Crítica | Euphoria, episódio especial é uma terapia pesada, com dilemas entre viver e morrer

Euphoria

A versão norte americana da série Euphoria foi um sucesso absoluto. Estrelado pela atriz e cantora Zendaya, a série foi um grande sucesso em sua estreia se tornando rapidamente um dos carros chefes da HBO após o termino de Game of Thrones. Enquanto a segunda temporada não chega, a HBO resolveu surpreender os fãs da série com dois episódios especiais, como um forma de aquecimento do que está por vir, e do que ficou em aberto para a segunda temporada.

A terapia

Mas veja bem, no final do seu primeiro ano, Rue (Zendaya) tem uma recaída quando Jules (Hunter Schafer) parte e-a deixa pra trás. Levando a apresentação musical dos último minutos da série, que nos apresenta mais uma das alucinações de Rue, sendo assim, era fácil acreditar que a personagem teve outra overdose. Dessa forma, acreditava-se que esse especial poderia trazer a personagem no hospital novamente, mas não. Ao invés disso, vemos Rue sentada em um café com Ali (Colman Domingo), em uma véspera de natal, algo simples, mas focado na vida de Rue, uma sessão terapêutica com quem já esteve em seu lugar. A personagem começa falando sobre como está bem, que passou por tudo, e que encontrou esse equilíbrio incrível que está vivendo. Mas claro que, sabemos que tudo não passa de uma farsa, ela está chapada de novo.

E obviamente, não demora muito pra que Ali a desmascare, a expressão no rosto da atriz sai facilmente da falsa felicidade para a solidão e desgosto com ela mesma em fração de segundos. Então, pela primeira vez, ela começa a ser sincera. “Eu dependia muito dela, coloquei minha vida emocional nas mãos dela… como eu estava fazendo plano pra nossa vida juntas, fiz dela o problema, quando na verdade sou eu“. Ali conversa com a jovem sobre os problemas que as drogas trazem para vida das pessoas: “Quando mais tempo você usar, mais você perde, família, amigos, tudo“. E então começa os mistérios desse episódio, Rue começa a contar uma série de acontecimentos que não foram mostrados na primeira temporada, sua vida com Rue, sua mãe e irmã. É fácil acreditar que a jovem está mentindo sobre tais, ela até parece se perder ao contar a ordem deles.

Rue pode estar lutando por sua vida

Não faria sentido que tais acontecimentos, principalmente os relacionados a Jules, tenham acontecido depois do final da série, já que a mesma foi embora. Enquanto as brigas com sua mãe não sejam difíceis de acreditar. Porém, o que nos leva a resposta de que Rue na verdade teve sim uma overdose, e que essa conversa com Ali, possa não passar apenas de seu subconsciente lutando para sobreviver, é o fato da jovem aparecer em cenas românticas com Jules no começo, que logo diz: “Consegue acreditar?! É tudo que nós sonhamos.“, quando sabemos que é tudo que RUE sempre quis, não Jules, até então ela foi embora. Assim que Jules sai de cena, Rue entra no banheiro ‘da casa em que as duas moram‘ para se drogar, mas de alguma forma, a jovem sai de um banheiro público de uma lanchonete, ou seja, mais uma alucinação dela.

E dessa forma a jovem começa a conversar com Ali, o que nos guia entre as dores e preocupação da protagonista, não demora muito para ela começar a falar sobre a morte. Como de fato, é algo que ela segue aguardando acontecer, e que nada ainda aconteceu por conta das drogas, ela se apoia emocionalmente nelas. Em toda conversa passamos não só pelas dores nas quais Rue se enfiou, mas também nas sua raízes, as razões pelas quais levaram na a essa situação. Quando o assunto da crença entra em ação, ela logo se fecha e se revolta quando Ali fala sobre Deus, já que aa mesma perdeu o pai cedo demais.

A todo momento Rue traz mais e mais problemas para a conversa, enquanto Ali traz a solução para todos. Mais uma vez, fortalecendo a ideia de uma briga interna entre viver ou morrer.

O primeiro episódio especial é simples, é facilmente notável que foi produzido durante a pandemia, que não há muitas pessoas no ambiente, mas aqueles que aparecem mantem a distancia. Não há grandes quebras no dialogo, nem em sua direção, tudo se mantém o mais quadrado possível. A série mantém seus tons escuros e tristes, buscando cada vez mais focar nas expressões da agora ganhadora do Emmy, Zendaya. Ainda há muito o que descobrir sobre, e muitas perguntas só serão respondidas no especial que contará com Jules, se tais momentos aconteceram ou não, só Jules poderá dizer.

Rolling Stone · Euphoria: Tudo o que sabemos sobre o episódio especial -  data, sinopse e mais

Crítica: Euphoria especial: Trouble Don’t Last Always
Nota: 4/5

Avaliação: 4 de 5.

Dirigido e escrito por: Sam Levinson

Veja também: Euphoria | HBO anuncia data de lançamento do segundo episódio especial

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Marta Fresneda
Líder do site de entretenimento O Quarto Nerd. Apaixonada por cultura pop, com objetivo de influenciar e incentivar mulheres na área de comunicação voltado ao mundo nerd.