Uma das mais novas distopias brasileiras está concorrendo ao 6º Prêmio Kindle de Literatura! O Pato – Uma Distopia à Brasileira é um livro escrito pelo jornalista Gabriel Fabri. Embora essa não seja a sua primeira obra, é uma das mais antigas em questão de desenvolvimento. O livro está disponível na na Amazon, e você pode comprar através desse link.
Inspirado no panorama político e social do Brasil, o romance nasceu da vontade do autor de desenvolver, em forma de ficção, parte de sua revolta com a realidade política no ano de 2015. O escritor comentou:
“O livro nasceu da minha vontade absurda de furar o Pato da Paulista, lá em 2015. Como eu não podia, literalmente, furá-lo, comecei a desenvolver essa história, que ganhou novos contornos com a ascensão de Bolsonaro. Aquele pato de borracha, afinal, está na gênese do que possibilitou que o presidente fosse eleito.”
Além disso, o livro tem como referências várias obras consagradas da cultura pop, como o filme Meninas Malvadas (2004), as distopias Jogos Vorazes e O Conto da Aia. Algumas obras um pouco surrealistas, tais quais as do David Lynch, Luis Buñuel e Alejandro Jodorowsky, também inspiraram a obra.
Fabri comentou sobre como até mesmo o clipe da cantora Katy Perry foi um ponto importante para o desenvolvimento da trama. Vale lembrar que a música e o clipe são uma crítica ao governo Trump, que tinha como marca o conservadorismo e bases em desinformação.
“Trazer uma pegada pop para o livro, com referências a clipes de Katy Perry e Kylie Minogue, foi importante para dar um verniz de alienação à história. A protagonista vive sob um governo totalitário, uma ditadura religiosa, mas acredita que vive no país das maravilhas. Ela vive dentro de uma bolha, simbolizada pelos muros que separam Patown de seus arredores.”
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Patown é a cidade na qual se passa a história capital do país Patolândia, ambos fictícios. Nela, as ruas são arborizadas com naturais árvores de algodão doce, tudo muito lindo, em contraste a autoimagem da protagonista, Alice, que se considera um patinho feio. Enquanto cultiva uma atração secreta pela melhor amiga, também sonha com o capitão do time de futebol a pedindo em casamento, no dia do baile. Dessa forma, temos uma personagem que deseja explorar a sua sexualidade, para além do que é permitido pelas leis heteronormativas da cidade.
Questionando todos os dogmas que conhece e lhe foram impostos, descobrindo a si mesma, a protagonista adolescente faz parte de um livro para adultos. Apesar da idade dos personagens, O Pato fala sobre política, sexo e religião, sempre de uma forma sem censura, tabus e com muita ironia. A obra parece ser perfeita para os leitores que devoraram Jogos Vorazes quando eram mais novos. O autor explicou:
“Os leitores de Jogos Vorazes cresceram, então, não faz sentido ter uma protagonista tão idealizada e nem deixar certos temas de fora, mesmo que parte da ação se passe entre os muros de um colégio. Além disso, é raro ver o tema da bissexualidade ser retratado na literatura, especialmente no gênero distópico, por isso quis explorar com honestidade essa fase de descobertas, confusões e incertezas.”
Mas e vocês, o que acharam da proposta do livro? Então, comentem com a gente!