A indústria cinematográfica está cheia de atores bons que conseguiram de alguma forma se tornarem os queridinhos do cinema, e de atores excelentes que – infelizmente – não possuem o mesmo nível de reconhecimento que os demais. E um deles é Freddie Highmore. Talvez, você saiba de quem estou falando. Ou, talvez, você o conheça como Charlie Bucket (A Fantástica Fábrica de Chocolate, 2005), Norman Bates (Bates Motel, 2013 – 2017) ou até como o Dr. Shaun Murphy (The Good Doctor, 2017 – atualmente).
O fato é que Highmore já trabalhou em diversas produções e sempre conseguiu entregar o melhor de cada personagem, fazendo jus ao seu trabalho e ao roteiro proposto (mesmo quando este não é necessariamente bom – cof cof, A Arte da Conquista, cof cof –), tanto é que o próprio Johnny Depp o quis ao seu lado interpretando Charlie Bucket. Claro que todo ator deveria saber se adaptar as necessidades de cada personagem, mas, sabemos que isso não acontece com uma certa naturalidade.
Como já dissemos no primeiro episódio do nosso podcast (em que falamos sobre o Tom Holland e que você pode conferir clicando aqui), é um alívio quando um ator consegue se adequar a todo tipo de produção e de gênero. No caso de Holland, por exemplo, o alívio é maior ao saber que ele não é apenas um bom ator interpretando o Homem-Aranha, como também, se mostrou bastante talentoso ao atuar em “O Diabo de Cada Dia” (The Devil All the Time, 2020) da Netflix.
Contudo, esse encaixe ao papel é muito mais visível quando falamos sobre Highmore. Claro que é até injusto comparar os dois, visto que um está completando hoje, 14 de fevereiro, seus 29 anos de vida, e o outro ainda irá completar 25 anos em junho. Mas, a grande questão aqui é o motivo pelo qual se sobressai mais do que o outro nas mídias e na própria indústria cinematográfica. E a resposta parece ser bem simples, não é?
Apesar de ter estrelado o remake de uma das maiores produções infantis dos anos 70 e outros filmes de indicação livre (e estou falando de “As Crônicas de Spiderwik” de 2008, em que fez uma interpretação dupla atuando como os irmãos gêmeos Jared e Simon), além dos dramas adolescentes e de contracenar com grandes nomes de Hollywood, Highmore não é tão lembrado quando se trata de novas produções ou de produções com grande poder midiático. Grande parte dessa culpa dá ao fato de que essa indústria – assim como as demais – ainda é muito fechada ao se tratar de padrões e sempre se volta para aqueles que fazem sucesso entre a geração atual.
E é por isso que, em homenagem ao aniversário de Highmore, separamos alguns de seus trabalhos que confirmam a facilidade de adaptação do ator frente as telinhas. Confira:
UM MAR DE AVENTURAS
Como dito anteriormente, Freddie atuou em “As Crônicas de Spiderwick” (The Spiderwick Chronicles, 2008), um filme de fantasia infanto-juvenil que conta a história de uma família que, ao se mudar para uma casa nova, encontra um guia sobre criaturas fantásticas e iniciam uma batalha para protege-lo dos seres mágicos que habitam o quintal da nova residência.
Mas, além disso, Highmore também já atuou em outras produções recheadas de aventuras, sendo elas “Era uma Vez Dois Irmãos” (Two Brothers, 2004), em que estrelou ao lado de Guy Pearce; “Em Busca da Terra do Nunca” (Finding Neverland, 2004), em que contracenou (e conheceu) com Johnny Depp e Kate Winslet; “A Bússuola de Ouro” (The Golden Compass, 2007); além de, é claro, “A Fantástica Fábrica de Chocolate” (Charlie and the Chocolate Factory, 2005).
