Crítica | Big Mouth não está em seu melhor ano, mas ainda é divertido

Crítica | Big Mouth não está em seu melhor ano, mas ainda é divertido

Recentemente, chegou a plataforma da Netflix a 5ª temporada da série animada, Big Mouth. Não é segredo pra ninguém que Big Mouth faz jus ao nome de boca grande, não tem medo falar sobre o que dói e o que da prazer. Até o momento, a animação já falou sobre orgasmo, ansiedade, relacionamentos, descobertas sexuais e pessoais. Mas, a 5ª temporada é a que chega mais próximo do lema ‘adolescente insuportável’, a fase quando tudo é amar ou odiar. E é nesse ponto que a série triunfa mais uma vez, apesar da série estar longe do seu alto ponto, ainda é divertida e sagaz.

Depois de mostrar o seu lado mais sensível e vulnerável em seu quarto ano, agora todo ódio e amor é colocado na mesa. Mas além disso, vemos como nossos personagens passam do amor ao ódio e do ódio ao amor. Enquanto alguns personagens dão passos atrás, para aprender lições. Enquanto Nick se apaixona perdidamente por Jessi, Jay tenta.

Se a temporada fosse uma música seria Jealousy da Olivia Rodrigo
Crítica | Big Mouth não está em seu melhor ano, mas ainda é divertido
BIG MOUTH. (L to R) Keke Palmer as Rochelle, Ayo Edebiri as Missy Foreman-Greenwald, Nick Kroll as Nick Birch, and Brandon Kyle Goodman as Walter in BIG MOUTH. Cr. Courtesy of Netflix © 2021

Diferente do que vemos anteriormente, o novo ano da série começa devagar, mostrando ainda a insegurança, vício e segurança de alguns personagens. Mas logo as coisas começam a esquentar, a série abre rapidamente espaço para os seus musicais, e um dos primeiros traz espaço para a insegurança, e as coisas que fazemos para mudar isso, cof cof cirurgia e procedimentos estéticos.

Antes do ódio temos algum passo, ninguém nasce odiando alguém, e essas coisas são guiadas por inveja, ódio e até mesmo desentendimento. E aqui é que vemos adolescentes como eles realmente são. Insuportáveis. Pessoas que eram importantes em suas vidas se tornam vilãos de outras histórias. E não é porque esses personagens queridos se tornam insuportáveis que a série perde a graça, isso só a torna mais verídica.

Se até o momento não estava claro para o público, a série animada é baseada na adolescência do criador Nick Kroll. E é com ele que vemos a resolução sobre o ódio. Como o mesmo diz, você dá ao universo ódio e é isso que você vai receber. E essa frase consegue resumir a temporada muito bem.

As referências estão de volta, mais sangrentas e com certeza mais apimentadas

A série sempre caprichou nas referências e na quinta temporada a série se supera, a trama consegue trazer referências a várias clássicos da cultura pop. Entre eles temos toques do Coringa de Heath Ledger, que com certeza fará o público soltar um risinho nervoso ou um grito alto. Mas não para por aí! Até John Wick entra na onda, a homenagem ao justiceiro sofre algumas modificações, mas ficará bem claro para aqueles que conhecem a história.

Como mencionado, a série flora do amor ao ódio e do ódio ao amor, e por isso é temporada mais vermelha, sangrenta de todas. E a tendência é só crescer. O que é promissor e estranho ao mesmo tempo, já que a mudança pode ser assustadoramente divertida.

A 5ª temporada de Big Mouth está longe de ser a melhor até agora, mas se consagra mais uma vez em seu roteiro. Assim trazendo temas que ninguém mais tem coragem de abordar da forma como a série faz. Em uma temporada mais ousada e sangrenta, Nick Kroll tem muito o que se orgulhar da série.

Crítica | Big Mouth não está em seu melhor ano, mas ainda é divertido
Crítica: Big Mouth – 5ª Temporada

Nota: 3/5

Dubladores: Nick Kroll, Andrew Goldberg

Roteiristas-diretores Mark Levin e Jennifer Flackett

Veja também: Crítica | 4ª temporada de Big Mouth volta mais vulnerável e muito mais afiada

Marta Fresneda
Líder do site de entretenimento O Quarto Nerd. Apaixonada por cultura pop, com objetivo de influenciar e incentivar mulheres na área de comunicação voltado ao mundo nerd.