anna construíram quando pequenas. Olaf possui uma ingenuidade e demonstra todo seu amor e creio que seja exatamente isso que ele represente: o amor. Assim como vemos, ele parece possuir um grande afeto por Anna em um dos momentos bem tocantes e se você para pra pensar, deve ser assim como Elsa se sente por sua irmã embora não demonstre, e o fato dele possuir a aparência do mesmo boneco de neve, nos leva a crer que Elsa esteve com esse seu momento na cabeça, quando se divertia com Anna e do qual sentira falta.
Não que Frozen seja o filme “definitivo” da Disney, mas seu sucesso não é tão ao acaso assim. Assim como muitos filmes, foi necessário arriscar e unir bons elementos (que vem desde quem faz o filme) até juntar tudo isso. E ainda foi impressionante como a Disney conseguiu brindar sua antiga e nova “eu” com muito humor, nos trazendo a clássica história focada em uma princesa e ainda trazer uma independente. assim como sua sequência mostra uma amadurecimento nesse aspecto.
Com isso só podemos esperar o universo da animação seja expandido com melhor assim como suas duas curta-metragens conseguiram.