Crítica | Amor, sublime amor de Steven Spielberg soube reviver os personagens da melhor forma

Crítica | Amor, sublime amor de Steven Spielberg soube reviver os personagens da melhor forma

Amor, sublime amor chega aos cinemas de todo o Brasil no dia 09 de dezembro deste ano. A nova produção do diretor Steven Spielberg é uma refilmagem do filme, que leva o mesmo nome, de 1961. A história, entretanto, foi inspirada no romance épico de Shakespeare, Romeu e Julieta, onde dois jovens se apaixonam perdidamente, mas, suas famílias são rivais mortais e não aceitam que o casal fique junto.

Sendo assim, o musical passa-se nas ruas de Nova Iorque na década de 50. Onde a diferença racial era motivo de muita discriminação e racismo. E então, Amor, sublime amor, mostra a discriminação e preconceito dos norte-americanos contra pessoas de outras nacionalidades. De um lado temos a gangue dos Jets, formada apenas por jovens brancos e nascidos nos Estados Unidos, são liderados por Riff. Do outro lado, temos a gangue dos latino-americanos, formados em sua maioria por porto-riquenhos e, liderados por Bernardo.

No entanto, o problema é que, Maria (Rachel Zegler), a irmã de Bernardo, se apaixona por Tony (Ansel Elgort). Tony não faz mais parte da gangue dos Jets, mas, ele é o ex-líder da gangue, o que torna as coisas complicadas para o casal. Sendo assim, apesar do ódio entre os dois lados, eles continuam se encontrando em segredo. Spielberg soube recriar e trazer, de uma forma cativante, essa paixão juvenil.

O diretor soube usar a paleta de cores ao seu favor

Ao longo do filme, é possível distinguir facilmente como o diretor soube usar as cores para aperfeiçoar sua produção. Sempre que as duas gangues aparecem juntas, o lado norte-americano está sempre está usando cores frias, na maioria das vezes a cor azul. Já o lado dos porto-riquenhos, são sempre cores quentes, o vermelho é o principal, mas o amarelo e laranja também se destacam.

Portanto, quando o casal principal aparece pela primeira vez, eles estão usando cores neutras, mas, sempre com algum objeto ou acessório que identifique a qual lado eles pertencem. Ao longo do filme, Tony e Maria vão alternando entre as cores, ela veste um vestido azul, mas com avental vermelho, ele veste uma camisa azul claro com uma jaqueta amarronzada, e por aí vai. Já na cena final do filme, Maria está completamente vestida de azul, mas Tony não tem nada que lembre o vermelho. O que leva a pensar que, Tony amava Maria, mas nunca conseguiu mudar quem realmente era. Já Maria, desafiou a tudo e a todos para ficar com Tony, ela era do Porto Rico, mas queria ficar nos Estados Unidos.

Original X Remake

Uma personagem que está na mira dos críticos, é Anita, mulher de Bernardo. No filme de 1961, a atriz que interpretou Anita foi Rita Moreno, na época, a atriz porto-riquenha, ganhou o Oscar de melhor Atriz Coadjuvante. Sendo também, a primeira mulher latino-americana a ganhar o Oscar de Melhor Atriz. Na versão atual, Anita é interpretada por Ariana DeBose. A atriz já participou de outro musical recentemente, do diretor Ryan Murphy, A Festa de Formatura (2020).

Além disso, na refilmagem, a atriz Rita Moreno marca presença nas telinhas novamente. No entanto, dessa vez ela atua no papel de Valentina, dona da loja onde Tony trabalha. Na produção original, temos Doc, e Valentina é a sua mulher, então o personagem precisou ser recriado para que Rita pudesse participar. A atriz disse em uma entrevista, que ficou muito feliz em voltar para o filme ao qual lhe proporcionou seu primeiro Oscar, apesar de ter tido dificuldades quando precisou contracenar com Ariana DeBose (Anita).

“Foi absolutamente estranho fazer a única cena que tenho com Anita no filme. Foi estranho para ela, mas foi ainda mais difícil para mim.”

Conjunto musical e coreográfico

É simplesmente encantador de assistir bailarinos profissionais dançando e cantando na tela de cinema. É melhor ainda, quando o figurino dos personagens complementa essa magia. Mais uma vez Steven Spielberg acertou precisamente na performance musical, no figurino e na dança. Com tudo, apesar de ser um musical, a nova versão de Amor, sublime amor, se perdeu um pouco em toda a musicalização e coreografias. O que tornou o filme cansativo e exaustivo para o telespectador.

Dito isso, a refilmagem está realmente muito bonita e colorida, mas talvez não chegue perto de ganhar tantos Oscars quanto o original de 1961, que foi vencedor de 10 Oscars. Um ótimo filme para quem gosta de clássicos e, para quem gosta de rever filmes antigos de uma forma mais elaborada.

Crítica | Amor, sublime amor de Steven Spielberg soube reviver os personagens da melhor forma

Crítica

Título: Amor, sublime amor

Elenco: Ansel Elgort, Rachel Zegler, David Alvarez, Ariana DeBose e Rita Moreno

Diretor: Steven Spielberg

Nota: 4/5

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Veronicca Fernandes
Estudante de jornalismo, vegetariana e redatora d'O Quarto Nerd. "Livros muitas vezes são melhores companhias do que pessoas"