Metade de 2021 já se passou e, junto com ele, a primeira temporada da série Loki. Como uma das mais esperadas séries do MCU, a expectativa era alta em relação ao futuro do Deus da Trapaça e o tão aguardado multiverso. Portanto, é concreto dizer que sim, a Marvel novamente entregou tudo que prometeu, mesmo que alguns clichês desnecessários estivessem no meio. Crítica | Loki
A primeira temporada de Loki traz o Deus da Trapaça logo após os eventos de Vingadores (Avengers, 2012), fazendo com que ele crie uma nova linha temporal ao pegar o Tesseract e se teletransportar para outro lugar. Assim, a TVA o captura em nome da proteção de uma linha temporal única. Assim, a história começa quando Mobius (Owen Wilson), agente da TVA, oferece a Loki (Tom Hiddleston) uma oportunidade de ajudar a capturar uma variante junto de sua equipe.
A necessidade cansativa de um romance
Acabamos por descobrir que a variante procurada por Loki e Mobius é, na verdade uma Loki mulher, autointitulada Sylvie (Sophia Di Martino). E, ao longo dos seis episódios, a relação das duas versões se torna interessante e a peça chave de toda a temporada.
Isso acontece porque a interação entre os dois oferece a Loki algo nunca antes imaginado por ele: a possibilidade de confiança mútua. Após o Deus da Trapaça ter um vislumbre da sua vida inteira até sua morte pelas mãos de Thanos, uma ficha cai e ele percebe ao que se sucumbiu: egocentrismo, traição e solidez. Por isso que sua relação com Sylvie é a chave para destrancar essa necessidade de afastar tudo e todos que ele possui.
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Assim, a amizade construída pelos dois durante sua busca dos Time Keepers da frutos que contribuem para a evolução do personagem. E isso era o suficiente. Mas, a infeliz escolha de adicionar um romance entre os dois, principalmente por ser heteronormativo, faz com que a grande revelação antes da estreia da série – sobre a fluidez de gênero de Loki e sua bissexualidade – fosse, de certa forma, apagada.
Não que pessoas bissexuais não possam ter relacionamentos heteronormativos. O problema da questão é mais fundo que isso. É sobre a representatividade para além de uma simples conversa no episódio 3, que através de uma única frase, prova que Loki é bissexual. É preciso normalizar a orientação sexual do personagem, e isso não se faz com apenas uma frase para, logo depois, introduzir um protoromance heteronormativo – que, aliás, é o único tipo de romance que existe atualmente no MCU.
Armas a postos
Mas se o romance foi demais, as coreografias de lutas estavam na medida certa – e muito bem executadas. A roteirização de Sylvie é tão presente e lhe dá todas as características para ser uma Loki mais qualificada, que suas coreografias de luta são sensacionais de assistir. Aliás, se torna um alívio para quem assistiu a série logo após as lutas mal coreografadas de Falcão e o Soldado Invernal (Falcon and the Winter Soldier, 2021).
Talvez o favoritismo do personagem pelos fãs fez com que a qualidade de sua série fosse melhor. É um fator a se considerar já que a qualidade dos efeitos visuais, como do Planeta Lamentis no episódio 3, e da Cidadela, na season finale, são dignos de produções do MCU que só vemos nas telas de cinema.
Bem-vindos ao multiverso
Se não entenderíamos nada de Doutor Estranho no Multiverso da Loucura (Doctor Stranger in the Multiverse of Madness, 2022) sem Wandavision (2021), sem Loki o multiverso nem existiria. O mais aguardado momento da série foi deixado para a season finale, que introduziu de uma vez por todas o multiverso no MCU.
Introdução essa que não só pavimentou a rua pela qual o segundo longa de Doutor Estranho andará como também deixou diversas pontas abertas para a, agora confirmada, segunda temporada. Nos resta aguardar para a resolução delas.
Loki evoluiu o personagem de maneira que nenhum longa havia conseguido até então. Conseguimos entender o que o motiva. E, além disso, como, de uma forma destorcida, Loki conquistou sua versão de redenção – mesmo que uma redenção não tenha acontecido de fato.
A primeira temporada de Loki já está disponível no Disney+. Confira o trailer aqui. A segunda temporada for confirmada, mas ainda não possui data de estreia.
Crítica
Título: Loki
Showrunner: Michael Waldron
Criador: Michael Waldron
Elenco: Tom Hiddleston, Owen Wilson, Gugu Mbatha-Raw, Wunmi Mosaku, Sophia Di Martino, Jonathan Majors
Nota: 4/5
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