Cruella é o futuro!
Todos se lembram da maldosa e impiedosa Cruella De Vil das animação 101 Dálmatas. Todos à temiam, odiavam e até mesmo a achavam cafona. Seu gosto podia ser considerado duvidoso e brega, mas a Disney virou o jogo. Em seu novo live-action, o estúdio traz Emma Stone em uma personagem estilosa, determinada e claro Cruella é cruel. Não é segredo pra ninguém as outras versões da personagem conseguiram trazer a vida a vilã em seu mau mais glorioso, umas mais outras menos. Porém, aqui, a Disney vai além das obsessões da vilã, e mais uma vez o estúdio triunfa ao contar uma história conhecida pelo publico, mas com um olhar diferente.
Em seu primeiro trailer lançado pelo Disney mais cedo esse ano, o estúdio trazia um olhar cruel e até mesmo meio louco para a personagem. Porém, seu filme é muito mais do que uma menina apaixonada por moda pronta para fazer seu nome brilhar nos tabloides. Normalmente, quando somos a apresentados a filmes ou séries que prometem trazer os vilões como protagonistas, a trama faz questão de inocenta-los, mas isso não acontece em Cruella, pelo menos não é o centro de sua trama. Obviamente vemos as origens da personagem, entretanto, diferentemente do esperado, vemos que ela sempre foi agitada, um pouco violenta e claro determinada.
Da animação as telonas (de novo). O que Cruella traz de novo?
A resposta é tudo!
Mesmo tão distante de sua animação, e tão distante de outros projetos live-action que trouxeram a vilã exatamente igual as telonas, Emma Stone brilha por ser diferente, ou seja, única. Mas calma, só porque a história passa por um caminho diferente, e traz propósitos tão longe do que vimos, não é que você não verá semelhanças no filme. As referências estão lá, para refrescar a sua memória, e ainda contém uma cena pós-créditos mais temente e apaixonada a sua obra original.
Nessa nova produção da Disney, vemos Cruella nascer, crescer e por muito tempo atender pelo nome de Stella. Porém, a identidade de Cruella sempre esteve lá, batendo a porta da jovem menina que sempre foi a gasolina e a Cruella a chama. É inacreditável como a Disney não pegou certos takes de Emma Stone brilhando para colocar em seu trailer. Por mais que o mesmo consiga apresentar a trama muito bem, com 2h de filme, algo muito melhor poderia ter sido construído. Mesmo quando sua trama anda pra esquerda, fugindo completamente de sua animação, Emma Stone anda ao lado da animação trazendo A SUA VERSÃO da vilã, mas sem perder qualquer vestígio que a mesma poderia ter.
A construção de Stella para Cruella
Não se engane com esse subtítulo, não é como se uma fosse uma santa e a outra uma lunática, pois sem Stella, não exista Cruella. Mesmo quando Stella precisava abaixar a cabeça e se comportar ela literalmente rugia. Se, essa versão não fosse algo – quase – livre para os públicos, alguns palavrões se encaixariam muito bem nas falas da vilã.
Existe uma linha tênue entre os gênios e os lunáticos, e aqui entra o primeiro desafio da Disney, criar uma personagem brilhante com uma pitada de loucura em seus olhos, mas sem a transformar em uma lunática. Outra desafio que a Disney teve que enfrentar, como colocar a obsessão de Cruella pelos Dálmatas na trama sem dizer que ela quer arrancar suas peles e fazer casacos? E a Disney passa por cima de ambos de salto alto de 15 centímetros. A classe e o estilo que as coisas são feitas é de fazer os olhos brilharem.
Mesmo sendo uma vilã, é lindo e gratificante ver uma personagem tão forte e determinada brilhando como a protagonista brilha. E que continue assim. Está mais do aberta a temporada de caça a jovens pequenas e indefesas no cinema. Emma Stone é sem sombras de dúvidas tudo que uma jovem quer ver nos cinemas hoje em dia. Sua interpretação é carismática, expressiva e obviamente, como a própria personagem aparece com a maquiagem escrita “The Future”, assim descreveremos a atriz, O FUTURO.
Mas Cruella vai além da Cruella?
Mesmo quando a trama falha um pouco em seus efeitos visuais, os mesmos podem se passar despercebidos aos olhos menos atentos. Porém, sua montagem e trilha sonora encherão os olhos e ouvidos dos telespectadores com um show visual (e não é só da moda que estou falando) e de trilha sonora que te fará querer dançar entre as criações da vilã. Mas de novo, mesmo com uma trilha completamente rock ‘n roll, a dúvida do porque isso não estava em seu trailer segue forte?
Com as suas 2h de filme, Cruella prova ser mais que uma vilã e mais do que uma estilista. Cruella, é cruel, é estilosa, e maldosa, usa um humor venenoso, mas sem sombras de dúvidas é o futuro.
Crítica: Cruella
Direção: Craig Gillespie
Atores: Emma Stone, Emma Thompson, Mark Strong, Paul Walter Hauser, Joel Fry e Kirby Howell-Baptiste.
Nota: 4.5/5
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