O curta metragem pernambucano Inabitável foi o único representante do Brasil no consolidado festival de cineastas independentes de Sundance.
O Festival de Sundance vem desde 1978 com o intuito divulgar novos trabalhos de cineastas independentes ao redor do mundo. O evento acontece todos os anos no mês de janeiro e é o maior festival de cinema independente de Utah. A próxima edição do festival irá acontecer de forma presencial e online devido a pandemia do Coronavírus.
Dirigido por Matheus Farias & Enock Carvalho o filme conta a história de Marilene, que procura por sua filha Roberta, uma mulher trans que está desaparecida depois de não retornar de uma festa. Enquanto corre contra o tempo, ela descobre uma esperança para o futuro. Pouco antes da pandemia, o mundo experimenta um fenômeno nunca vistos antes.
O filme é protagonizado pela atriz Luciana Souza que já atuou em Bacurau, Ó Pai Ó, e Flores Raras, a atriz já foi premiada no Festival Mix Brasil. Com um elenco forte, composto também pelas atrizes Sophia William, Erlene Melo, Laís Vieira, Eduarda Lemos e os atores, Val Junior e Carlos Eduardo Ferraz.
O filme retrata a realidade do nosso país que é atualmente o que mais mata a população LGBTQIA+, mostrando a verdade sombria no dia a dia dos brasileiros. O filme foca na crise que o Brasil vive hoje costurando passado presente e futuro.
A estreia mundial de Inabitável foi transmitida na Mostra Competitiva do 31º Festival de Curtas-metragens de São Paulo, e em setembro, foi exibido na competição de Curtas-Metragens Brasileiros do 48º Festival de Cinema de Gramado, em outubro, na Mostra Olhares Brasil do 9º Olhar de Cinema – Festival Internacional de Cinema de Curitiba. Também foi selecionado para a competição do 30º Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema e do 53º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, ambos em dezembro.
O roteirista e diretor Enock Carvalho afirma estar muito satisfeito com a exibição dos filmes nos festivais:
“Estamos muito felizes com o fato de o filme estar na seleção oficial do Festival de Sundance porque isso significa que muitas pessoas o descobrirão a partir de agora. Isso gera uma nova onda de pensamentos em torno do filme, novos debates e críticas. Sundance é uma maravilhosa vitrine para o cinema mundial e o filme toca em questões sobre o Brasil que são muito importante.”
E Matheus Farias completou:
“A exibição do filme em festivais online permite que mais pessoas, inclusive as que não frequentam habitualmente os festivais de cinema, consigam assisti-lo. Desde a estreia em agosto, a trama tem participado de vários festivais brasileiros e internacionais e já soma 10 prêmios. Estamos muito felizes com essa trajetória e é muito importante pra gente que ele continue circulando, sendo assistido e discutido. Diante de tudo o que vem acontecendo no Brasil nos últimos tempos é incrível perceber como ele reverbera de forma única através de cada exibição.”
As filmagens começaram em dezembro de 2019, mas o projeto já estava no papel há três anos, teve a participação de aproximadamente 40 profissionais pernambucanos e de outros estados compondo a equipe. O filme tem produção executiva de Vanessa Barbosa, direção de produção de Amanda Guimarães, figurino e caracterização de Libra, direção de fotografia de Gustavo Pessoa, produção de elenco de Felipe André Silva e trilha sonora de Nicolau Domingues.
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