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Crianças também são do mal em Maligno, filme que trás a temática de reencarnação mas de um jeito mal estruturado e sem ritmo. O terror de Nicholas McCarthy falha em entregar o mínimo que o gênero pede e não cria o básico de simpatia por parte do público para com Miles (Jackson Robert Scott), a criança que tem um espírito assassino reencarnado em si.
Minutos após um terrível serial killer (Paul Fauteux) ser morto por tiros em Ohio, um bebê nasce perto de Pennsylvania. Sarah (Taylor Schilling) e John (Peter Mooney) chamam seu bebê recém-nascido de “milagre” após terem sacrificado muito para tê-lo. E mesmo após Miles demonstrar sinais de comportamento diferenciado, o amor pelo filho continua.
Conforme Miles crescia, ele demonstrava sinais de inteligência avançados e rápida noção lógica, mas após completar 8 anos, ele começa a manifestar sinais preocupantes que chamam a atenção do Dr. Arthur Jacobson (Colm Feore), especialista em reencarnação. Ele então noticia Sarah que seu filho tem, em seu corpo, uma presença obscura e, para expulsá-lo, eles tem que determinar o motivo pelo qual o espírito voltou.
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Enquanto o longa anda por território conhecido, o público consegue decifrar os sustos e momentos decisivos antes mesmo deles acontecerem, o que torna Maligno previsível mas não tira o crédito de seu elenco. Schilling faz um trabalho ótimo com Sarah. Momentos como sua angústia e medo quando ela descobre os atos horríveis que seu filho havia cometido ou aqueles em que ela tem que tomar decisões prescindíveis que irão resultar ou não na salvação de Miles são onde o público de aproxima mais da personagem, mesmo com um roteiro que não da essa brecha.
Mas o que surpreende mesmo é a atuação de Scott. Sua habilidade de mudar não só o jeito de falar, mas também o modo como articula seu corpo todo, o coloca em patamares como James McAvoy em “Fragmentado“, que é mais surpreendente por ser um ator criança.
O roteiro e direção falham em formar uma simpatia com as personagens e um cenário aterrorizante o suficiente para fazer o público pular das cadeiras mas é sustentado por suas atuações, que mesmo não fazendo milagres, ajudam e muito no desenvolver da história. Apesar de não explorar recursos muito além do que o gênero já está cansado de receber, Maligno não foi feito por incompetentes, mas isso não quer dizer que o produto final tenha sido satisfatório.