Que o Reino Unido é o palco perfeito para se montar uma banda de Rock, todos sabemos. A terra de grandes nomes musicais como Queen e The Smiths, também é o berço de uma dos quintetos de Punk-Rock da atualidade: o You Me At Six (também conhecidos como YMAS ou YMA6). Formado por Josh Franceschi (vocal), Max Helyer (vocal de apoio e guitarra base), Matt Barnes (baixo), Dan Flint (bateria) e Chris Miller (guitarra solo), a banda que tem mais de 13 anos de carreira, acaba de lançar o seu sétimo álbum de estúdio: “SUCKAPUNCH”.
Após já terem servido como trilha sonora para um dos jogos de futebol para videogame mais conhecido do mundo – FIFA -, a banda formada em Surrey, na Inglaterra, decidiu explorar novos territórios no novo álbum, ainda que, diferente de “Cavalier Youth” (2014) e de “Night People” (2017), “SUCKAPUNCH” (2021) traga ainda mais o Rock pesado conhecido da banda.
E é assim que o disco começa. As duas primeiras canções – “Nice to me” e “MAKEMEFEELALIVE” – que abrem o álbum, é capaz de transportar os fãs a uma era antiga da banda, em que os acordes eram mais “crus” e os sons dos instrumentos – principalmente a bateria e a guitarra – se faziam mais presente junto ao screamo do vocal de Josh. Ainda sim, ambas as canções servem como base para o ambiente sombrio e deprimente que se desenvolve no disco.
Em seguida, “Beautiful Way” aparece para mudar o cenário e transcorre entre calmaria e gritaria, uma boa escolha para decorrer entre o Punk-Rock de garagem e a mistura de Rock com R&B que está por vir, ainda que a letra da canção exija uma atenção maior do ouvinte.
E por falar na combinação de Rock com R&B , “WYDRN”, a quarta música do álbum, demonstra o desejo que a banda tem de progredir musicalmente, misturando esses estilos que, inicialmente, podem até conquistar os fãs, mas, que acaba se perdendo ao longo da canção.
E a música que dá nome ao álbum também não é muito diferente disso. Quando “SUCKAPUNCH” foi anunciada como single, os fãs pareceram não curtir muito. Isso porque abraça um estilo de Rock dançante com uma batida Eletrônica bastante presente, e que até dá espaço para o Rock crescer gradualmente durante a música.
Após essa mudança drástica de ritmos, vem “Kill the mood”. A música, que dispensa as intervenções da guitarra de Miller, também possui um toque de R&B, ainda que este seja da era de Justin Timberlake dos anos 2000. “
E assim segue o álbum, que traz “Glasgow” em seguida, com aproximadamente 6 minutos de música. A faixa tem uma melodia bastante lenta e sua letra – que aborda a separação e a perda de um grande amor – parece ter sido escrita por um jovem adolescente amargurado com a vida, com uma pegada mais Indie Rock. Mas, ainda sim, essa é uma das melhores canções do álbum.
Em seguida, tem-se “Adrenaline”, que, como se não bastasse a mistura de ritmos distintos do disco, é facilmente confundida com as canções de Imagine Dragons. “Voicenotes”, por outro lado, mostra uma leve reerguida dentro do Rock convencional dos meninos, mas, claro, com uma letra que – mais uma vez – aborda o romance. Entretanto, ainda é uma boa canção para introduzir as duas últimas músicas do álbum.
“Finish What I Started” – a penúltima do disco – explora bastante uma saúde mental turbulenta, trazendo frases como “Are you the one that’s living a lie?Are you the one that feels empty inside?” (Você é o único que está vivendo uma mentira? Você é o único que se sente vazio por dentro?), perfeitamente combinada com a capa do disco.
Por fim, o disco se encerra com “What’s it like”, que apesar de não agradar muitos alguns críticos e alguns fãs, é uma combinação perfeita de Rock com Hip-Hop, trazendo uma montanha russa do primeiro gênero adicionada a sintetizadores musicais e se juntando ao top 3 do disco.
A verdade é que, apesar dos novos estilos (Eletrônico, Punk, Emo, Hip-Hop, R&B e Indie) que a banda parece explorar no novo álbum, “SUCKAPUNCH” chegou para mostrar que YMA6 está preparada para fincar suas raízes na vanguarda do Rock britânico moderno. Claro que, a banda ainda se apoia nos demais estilos com a mesma intensidade que se apoia no Punk-Rock, mas, é isso que a faz única.
Outro fato bastante relevante é que, mesmo com as melodias e as batidas convincentes, as letras das canções parecem ser uma mistura de Justin Bieber – que canta sempre suas superações amorosas – com a antiga YMA6 de 2007.
Em suma, “SUCKAPUNCH” pode ser ditado como o álbum mais empolgante da banda desde “Take Off Your Colours” (2007), chegando até a lembrar os fãs da era de “Sinners Never Sleep” (2011) – o disco produzido em parceria com Oliver Sykes (Bring Me The Horizon) e Winston McCall (Parkway Drive) -, com uma pegada sombria, letras pesadas e escuras e uma melodia bem distante dos ritmos conhecidos da banda.
SUCKAPUNCH
Artista: You Me At Six
Ano de lançamento: 2021
Gravadora: AWAL Recordings
Nota: 3,5/5
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