Love, Death and Robots serviu uma primeira temporada com episódios únicos, divertidos, caóticos e um tanto assustadores. A série trouxe um prato cheio para os amantes de plot twists, mas fracassa fortemente ao tentar repetir a dose. Por mais que a série tente não se tornar repetitiva, tudo o que fez do primeiro ano especial, falta nas duas últimas partes. História interessantes.
Não é segredo pra ninguém que a série não se prende a nada e nem ninguém, o que dá liberdade para contar e imaginar o que quiser. Mas, ao que tudo indica, a caixinha de ideias da produção esgotou. Mais uma vez a série se apoia em histórias fracas e repetitivas. Mas como uma série que não se apega nada e a ninguém pode ser repetitiva? Quando seus episódios trazem astronautas e militares pela milionésima vez. Mais uma vez, estadunidenses provando que sua criatividade vai até a segunda página quando o assunto é robôs e alienígenas. As mesmas histórias se repetem.
Como a Netflix pode causar o declínio da série?
A Netflix está em uma fase em que existe uma pressão muito grande por parte da empresa para a entrega de novos produtos o mais rápido possível. Então, assim que um filme/série termina as suas filmagens, a empresa apressa a pós-produção o máximo que puder para que o produto esteja pronto para lançamento o quanto antes. Dessa forma, temos filmes/séries novas toda semana. Mas é claro que isso pode ser um tiro na culatra. E para a dor dos fãs, que amaram cada plot twist da primeira parte, Love, Death and Robots é um projeto atingidos pela pressa.
A criatividade não nasce da noite pro dia. Alguns projetos levam anos pra sair do papel, e por mais que estejamos falando de pequenos episódios em diferentes estilos animados, ainda sim, o roteiro é o primeiro caminho que um projeto precisa percorrer. E se essa etapa é apressada… bom, sabemos o resultado.
O único e um dos detalhes mais importantes dessa trama que não falha é seu visual. Love, Death and Robots fala muito por sua arte, seus traços ganham mais detalhes e até mesmo vida quando a série precisa que o telespectador se sinta mais próximo daquela história. Enquanto os ‘rabiscos’ e desenhos menos realistas nos convidam a imaginar, viajar entre um mundo de possibilidades. Que esperamos nunca acontecer.
E nisso vem a pergunta, ano passado recebemos a segunda parte da série e esse ano a terceira. Será que esses projetos não poderia ter uma pré-produção muito mais trabalhada e demorada? Entretanto, é claro que repetir a dose é algo cansativo e ninguém gosta, mas quando se falta a essência, é ponto que chama a atenção. Mas, apesar de todos os pesares, a audiência pode se contentar com os episódios mornos e ser vislumbrado por seu visual. Nisso, a série não deixa a desejar.
Mais uma vez, Love, Death and Robots não consegue alcançar o próprio nível, repetindo princípios e falhando a ser o que um dia propôs.
Crítica: Love, Death and Robots
Nota: 2/5