No começo de 2017, a Netflix anunciou que faria um reboot do reality show Queer Eye for The Straight Gay – dessa vez intitulado somente Queer Eye. O anúncio gerou grandes expectativas, já que os fãs da série original e uma geração completamente nova estavam esperando o lançamento.
O reality juntou cinco homens gays – o Fab Five (ou Cinco Fabulosos): Antoni Porowski, especialista em comida e vinho; Bobby Berk, especialista em design; Karamo Brown, especialista em cultura; Jonathan Van Ness, profissional de beleza e cuidados pessoais e, por fim, Tan France, que lidera o departamento de moda.
O objetivo do reality é simples: o Fab Five tem a tarefa de usar seus conhecimentos e habilidades específicas para ajudar, em cada episódio, uma pessoa diferente a conquistar confiança e autoestima e descobrir novos interesses ao mesmo tempo que trabalha em abrir sua própria mente. E é aí que Queer Eye se mostrou uma esperança no nosso mundo atual.
Porque o reality atravessa a barreira da tela. Ele propõe não só mudar a pessoa do episódio, mas também sua própria audiência. A forma com que cada um dos cinco busca melhorar a qualidade de vida da pessoa que estão transformando impacta quem sente estar com o mesmo problema. E é por isso que o nome do primeiro episódio é “Você não consegue consertar feio” e, no final, a sensação é de que nunca nem existiu “feio” para ser consertado.
A autoestima pode ser encontrada em diferentes campos, e é isso que o reality mostra. Seja cozinhando, aprendendo a fazer uma limpeza de pele, mudando o ambiente que vive, dando a sua cara para suas roupas ou aprendendo um hobby novo, o mais importante é estar bem consigo mesmo.
Ocupar lugares e representatividade
Aliás, é muito comum ver na internet depoimentos de fãs relatando o impacto que cada novo episodio tem em suas vidas. Porque ser LGBT+, mesmo em 2020, ainda é muito difícil. Ver pessoas da comunidade ter seu próprio reality no maior serviço de streaming do mundo e, essas mesmas pessoas serem carregadas de autoconfiança, presença e amor próprio? É se sentir representado. É ocupar lugares antes nunca antes imaginados e fazer com que o diálogo chegue a mais pessoas.
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Queer Eye, mesmo sendo um reboot de outro reality show, é inovador. E cada temporada tem provado novamente isso. Esses cinco “homens gays” – e entre aspas mesmo, porque eles são muito, muito mais que um rótulo – querem mudar a vida da pessoa que está com eles naquele episódio, mas a da audiência também. Ocupar lugares e fazer com que sua voz seja ouvida é o que tornou a série um sucesso mundial e permitiu que tivesse edições especiais, como Queer Eye: We’re in Japan!
Então, se em algum momento houve dúvidas se Queer Eye valia a pena, a resposta é sim. Seja qual for seu gênero ou atração sexual, a série tem se provado mais abrangente – e mais atual – do que nunca. E , em tempos de isolamento social, não há nada mais benéfico para a saúde mental do que lembrar que você é importante.