11 anos de 2012: O retrato de uma humanidade enfraquecida

2012

Sim, hoje fazem 11 anos do lançamento do filme 2012. O filme foi um sucesso de bilheteria em 2009 e até hoje há uma certa divisão quanto a questão do longa ser ou não uma boa retratação do Apocalipse. O filme faz referências ao Calendário Maia (ou Calendário de Contagem Longa), que previa que o mundo iria acabar em 21 de dezembro de 2012. Os personagens são inseridos em um retrato de eventos cataclísmicos que se desenrola no ano de 2012.

Tentando fazer de tudo para salvar a vida de sua família, o escritor fracassado Jackson Curtis segue os conselhos de um profético apresentador de rádio e corre para fugir da morte. Para se salvar, há apenas uma solução, conseguir comprar passagens para as poucas arcas espaciais construídas pelos chineses que permitem a sobrevivência de quem estiver no planeta…porém há um problema, cada passagem custa em torno de €1 bilhão de euros.

Isso já diz muito sobre como a humanidade é retratada na obra. Um salvamento coletivo, pelo qual só serão salvos aqueles que provém de berço de ouro, ou então, aqueles que foram selecionados de alguma forma (seja capacidade intelectual ou outro motivo). Mais da metade da população mundial não sabe da verdadeira catástrofe que está por vir e mesmo se soubessem não conseguiriam ser salvos.

Foto: Reprodução

Os personagens do longa são bem estereotipados para um filme dessa “classe”. Há o pai que consegue reunir a família em meio à catástrofe, o cientista preocupado com o bem da humanidade, aquele que acredita em teorias conspiratórias constatando a veracidade das informações que obteve, o empresário egoísta, a namorada descartável e interesseira… Mas esse não é o real foco do filme.

2012 retrata de maneira até que razoável, como a humanidade pode falhar enquanto espécie. Falta de empatia, egoísmo, soberba… tudo isso é exposto no filme através dos comportamentos dos personagens. Além da “salvação coletiva”, existem algumas outras cenas que retratam esses comportamentos. A cena que Yuri deixa sua namorada e alguns outros personagens à beira do nada, enquanto ele e seus filhos são salvos pelo exército chinês, ou então quando Carl Anheuser (Oliver Platt) ignora o fato do presidente dos EUA (Danny Glover) não ter adentrado na arca espacial, escolhendo morrer junto com quem ficou na Terra, como forma de pagar pelo fato de não ter dado a notícia do fim do mundo antes, para a população de seu país.

Há aspectos interessantes na trama, em especial a influência do lado capitalista no plano de fuga traçado. Nem tanto por sua existência, mas pela forma realista como é apresentada. O contraste com ideais nobres e humanitários, apesar de previsível, merece atenção.

Um ponto interessante do filme, talvez o mais interessante, é o fato daqueles que sabem da iminente destruição global tentarem salvar de alguma forma, as obras artísticas (como a Mona Lisa) e também obras intelectuais, como alguns livros.

Foto: Reprodução

Apesar de não ser uma obra e retratação perfeita, 2012 é um filme bem legal pra passar o tempo caso você releve algumas escorregadas do roteiro. Conta pra gente o que você acha do filme e se o filme é tão assustador quanto a realidade de 2020.

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Eduardo Braga