Crítica | Just Beyond promete terror, não entrega, mas funciona

Crítica | Just Beyond promete terror, mas não vai além

Just Beyond é a mais nova série antológica do Disney+! Ligeiramente baseada na graphic novel de R. L. Stine, autor da franquia de sucesso Goosebumps, a obra tem 8 episódios independentes. Cada um deles apresenta um elemento fantástico diferente, desde bruxas até universos paralelos. Tentando passear entre terror e ficção científica, Just Beyond conta com tramas não tanto originais e uma super premissa – que promete um pouco mais do que cumpre.

Em primeiro lugar, os episódios da série trazem histórias peculiares, porém, como em clássicas séries drama adolescentes, o público se depara com elementos já batidos. A diretora maquiavélica, os bullys irritantes e as meninas populares do colégio são dos alguns elementos que estão presentes. Então, nisso, Just Beyond não se afasta do que já conhecemos – a não ser pela pitada de fantasia que ela oferece.

O primeiro episódio, por exemplo, é intrigante. Acompanhar a história da personagem de Mckenna Grace em um reformatório bizarro é, definitivamente, uma experiência. Entretanto, os 30 minutos de episódio parecem ser curtos demais, e a história se apressa. As tramas são bem fechadas, mas correm para isso.

Apesar dos episódios serem curtos, isso não impede ao público de aproveitar as histórias. A série se desenvolve como uma versão infantil da clássica The Twilight Zone, com mais elementos fantasiosos do que aterrorizantes. O quinto episódio é o que mais arrepia, intitulado Meu Monstro, com um par de sustos e uma criatura horripilante – até parecida com o Slender. Todavia, a trajetória da personagem e sua batalha interna para lidar com mudanças acabam por protagonizar a trama.

Confira também:

Falando em batalhas, a série possui uma áurea de ensinamentos que perpassa todos os episódios. Não à toa, assuntos como luto, bullying, autoestima e ansiedade fazem parte da trama. Isso ajuda, de fato, a criar uma relação com quem está assistindo, o que deixa tudo mais palpável e pessoal. Em certo ponto, o espectador esquece que está vendo algo que deveria lhe causar medo, já que o faz sentir o oposto disso.

Apesar de não ser uma obra de terror, como anunciou, Just Beyond chegou a tempo para época do Halloween e se encaixa nela. O CGI e os efeitos especiais são dignos de despertar a nostalgia de quem assistia Os Feiticeiros de Waverly Place e os programas da Disney XD. Mesmo com poucos sustos, mesmo que não deixe ninguém acordado à noite, ela é um programa perfeito para se assistir em família e se divertir. E, se a falta de terror incomoda, a ficção fantástica supre e funciona para quem vai um pouco além.

Crítica | Just Beyond promete terror, não entrega, mas funciona

Crítica

Título: Just Beyond

Direção:  David Katzenberg, Marc Webb, Patricia Cardoso, Anna Mastro, Antonio Negret, Ryan Zaragoza

Roteiro: Nneka Gerstle, Seth Grahame-Smith, Mitali Jahagirdar, R.L. Stine, Sarah Wise

Elenco:  Mckenna Grace, Rachel Marsh, Megan Stott, Lexi Underwood, Gabriel Bateman, Izabela Vidovic, Arjun Athalye, Jy Prishkulnik

Nota: 3,5/5

Gabriela Fortalesa
Redatora d'O Quarto Nerd. Apaixonada por música, filmes, jogos e tudo que envolve o universo geek.