Após um pouco mais de cinco meses desde o lançamento da primeira parte, Lupin Parte II estreou no catálogo da Netflix. Assim, a segunda parte conseguiu dar um belo desfecho imprevisível e carismático para uma história que bem que podia ser da mais previsível possível.
Isso porque histórias de vingança são previsíveis na cultura pop. E pela sinopse, Lupin pode ser mal interpretado como uma produção sobre vingança: Homem rico arma para empregado receber a culpa por roubar joia apenas para ganhar o dinheiro do seguro. Anos depois, o filho desse empregado busca vingança e quer justiça, já que homem rico saiu impune. Meio familiar, não?
Sim e não. Se Lupin fosse sobre vingança, até daria para concordar, mas a parte II busca te provar exatamente o contrário, quase como um “senta que eu vou te contar tudo”. Agora, a audiência já é familiarizada com o estilo de Assane Diop (Omar Sy) e como seus planos são montados. Por isso, as explicações de suas ações mirabolantes são feitas em arcos muito maiores, focando, dessa vez, nos relacionamentos de Assane.
A audiência é tratada como aliada ao mesmo tempo que se encontra totalmente cega quanto as minucias dos planos do personagem principal. A excelente escolha de acompanhar Assane e não necessariamente ter sua visão dos fatos torna a proposta de thriller criminal muito mais divertida, já que a própria audiência não sabe como as situações vão se desenrolar, só sabem que Assane sempre conseguirá escapar.
Relacionamentos são a alma de Lupin Parte II
No entanto, não se engane, Diop está mais do que disposto a fazer de tudo por justiça e conseguir com que Hubert Pellegrini (Hervé Pierre) responda por seus crimes. Mas, no meio tempo, temos a chance de conhecer mais sobre Diop. O destaque aqui fica para a cativante amizade entre Assane e Benjamin Ferel (Antoine Gouys), que desde crianças são fascinados pelo personagem Lupin, dos livros de Maurice Leblanc.
Isso, claro, tira o personagem de Gouys do segundo plano e traz diretamente para o grande cargo que é ser cúmplice/ajudante/aliado do ladrão mais procurado por toda Paris. Papel esse que o ator carrega de forma acolhedora, capaz de conseguir acrescentar ao já tão presente carisma do ator Omar Sy.
Além disso, a narrativa consegue criar a mais estranha e funcional relação entre Assane e o detetive Youssef Guedira (Soufiane Guerrab), que está do outro lado da moeda mas para de ver o personagem de Sy como vilão e começa a vê-lo como ferramenta para pegar quem realmente está por traz de tudo. Mas claro, Guedira é apenas um peão no grande tabuleiro de planos de Assane.
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Mas se os destaques são os relacionamentos de Diop nessa segunda parte, fica impossível dizer que a série largou sua diversão no meio do caminho. Aliás, se tem algo que Lupin é, é divertido. Em meios tão apáticos como ainda estamos vivendo em 2021, a série não deixa a bola que levantou em sua primeira parte cair. Ela continua cativando sua audiência com a mistura de carisma, diversão, intriga e ação que propôs em janeiro. É o tipo de produção que te intriga desde o começo, mas que ao mesmo tempo, te entrega todas as respostas, e você termina com sensação de missão cumprida e pronta para a próxima aventura de Assane Diop.
Lupin Parte II já está disponível na Netflix. Assista o trailer aqui.
Crítica
Título: Lupin
Criado por: George Kay e François Uzan
Elenco: Omar Sy, Vincent Londez, Ludivine Sagnier, Clotilde Esme, Nicole Garcia, Hervé Pierre, Soufiane Guerrab, Antoine Gouy, Fargass Assandé, Shirine Boutella
Nota: 4/5
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