Que a Disney está evoluindo em relação aos seus roteiros machistas, sexistas, racistas e que algumas vezes chegam a ofender uma nação, como é o caso de “Mulan” (1998), todos sabemos. Dessa vez, a plataforma de streaming da companhia bloqueou grandes sucessos antigos em seu catálogo infantil devido à sua representação de estereótipos racistas.
Segundo o portal CBR, títulos como “Peter Pan” (1953) e “Dumbo” (1941) – entre outros filmes que não estão mais disponíveis no catálogo infantil, como “Aristogatas” (1970) – estão sendo bloqueados nas contas de crianças menores de 7 anos no Disney+, não podendo ser pesquisados por eles.
No entanto, todos esses filmes permanecem disponíveis para transmissão em perfis adultos da Disney+ com uma isenção de responsabilidade de conteúdo ofensivo, em que diz:
“Este programa inclui representações negativas e / ou maus-tratos de pessoas ou culturas. Esses estereótipos estavam errados na época e estão errados agora. Em vez de remover este conteúdo , queremos reconhecer seu impacto prejudicial, aprender com ele e iniciar conversas para criar um futuro mais inclusivo juntos. A Disney está comprometida em criar histórias com temas inspiradores e ambiciosos que reflitam a rica diversidade da experiência humana em todo o mundo.”
Tal isenção ainda direciona os espectadores para a seção Stories Matter do site da companhia para aprender mais sobre os estereótipos racistas retratados nesses filmes. No caso de “Dumbo”, isso inclui os personagens corvos que “prestam homenagem a shows de menestréis racistas, onde artistas brancos com rostos enegrecidos e roupas esfarrapadas imitavam e ridicularizavam africanos escravizados nas plantações do Sul.”
Já para “Peter Pan”, a explicação diz que o filme “retrata os povos indígenas de uma maneira estereotipada que não reflete nem a diversidade dos povos indígenas e nem suas tradições culturais autênticas. Mostra-os falando em uma língua ininteligível e repetidamente se refere a eles como ‘peles vermelhas’, um termo ofensivo. Peter e o Garotos Perdidos se envolvem em danças, usando cocares e outros tropos exagerados, uma forma de zombaria e apropriação da cultura e da imagem dos povos indígenas.”
Contudo, além de identificar os conteúdos ofensivos em sua plataforma de streaming, a Disney vem tomando medidas para lidar com as críticas de longa data de representações negativas de raças e culturas em seus parques temáticos. Recentemente, a Disneylândia anunciou que redesenhará o passeio Jungle Cruise para remover os elementos que caracterizam caricaturas racistas de povos indígenas.
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