Crítica | O Matemático retrata a angústia de quem viveu a segunda guerra mundial

Crítica | O Matemático retrata a angústia de quem viveu a segunda guerra mundial

O filme é de 2020, mas O Matemático chegou ao Brasil pela A2 Filmes este ano (2021). A história se passa bem no começo da segunda guerra mundial, em 1944, quando Hitler começou a sua invasão aos países europeus. De início, o telespectador fica em dúvida sobre o porque um filme de matemática se passa nos tempos de guerra. Mas, ao longo da história, entendemos que tudo à nossa volta precisa de matemática. Inclusive a construção de bombas nucleares.

E justamente por isso é que o filme tem uma história interessante. Não é o melhor filme sobre guerra – ou que se passa nos tempos de guerra. E talvez a mistura das falas em inglês e polonês no filme confundem um pouco a cabeça de quem assiste. Mas, as emoções dos personagens e o nervosismo sobre a incerteza dos seus familiares na europa enquanto a guerra acontece cativam a atenção do telespectador.

A história foca em Stan Ulam (Philippe Tłokiński), um matemático judeu polonês, que ganhava a sua vida como professor de matemática em Harvard. Mas, após uma série de acontecimentos, ele perde a sua bolsa na faculdade e fica desesperado, pois precisa ajudar a sua irmã a escapar dos nazistas na Europa. Com isso, seu melhor amigo lhe oferece um novo emprego, mas, é para lá de misterioso.

Confira também:

Com isso, Stan se muda para o Novo México e junto com outros matemáticos, trabalham em uma missão ultrassecreta. A construção de uma bomba nuclear que pode acabar com o mundo todo em segundos. Claro, ele não gosta muito da ideia, e isso é muito bem demonstrado ao longo do filme. Mas, a necessidade de salvar a sua família é muito maior. Enquanto pensa em formas de conseguir ajudar para o bem, Stan e seu melhor amigo, Johnny (Fabian Kociecki) criam o primeiro computador, dando início a era digital. Confira o trailer:

O que mais chama a atenção do telespectador no enredo são as emoções. Os sentimentos e as angústias de só quem viveu na época da guerra conhecem. O desespero de estar longe, do outro lado do mundo, enquanto a sua família pode ser assassinada sem dó nem piedade. E por motivos completamente estúpidos, que foi o que aconteceu com o nazismo.

Considerações Finais

O Matemático é um filme que emociona. É uma história que chama a atenção e traz reflexões sobre um dos períodos mais tristes da história da humanidade. É um filme que vai o telespectador entender que tudo tem um lado bom e um lado ruim. E que, com certeza, as pessoas boas são as que mais sofrem na terra. Já que, sem dúvida alguma, a sociedade é completamente corrompida.

A única coisa que incomoda bastante é que de fato as línguas mudam ao longo do filme. Talvez se a história toda se passasse inteiramente em inglês, seria menos confuso e cansativo de acompanhar. Mas, a direção é impecável, mostrando bem de perto cada sentimento de angústia e nervoso. Ou então, de extrema felicidade. A trilha sonora também ajuda a fechar este aspecto com chave de ouro. Não é preciso nem comentar sobre o figurino e cenários, que retratam muito bem como a população mundial vivia lá em 1944.

Se você procura um filme sobre a guerra, mas que não apresenta muitos fatos históricos, e sim o dia a dia de uma pessoa comum, O Matemático é o filme perfeito para você.

Crítica | O Matemático retrata a angústia de quem viveu a segunda guerra mundial

Título: O Matemático

Direção: Thorsten Klein

Roteiro: Thorsten Klein, Thor Klein

Elenco:  Philippe Tłokiński; Jakub Gierszał; Robert Oppenheimer; Sain Tambrea; Esther Garrel; Mateusz Wierclawek Fabin Kociecki.

Nota: 3,5/5

Camila Scovoli
Redatora do QN. Apaixonada pela cultura pop. Não vivo sem música, clipes e documentários sobre música. Amo conversar sobre as teorias dessa indústria. Alexa, play 5 Seconds of Summer.