Chegou nesta sexta-feira (10) o novo filme de ação da Netflix, dirigido por Cedric Nicolas-Troyan (Malévola, 2014), Kate. Estrelado por Mary Elizabeth Winstead (Aves de Rapina, 2020), a produção conta com um roteiro escrito por Umair Aleem.
Sobretudo, a trama principal conta a história da personagem Kate, uma assassina de aluguel em busca de liberdade dos seus atos que é envenenada e passa a perseguir quem fez isso.
Antes de mais nada, devemos pontuar que o filme conta com uma das melhores atuações de Winstead. A atriz protagoniza cenas de luta de tirar o fôlego, muito bem construídas e unidas com a atmosfera que sua personagem, Kate, circula. Os takes de câmera são o ponto chave destas cenas. Constantemente os mesmos acompanham todo movimento e golpe que a protagonista dá. Então, isso é um diferencial, já que acaba dimensionando dor e impacto de quem os recebe, gerando também dinamismo de quem ama um filme agitado. Fica aqui o destaque dos movimentos feitos pela câmera quando alguém é arremessado contra uma mesinha de centro japonesa (insano).
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No entanto, Kate entra no estereótipo de um filme de ação que conta com assassinos de aluguel caçando ratos podres envolvidos em gangues e clãs perigosos. Pouco se entende da origem da personagem. Os motivos que a levam fazer o que faz e sua procura por emancipação das próprias ações frias, no final, não fazem sentido. Com isso, não conseguimos nos sentir conectados o suficiente com os propósitos de Kate, o que nos leva a não criar tanta empatia assim por sua jornada, mesmo que esta seja dolorosa e sempre reforçada na narrativa para que você, que assiste atentamente, engolir a violência.
O roteiro, por mais amarrado que seja, se prolonga com cenas desnecessárias quando o assunto é chegar no ponto final que a personagem procura. Se você é acostumado a assistir filmes do gênero, logo capta quem está por trás de tudo logo no início da produção. Ou seja, previsível e pouco camufla seus pontos de virada.
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Além disso, o acréscimo da personagem Ani (Miku Martineau) pode ser encarado como um alívio cômico que também gera o máximo de expressão de empatia humana que Kate expressou durante o filme inteiro. Porém, você também não consegue captar quando a relação de ambas fica tão próxima. Em determinados momentos, a aproximação confusa leva a menina a cometer diversos atos violentos para proteger a protagonista. Você só se pergunta os motivos e é isso.
Contudo, Tóquio é a cidade escolhida para abrigar a trama e é usada como um alívio neon de cenas sangrentas, rápidas e apertadas. Você se sente imerso em um ambiente tecnológico e vibrante como se estivesse em uma cena de filmes animados japoneses. Porém, um dos destaques também fica para a trilha sonora. Se utilizando de gêneros como J-Pop e J-Rock, a música inicia no momento certo que a cena de ação começa, também gerando o equilíbrio para o tanto de sangue que é derramado nos locais.
Aqui também fica a menção honrosa às vezes que Kate apareceu com um cigarro na boca encarnando uma pose bad-ass. Muito se assemelhou ao ar que deram para Tig Notaro na sua personagem Marianne Peters em Army Of The Dead: Invasão em Las Vegas (2021).
Por fim, o filme serve de entretenimento por seu tempo de duração, mas é mais um filme de ação bem esquecível e, exageradamente, neon.
Crítica | Kate
Título: Kate
Diretor: Cedric Nicolas-Troyan
Elenco: Mary Elizabeth Winstead, Woody Harrelson, Miku Martineau, Michiel Huisman, Tadanobu Asano.
Nota: 3,5/5
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