Quando se trata de continuar histórias icônicas, a linha entre a genialidade e o desastre é fina. No entanto, a decisão do diretor David Gordon Green de rotular “O Exorcista – O Devoto” como uma sequência direta do clássico de 1973, dirigido por William Friedkin, parece ter sido um equívoco monumental. Parece evidente que David Gordon Green se preocupou mais com o marketing, destacando a presença da talentosa Ellen Burstyn nos trailers e cartazes, em vez de preservar a essência de um filme verdadeiramente inquietante e enraizado em uma narrativa densa.
Adentrando nessa jornada, vamos explorar a fundo a nossa análise de ‘O Exorcista – O Devoto’. O QN teve a oportunidade de assistir e pretende alertar os fãs da franquia ‘O Exorcista’ sobre a possível decepção que esse filme pode causar.
Confira a sinopse oficial do filme:
Duas amigas próximas (interpretadas por Lidya Jewet e Olivia Marcum) desaparecem misteriosamente por vários dias. Após serem encontradas, elas exibem comportamentos estranhos, resultando em suas internações em um hospital.”
Com uma duração total de 111 minutos, o filme começa promissor, porém, o roteiro gradativamente se torna superficial, resultando em uma narrativa arrastada. A multiplicidade de temas introduzidos na trama confunde e dispersa a história. Ao contrário do clássico que mergulha profundamente na balança de valores entre o bem e o mal, na fé presente nas pessoas e nas antigas técnicas de exorcismo em várias religiões, esta ‘continuação’ não aborda nada de forma original.
Apesar de suas falhas, o filme tenta abordar algumas questões interessantes. A temática das religiões africanas e a intolerância religiosa são pontos notáveis na trama, além das atuações marcantes, particularmente a de Leslie Odom Jr. como Vitor Fielding, o pai de Angela Fielding, uma das garotas possuídas pelo mal após tentar se comunicar com sua mãe falecida. A narrativa discute os desafios de Vitor como pai solteiro, suas lutas passadas e sua crise de fé. Por outro lado, a família de Katherine, uma família católica tradicional, serve como um exemplo de devoção e orgulho religioso, oferecendo uma visão contrastante.
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No entanto, a inclusão de Chris Macneil, interpretada por Ellen Burstyn, revela-se um subaproveitamento gritante. A personagem de Burstyn apresenta inconsistências e a cena crucial de seu reencontro com o espírito que possuía sua filha carece de emoção e conexão com o restante do enredo. Não foi apenas pela presença de Burstyn que o filme de 1973 conquistou tantos fãs; a atuação de Linda Blair como Regan quando criança e Max von Sydow como Padre Merrin também contribuíram significativamente para o impacto do filme.
Apesar de suas escolhas questionáveis, ‘O Exorcista – O Devoto’ ainda consegue entregar um filme de terror mediano, com momentos verdadeiramente assustadores. No entanto, até mesmo na condução do exorcismo e das cenas de terror, o diretor David Gordon Green falha em fornecer a intensidade aguardada. A atuação notável de Leslie Odom Jr. adiciona um brilho à produção, talvez justificando uma visita aos cinemas para os fãs do gênero.
E você, o que achou dessa tentativa ousada de abordar uma infinidade de temas que resultou em uma narrativa simplista? Compartilhe sua opinião nos comentários abaixo.
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