Guerreiros da Floresta conta a história de três povos indígenas da região norte perseguidos por fazendeiros e mineradores.Os líderes, reconhecidos pela ONU, Almir Suruí, Ninawa Inu Huni Kuin, e Davi Kopenawa vão mostrando a realidade e a luta de suas tribos pela sustentabilidade e pela preservação de sua cultura.
Segundo dados do Censo Demográfico de 2010 do IBGE, a população indígena brasileira é de 896,9 mil indivíduos. A região Norte é onde há a maior concentração, com 342,8 mil indígenas, sendo 38% da população nacional.
Os episódios de cerca de 30 minutos são divididos em três blocos, cada um deles explorando as histórias dos líderes e das terras, focando nos desafios e nas conquistas.
Confira abaixo uma pequena bio das três lideranças:
Foto: reprodução do vídeo
Ninawa Inu Huni Kuin é líder da terra indígena Huni Kuin, no Acre. Ele foi o primeiro a retificar seu nome para o originário, aquele escolhido de acordo com suas tradições. No passado, havia o costume de batizar os indígenas com o nome dos seringalistas que atuaram na região, não podendo ter seu nome real nos documentos oficiais. Ele lutou na justiça por dois anos por esse direito (saiba mais clicando aqui) e conseguiu alcançá-lo sendo exemplo para outros que vieram depois. Desde a conquista do nome perante a sociedade, ele vem, cada vez mais, reafirmando e valorizando os hábitos e costumes de seu povo, atraindo a juventude às tradições Huni Kuin.
Foto: reprodução do vídeo
Almir Suruí, é líder da terra indígena Paiter Suruí, em Rondônia.Ele é conhecido mundialmente por utilizar dos conhecimentos de seu povo e dos conhecimentos “do homem branco” para o cultivo e exploração sustentável da floresta. Já participou e participa de projetos para o mapeamento das espécies da floresta (saiba mais clicando aqui), e divulgar para o mundo os conhecimentos milenares sobre a floresta.
Ele organizou o Plano de 50 anos para o seu território indígena, pensando em cultivar e plantar para desenvolver a região anteriormente desmatada,com responsabilidade social. Para Almir, a floresta tem um papel muito importante para a transformação da sociedade em que vivemos, tendo nós que respeitá-la e usá-la com muita responsabilidade.
Foto: reprodução do vídeo
Davi Kopenawa, é líder da terra indígena Yanomami, em Roraima. O território Yanomami tem uma área de 900 mil hectares, maior que a Bélgica. A Terra Indígena Yanomami é reconhecida por sua alta relevância em relação a proteção da biodiversidade da Floresta Amazônia, por isso foi homologada por um decreto presidencial em 1992. A homologação significa que as terras possuem os seus limites materializados e devidamente mapeados.
Essa conquista só aconteceu devido ao constante desmatamento e ameaças à população indígena, que foi massacrada por garimpeiros que iam para a região em busca de ouro, mas sem o menor respeito à vida dos povos que lá habitam muito antes deles, no final da década de 1980. Saiba mais sobre essa história no link. Sabendo desse histórico, é preciso admirar a atuação e resistência de Davi Kopenawa para que esse povo sobreviva e viva em paz.
É impossível não se sentir tocado por essa série documental. Ela mostra de uma maneira muito sensível a realidade indígena no Brasil, nos fazendo sentir responsáveis a preservar suas terras e a lutar para que suas vozes. O mais importante de tudo é que esses três líderes já são fortes o suficiente para lutar, eles são os protagonistas da mudança, mas isso não exime a sociedade de defender esse povo verdadeiramente brasileiro.
O primeiro episódio dessa série documental irá ao ar em 20 de Fevereiro, quarta-feira, às 22h30. O site do canal, o futuraplay.org disponibiliza os episódios na íntegra.
