Crítica | Os 7 de Chicago

Os 7 de Chicago

A Netflix disponibilizou, na Sexta-Feira (16), Os 7 de Chicago, novo longa com roteiro e direção por Aaron Sorkin – diretor responsável pela obra A Rede Social -. O filme possui um elenco composto por Sacha Baron Cohen (The Spy), Eddie Redmayne (A Teoria de Tudo), Joseph Gordon-Levitt (Project Power), Yahya Abdul-Mateen II (Nós), entre outros.

Baseado em uma história real, o filme segue acompanha um grupo de ativistas que protestavam contra a Guerra do Vietnã durante a Convenção Nacional do Partido Democrata, em Chicago, no ano de 1968, quando foram detidos pela polícia. Acusados de conspiração e incitação ao tumulto, os sete se tornaram o centro de um debate na sociedade americana sobre os limites do direito de protesto e do uso da força policial para conter situações potencialmente tumultuosas. (Confira o trailer abaixo:)

(Vídeo: Netflix Brasil)

O filme inicia trazendo o contexto histórico da trama, com os assassinatos de Martin Luther King e Robert Kennedy e a Guerra do Vietnã. Além de apresentar os principais personagens da história e suas motivações para iniciar o protesto. Nestes primeiros minutos já é possível notar um dos maiores destaques desta obra, a incrível mesclagem entre as imagens reais e as fictícias, que decorrem até o final do filme.

(Imagem: Protestos em 25 de Agosto)

Outro ponto que chama a atenção é a apresentação dos fatos de uma forma não linear. Conforme o julgamento dos 8 de Chicago – que depois é explicado o por que de na realidade ser 7 – é levado adiante, flashbacks ocorrem e nos mostram os acontecimentos do protesto. Mesmo com 2h10min, em alguns momentos o filme passa a sensação de que a história está sendo contada de forma rápida, com falta de detalhes importantes para uma construção maior da história. Uma saída para este problema seria se a história tivesse sido contada em um formato de minissérie, como por exemplo, a ganhadora de Emmy, American Crime Story: O Povo contra O. J. Simpson.

É indispensável citar a atuação deste elenco de peso. Bobby Seale (Yahya Abdul-Mateen II) é o maior destaque da trama, mesmo sendo o personagem de menor tempo de tela entre os principais – o que é um ponto negativo. Como já dito acima, uma grande parte da história acabou sendo perdida por ter sido contada de forma rápida -. As cenas em que ele se encontra como principal são mostradas de uma forma que foi possível criar a sensação de impotência no telespectador. Os conflitos entre Abbie Hoffman (Sacha Baron Cohen) e Tom Hayden (Eddie Redmayne) também chamam a atenção, pois mesmo ambos estando do mesmo lado, há uma diferença entre suas visões.

(Imagem: Netflix)

O filme não é apenas a narração de uma história antiga, mas sim uma reflexão sobre como mesmo depois de 52 anos, nossa sociedade mudou pouco – ou quase nada -, e em como vários fatos ainda se encaixam perfeitamente com o contexto atual dos Estados Unidos, e do mundo – como por exemplo, a proximidade das eleições presidenciais, a violência policial que se mostra cada vez mais brutal, e em como o racismo ainda está longe de acabar -. E mesmo sendo uma mensagem que tem como principal foco atingir o público norte-americano, pode ser facilmente recebida por telespectadores de todo o mundo.

Os 7 de Chicago já está disponível para streaming na Netflix.

Os 7 de Chicago

Direção: Aaron Sorkin

Elenco:  Sacha Baron Cohen, Eddie Redmayne, Yahya Abdul-Mateen II, Frank Langella, Jeremy Strong e Joseph Gordon-Levitt

Nota: 5/5

Avaliação: 5 de 5.

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Karina Sena