MUSICALMENTE FALANDO…
Outro lado versátil de Highmore é sua musicalidade. Apesar de não ter demonstrado nenhuma habilidade com instrumentos ou talento vocal, Freddie já atuou em clipes musicais, como o vídeo da música “Girls” da banda The Prodigy em 2004 e o clipe de “You’re My Waterloo” (2015) do grupo The Libertines. Além disso, Highmore protagonizou o filme “O Som do Coração” (August Rush, 2007), o qual conta história de August, um garoto de orfanato que utiliza a música para encontrar seus pais biológicos (que na minha opinião é o melhor trabalho de Freddie).
SERIADOS TAMBÉM FAZEM PARTE
Claro que, por possibilitar um maior aprofundamento do personagem, as séries já trazem uma visão melhor do que os filmes. Porém, o desafio é ainda maior para os atores, uma vez que precisam incorporar o personagem por mais tempo e carregar contigo as lembranças e comportamentos desde o primeiro episódio.
E é isso que faz Freddie Highmore também ser bem experiente quando se trata de seriados televisivos. O ator iniciou sua carreira na televisão ao interpretar o Rei Arthur quando jovem na minissérie “As Brumas de Avalon” (The Mists of Avalon, 2001). A partir daí, sua carreira na TV foi crescendo cada vez mais, fazendo com que o ator passasse a interpretar os protagonistas das histórias.
Em “Close to the Enemy” (2016), por exemplo, Highmore interpretou Victor Ferguson. Em seguida, Freddie protagonizou sua primeira série de terror psicológico e suspense: “Bates Motel”, a qual interpretou Norman Bates e é considerada um prólogo contemporâneo do filme “Psicose” (Psycho, 1960) baseado no romance de mesmo nome de Robert Bloch. “Bates Motel”, no entanto, se passaria antes dos eventos do filme de Hitchcock.
Atualmente, Freddie é Shaun Murphy em “The Good Doctor” (além de produtor e roteirista), um doutor autista que acaba de começar sua residência médica em um dos maiores hospitais dos Estados Unidos. Além dos desafios que a profissão traz, Shaun tem que lidar com o preconceito e o pré julgamento que antecede seus companheiros de trabalho e seus pacientes. Apesar de não ser autista de verdade, Highmore consegue convencer o espectador de maneira eficaz, o que acarretou uma série de pessoas questionando-o sobre isso.
DUBLAGEM E FUTURAS PRODUÇÕES
E como sabemos que artista bom é aquele que consegue convencer até com a sua voz, não podemos deixar de lembrar que Freddie Highmore também é um mestre da dublagem. O jovem ator já emprestou sua voz para jogos de vídeo game e para diversos desenhos animados, como “O Conto da Raposa” (2008), “Astro Boy” (2009), “Justin e a Espada da Coragem” (2013) e “Dragon Rider” (2020).
Além disso, Highmore também está escalado para interpretar o Duque de Cheshire na animação “O Fantasma de Canterville”, derivada do conto de mesmo nome escrito por Oscar Wilde; e Stefano Giraldi na série televisa sobre Leonardo Da Vinci, intitulada como “Leonardo”, ambas sem previsão de estreia.
Highmore já foi Peter Davies, August Rush, Jared e Simon Grace, Charlie Bucket, George Zinavoy e Shaun Murphy. Mas, Highmore nunca foi tão idolatrado como outros atores de sua geração. Talvez seja pelo fato do ator não curtir muito as redes sociais (o que acaba dificultando o trabalho dos fãs clubes – os quais, inclusive, não encontrei -), já que seu talento é tão encantador e adaptável, possibilitando que esteja presente em qualquer gênero cinematográfico, que fica um pouco difícil achar que não tenha conquistado público suficiente.
De qualquer forma, mesmo que sem reconhecimento suficiente, Freddie Highmore ainda é um dos maiores atores da nossa geração, seja pela sua atuação impecável, por seu conhecimento vasto em idiomas (poliglota, Highmore fala, além do inglês, espanhol, francês e árabe), pela seu apoio as comunidades LGBTQ+, ou até por manter sua vida “normal” mesmo após a fama.
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Mas, e você? O que acha de Freddie Highmore?
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