Crítica | As Passageiras é só mais um filme de vampiros

As Passageiras

Nunca é tarde demais para lançar filme sobre vampiros, não é mesmo? Esse, provavelmente, foi o pensamento da Netflix ao estrear As Passageiras (The Night Teeth, 2021) em seu catálogo. Mas, embora tenha muitos personagens cativantes, o longa estreia com muito mais control c + control v das histórias vampirescas do mercado (com os mesmos problemas e características), do que atributos inéditos.

Dirigido pelo britânico Adam Randall (iBoy, 2020), a história se passa no bairro de Boyle Heights, em Los Angeles, anos após uma trégua entre vampiros e humanos cansados de tanto guerrear. Em meio a esse cenário, Benny (Jorge Lendeborg Jr), um universitário atrapalhado e fofo que investe tudo o que ganha em sua carreira de músico, decide substituir o seu irmão, Jay (Raúl Castillo), em seu emprego de motorista por uma noite.

No entanto, o que ele não esperava era ter que passar a noite inteira ao lado de duas vampiras – Blaire (Debby Ryan) e Zoé (Lucy Fry) – que estão a serviço de Victor (Alfie Allen), um vampiro cansado de viver nos termos propostos por seus antepassados e disposto a matar quem puder para conseguir alcançar o topo, inclusive Jay.

Trailer: YouTube

Porém, movido na mesma construção de produções adolescentes sobre o sobrenatural, como Crepúsculo (Twilight, 2008), por exemplo, As Passageiras se mostra repetida e cansativa com o passar da trama. Mesmo com personagens cativantes e bem entrosados, o roteiro não consegue desenvolver os seus potenciais, puxando-os para trás sempre que existe uma possibilidade de crescimento.

O longa não se esforça, também, quando o assunto é cenário. Baladas estão mais vazias do que durante a pandemia; as ruas, então, nem se fala. A paleta de cores se limita a cores fortes e neons, que não combinam nada com o roteiro frio e pouco satisfatório. Toda a produção parece ter sido focada mais na construção teatral do que, de fato, em um filme que tinha tudo para ser um dos mais atrativos do catálogo adolescente da Netflix.

Como dito anteriormente, o longa é fiel ao copia e cola de filmes jovens, não saindo nenhum um pouco dos estereótipos de vilão (com roupas de couro e cabelos desgrenhados, a procura de poder) e de mocinho (com o coração mole, apaixonante e aspirante a herói). A única coisa que parece ter sido certeira é a escolha de atores, já que o filme faz parte das poucas produções que possuem mais de um ator latino e, principalmente, como protagonista.

De forma geral, o roteiro não surpreende, não agrada e, muito menos, consegue servir o seu propósito. Com tanta sede de entregar um produção original de Halloween, a Netflix peca em investir em As Passageiras, deixando que o filme, mesmo com tanto potencial para entregar algo a mais, se misture em um amontoado de produções vampirescas sem nada a agregar.

Crítica | As Passageiras é só mais um filme de vampiros

Crítica

Título: As Passageiras
Diretor: Adam Randall
Roteiro: Brent Dillon
Elenco: Jorge Lendeborg, Debby Ryan, Lucy Fry, Raúl Castillo, Alfie Allen e Alexander Ludwig.

Nota: 2/5

Confira, também:

Raphaela Lima
Completamente apaixonada por música e pelo Spider-Man, usa seu conhecimento sobre a comunicação e a cultura pop e seu vício em filmes e memes para complementar a equipe das nerds da cadeira.