Crítica | O Pergaminho Vermelho deixa um universo a ser explorado

Crítica | O Pergaminho Vermelho deixa um universo a ser explorado

O Pergaminho Vermelho entrou nesta sexta (6) no catálogo do Disney+. Assim, ela é a primeira animação nacional a conseguir esse feito. Com direção de Nelson Botter Jr, o filme traz a história de Nina, uma garota de 13 anos apaixonada por skate, que passa mais tempo fora do que em casa, segundo o pai. Logo no início, percebemos um clima conflituoso entre seus pais, o que em certo momento, a faz fugir de casa. E é nessa fuga que ela acaba indo para o universo de Tellurian

Nina em Tellurian das Maravilhas, em uma galáxia muito distante

É forma como Nina tem acesso ao pergaminho misterioso pode não ser tão original ao nossos olhos. Depois de cair em um buraco, a menina acha o artefato que eventualmente a transporta para o universo. Claramente, esse acontecimento é uma referência a obra de Lewis Carrol, Alice no País das Maravilhas

Mas, as referências não param por aí. Ao chegar, somos apresentados a uma criatura estranha, meio elfo, meio gollum, que usa capa e machado. Não é de se admirar que a Nina pergunte se ele é um tipo Yoda, afinal, todo o conjunto da obra nos leva a pensar que sim. Ao longo da trama, os roteiristas nos apresentam mais referências divertidas, diretamente e indiretamente. São referências legais de se notar, como por exemplo, as que remetem ao nosso folclore – há uma aldeia de sacis em certo ponto. Entretanto, elas acabam sendo apresentadas de forma rasa e ordinária. Para o público infantil (que aparenta ser o público alvo do filme), isso funciona muito bem.

Seria um RPG infantil…

Então, determinada a voltar para casa, a menina confiou no velho de cajado, entregando-o o pergaminho. Logo após, ele se revelou ser o Lorde Dark – um nome simplório e objetivos tão simplórios quanto -, principal vilão de nossa trama. Assim, enganada, Nina sai em busca de recuperá-lo. Então, nessa jornada, ela acaba fazendo amizades. A primeira é um bicho preguiça, seu urso de pelúcia que ganha vida; a outra, uma guardiã da floresta e o terceiro é um bardo flautista. Os roteiristas se inspiraram na jornada do herói, uma escolha sempre certeira. De fato, os desafios aparecem um após o outro, o que deixa o espectador entretido. Porém, se vão tão rápido quanto vieram. 

… ou apenas pano de fundo para ensinar sobre escolhas e responsabilidade?

Desde o início até o fim, Nina passa por desafios e diálogos que envolvem escolhas; além de todos parecerem designar responsabilidades para ela. A protagonista é o que chamam de rebelde, mas, ao longo da trama, ela parece cada vez mais ceder ao que o exterior exige dela e perceber que há consequências para suas ações. Talvez por estar transitando da infância para a adolescência, que é um período cheio de turbulências, isso ocorra. 

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De forma geral, o filme tem todos os elementos que uma boa animação deveria ter. Mesmo que não traga nada de exatamente novo, ela acerta pois foca no que funciona sempre para o público infantil. A animação tem personagens que cativam, um pouco de drama e a dose certa de humor – menção honrosa para Wupa, o bichinho que conquistou nossos corações. Assim, O Pergaminho Vermelho tem potencial e um grande universo a ser explorado, mesmo que não tenha feito de forma efetiva nesse filme.

Crítica | O Pergaminho Vermelho deixa um universo a ser explorado

Crítica


Título: O Pergaminho Vermelho
Direção: Nelson Botter Jr
Roteiro:  Fernando Alonso, Keka Reis, Nelson Botter Jr e Leo Lousada
Elenco: Isaac Bardavid, Wendel Bezerra, Any Gabrielly, Marina Sirabello, Vynni Takahashi, Marcelo Palermo, Nelson Machado e Alex Minei.


Nota: 3/5

Gabriela Fortalesa
Redatora d'O Quarto Nerd. Apaixonada por música, filmes, jogos e tudo que envolve o universo geek.