Essa semana chegou aos cinemas o segundo filme do reboot de Jumanji de 1996. Jumanji: Próxima Fase é engraçado, a troca de personagens é sem dúvidas o ponto forte de toda a trama, com mérito as atuações que estão de tirar o fôlego (de tanto rir), Jake Kasdan soube pegar o melhor de cada ator/atriz para o filme. Mas infelizmente, a trama abusa demais dos clichês que todo filme de aventura tem, demorando demais para dizer o que todos os telespectadores perceberam, fazendo suspense com o óbvio, deixando por alguns poucos segundos a trama lenta e longa.
Claramente quando ouvimos falar sobre algum reboot sobre algo que amávamos em nossa infância, o primeiro pensamento é “Não estraguem por favor”. Porém, desde Jumanji: Bem-Vindos à Selva, a Sony Pictures quis trazer uma nova visão para aqueles que amavam o filme do Robin Williams, com respeito a produção, mas trazendo uma nova aventura para os fãs. Tal feito, é gloriosamente repetido em Jumanji: Próxima Fase, trazendo novos personagens para Jumanji, mas dessa vez com uma pequena troca de papéis. Bravestone (The Rock) que foi Spencer no primeiro filme, dessa vez fica com o vovô Eddie, Mouse (Kevin Hart) que foi Fridge no primeiro agora está com o amigo de longa data de Eddie, Milo. Enquanto Martha retorna como Ruby Roundhouse (Karen Gillan), Fridge dessa vez está como o Doutor Shelly (Jack Black).
Inicialmente, as ações de Spencer levam os amigos (que agora enfrentam a amizade e até mesmo namoro á distância), ao jogo bugado, mas o quarteto não são os únicos a retornar para o jogo. O avô de Spencer, Eddie e o seu antigo amigo de longa data (mas que seguem com uma amizade conturbada), Milo acabam sendo enviados para o jogo também. É a participação dos dois que torna a história mais engraçada, assim como no primeiro filme que os atores dos avatares (The Rock, Kevin Hart, Karen Gillan e Jack Black) procuram trazer a personificação dos atores que fizeram os personagens no “mundo real”, incluindo o jeito de falar. Dessa vez, não foi diferente!
The Rock e Kevin Hart trazem uma atuação quase perfeita de suas interpretações dos personagens de Danny DeVito e Danny Glover, e claro que a forma de falar, expressões faciais são o ponto forte dos dois, sendo a grande comédia do filme, tal feito que pode ser perdido um pouco na Dublagem, já que ambos trazem uma perfeita “imitação” das vozes originais de Glover e DeVito.
Claro que a sequência do sucesso de Bem-vindos à Selva tinha que ser algo grande e magnífico, novos ambientes e desafios são criados, com isso, a trilha sonora trás o melhor do que tivemos no filme anterior, mas dessa vez um pouco mais exagerada, criando expectativa sonoras em cenas que não tinham a necessidade de tanto som. Claramente tal exagero acaba trazendo uma imensa quebra entre o passar de uma trilha para outra, o que deveria trazer uma mixagem leve entre uma cena e outra acaba sendo “sentida” com facilidade. Assim, a quebra de clima acaba acontecendo com uma frequência gigantesca, de uma cena de mistério, para um cena feliz de reencontro em um passar de segundos. Enquanto em poucas cenas a trilha sonora se encaixa tão bem, em outras aparenta que a mesma apenas se reiniciou, como se estivesse em um replay, e então é claramente cortada pela metade para introdução de algo mais dramático.
Como dito aqui antes, a necessidade de trazer algo maior e mais magnífico era gigantesca, e dessa forma, com o jogo bugado, os jogadores acabam saindo da floresta e indo para outros ambientes. Claro, quanto maior o ambiente, maior a ideia, haverá a maior necessidade de usar CGI. De perto, os efeitos especiais abusam dos detalhes, mas quando a câmera plana o ambiente, e a fotografia nos faz enxergar o ambiente de um ponto de vista maior (de longe), e ai que vemos a diferença clara do que é efeito especial e o que é real. O que acaba se repetindo com frequência no filme, já que a direção de Jake Kasdan (que também dirigiu o primeiro), quer trazer essa experiência magnífica aos olhos dos fãs, mas algo que não passará despercebido aos olhos dos mais atentos.
Criar uma sequência grandiosa é um grande desafio, mas Jake Kasdan trás a expectativa para a trama, mas é inacreditável que foi preciso Kasdan, Scott Rosenberg e Jeff Pinkner para um roteiro recheado de clichês, que com toda certeza poderia não repetir o mesmo passos que repetiu no primeiro filme, finalizando da forma mais preguiçosa possível. O filme super clichê com certeza deixará o telespectador desanimado, mas, tal escolha de terminar de forma clichê, tenha sido a escolha para surpreender os fãs mais fervorosos de Jumanji.
Então espere a cenas pós-créditos, valerá a pena.
Jumanji: Próxima Fase (Jumanji Next Level)
Direção: Jake Kasdan
Nota: 3.5/5
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