Crítica | Nasce Uma Rainha representa uma vitória para a comunidade LGBT+

Com humor, glamour e muito brilho, as populares drags Gloria Groove e Alexia Twister assumem o desafio como madrinhas em Nasce Uma Rainha de transformarem a vida de pessoas que sonham em se tornarem drag queens e se conhecerem melhor.

Sem a menor dúvida, a Netflix acertou no formato e na escolha das madrinhas extremamente carismáticas.

Cada episódio uma nova pessoa chega para contar a sua história e, de forma bastante intimista, Groove e Twister fazem perguntas sobre a vida pessoal da nova rainha, de maneira que mergulham dentro das vivências, inseguranças e relações de cada convidado, para que a partir daí, possam levá-lo a um caminho de autodescoberta, emoção, transformação e auto aceitação.

O formato de Nasce Uma Rainha é leve e simples. Cada candidato conhece as duas madrinhas e em seguida ganham dicas, conselhos e truques para performance, confiança, maquiagem e lado artístico dessas personagens de forma didática, até porque, como elas mesmas dizem, “ser drag queen não é fácil!”. Também são abordadas as questões da comunidade no dia a dia, batalhas e preconceitos trazidos por cada rainha. O melhor de tudo é que Gloria Groove e Alexia Twister não estão sozinhas nessa jornada! Ao longo da produção, elas trazem convidados como Tiago Abravanel, Vinícius Nascimento, Silvério Pereira, Ginger Moon, Johnny Hooker e Larissa Luz.

Durante o programa, os conflitos também aparecem. Normalmente os candidatos contam para Groove e Twister quem são as pessoas mais importantes na vida deles, mas que muitas vezes não aceitam de forma positiva essa transformação que estão se propondo a fazer. A partir disso, as madrinhas correm atrás para compreender essa resistência, tentar convencer e mostrar que talvez essa decisão seja algo que vá mudar a vida daquele convidado. Inclusive nessa parte fica bem claro que algumas das pessoas que resistem a essa novidade, muitas vezes tem esse tipo de comportamento por não saberem o que é exatamente uma drag do que por apenas terem preconceito.

O grand finale são as apresentações das rainhas. É como se elas renascessem, se transformando em borboletas prontas para mostrarem todo o talento para o universo e brilharem com muito, mas MUITO glitter e atitude. É o momento em que largam todas as inseguranças de lado, colocam em prática os aprendizados que adquiriram para se tornarem drags e se apresentam para um público super animado, muitas vezes deixando Gloria e Alexia emocionadas com os resultados.

Com toda a certeza, Nasce Uma Rainha foi uma vitória para a comunidade LGBT+. Apesar do Brasil ter programas que abordam esse tema, como Drag Me as a Queen, é importante reforçar e falar sobre essa tribo cada vez mais, para que as pessoas consigam entender melhor esse universo e, quem sabe, diminuir o preconceito, já que o Brasil está entre um dos países mais homofóbicos do mundo.

Ao todo são seis episódios em torno de 40 minutos cada no streaming da Netflix com os participantes Paola Di Verona, Juju Glow, Carlão Sensação, Ramona, Indra Haretrava e Adla Davis. É uma série que vale a pena assistir com toda a família para entender mais sobre esse assunto, rir e se emocionar.

Crítica: Nasce Uma Rainha

Temporadas: 1

Gênero: Estilo de Vida, Programas e séries brasileiras, Reality shows

Direção: Gustavo Mello, Mari Nunes

Elenco: Gloria Groove, Alexia Twister

Nota: 5,0

Avaliação: 5 de 5.

Veja também: Crítica | The Liberator vem com novidades mas não se arrisca

Ludimila Villalba