Finalmente chegamos ao grande momento da série. Se Vingadores: Ultimato está sendo considerado um dos maiores eventos cinematográficos dos últimos anos, Game of Thrones chega com o maior da história televisiva. Não é preciso negar que desde que foi anunciado o episódio, já esperávamos naturalmente um espetáculo visual. Não-por-acaso, o episódio foi dirigido por Miguel Sapochnik já dirigiu alguns episódios da série incluindo os mais famosos como Hardhome e Battle of the Bastards, e também estará por trás do quinto episódio dessa temporada – então é melhor ir se preparando. A tensão construída pelos dois primeiros episódios não foi blefe. A sensação de de despedida e de terror chegando foi realmente necessária.
Desde os primeiros segundos somos posicionados a ver cada personagem principal, não só sua posição na vindoura batalha mas também sua posição emocional e esse é um dos fortes da direção de Sapochnik, explorar as emoções dos personagens em momentos como esses, não com palavras, mas mostrando suas expressões. Tão necessário quanto mostrar uma batalha bem dirigido e produzida, é saber lidar com seus personagens em maio a isso. Apesar de necessário ser uma luta noturna, a fotografia escura e qualidade da transmissão acabaram prejudicando a experiência, mas não entrarei nesse mérito aqui.
É importante lembrar as aparições anteriores dos Caminhantes Brancos na série sempre trouxeram destruição e morte e acho que é importante lembrar isso mesmo com nossos personagens se preparando e sabendo o que estava a caminho. Mesmo com o maior exército reunido e com dois dragões é necessário estar preparado. Como Brandon Stark (Isaac Hempstead Wright) revelou no episódio passado: os Caminhantes e seu exército tem um único propósito e ele é morte, eles estão preparados para tomar qualquer medida para destruir sem importar o sacrifício. Algo que foi realmente exibido. Também mostrou que as atitudes deles não são tão desmedidas, afinal eles possuem uma certa estratégia mesmo que em diversos momentos ela não seja necessária.
Não foi necessário muitas palavras ou um roteiro complexo para o episódio. Cada tensão criada estava exatamente onde precisava: no visual. Realmente houveram poucas falas e conversas se compararmos com a série toda e isso ajudou a construir o ambiente tenso e agonizante nas cenas que por sua vez pareciam um “survival horror” – palavras do diretor. A trilha sonora de Ramin Djawadi também cumpre seu papel como personagem. Se em The Winds of Winter – episódio também dirigido por Sapochnik – ouvimos a trilha “The Light of the Seven” que ajudou a narrar e construir o que estava por vir, no clímax ouvimos uma (se não a mais) das músicas que melhores constroem essa tensão criando alguns momentos dignos dos livros que se basearam: poéticos.
The Long Night cumpriu a que veio, além de ser a maior batalha na série, é um dos maiores espetáculos televisivos já presenciados. Mesmo que a série venha pecando em alguns momentos por se perder ou se apressar no que fazia também, ela sabe aproveitar de si mesmo nos apresentando uma grandiosa produção e uma direção na medida.
NOTA: 10/10