Crítica: Estrelas de Cinema Nunca Morrem abusa do clichê quando poderia abusar do diferencial

Estrelas de Cinema Nunca MorremTítulo Original: Film Stars Don’t Die in Liverpool

Elenco: Annette Bening, Jamie Bell, Vanessa Redgrave, Julie Walters

Direção: Paul McGuigan

Duração: 106 minutos

País/Ano: Reino Unido/2017

Distribuição: Diamond Films


Eis a era de pequenos produções que tentam trazer algum romance lindo e cheio de alma “shakespeariana“, mas bem dita sejam as almas que tentam e tão grande, falham. Estrelas de Cinema Nunca Morrem dirigida por Paul McGuigan, o filme britânico tenta trazer uma história comovente para se chorar até os olhos caírem, mas falha e acaba deixando sua fotografia e paleta de cores o grande atrativo do filme. Em si a trama tenta trazer um romance caloroso, com um casal que é não tão abordado nas telonas, mas a trama falha quando abusa do clichê, e em não abusar do seu diferencial. A trama traz a atriz Gloria Grahame (Annette Bening) que um dia já foi muito conhecida por sua voz e por sua beleza, e até mesmo por ser vencedora de um Oscar, mas que agora, décadas depois, passa por uma fase de esquecimento, mas ainda carregando consigo todo egocentrismo, talento, e sensualidade que atriz abusava quando era mais nova (algo como Marlyin Monroe), que não foram apagados com o tempo. Agora anos depois, em sua idade avançada, ela se envolve em um romance junto com o jovem ator em ascensão, Peter Turner (Jamie Bell).


Os anos podem ter passado, mas Gloria Grahame (Annette Bening), ainda continua agindo com sua infantilidade, abusando de sua sensualidade e de seus modos antigos pela arte do amor, a atriz que não nega a paixão pelo carnal, fala de simplicidade mas veste Prada, fala de compreensão mas sempre arruma uma briga, age como uma garotinha o tempo todo, e adora o desejo sexual que as pessoas tem por ela. Enquanto Peter Turner (Jamie Bell), vive um homem de 28 anos, com a mente de um menino de 12 anos, apaixonado por uma mulher mais velha, ingenuidade é seu grande caráter no filme e ainda assim o trazendo grandes brigas com sua família e fugindo de algumas responsabilidades, deixando tudo por seu amor à Gloria. O roteiro é simples, não grandes reviravoltas e é cheio de clichês já vistos antes na TV ou cinema, não há uma evolução considerável do casal, nem um linda lição de aprendizado para se levar nessa trama, nem o desfecho com uma narração apaixonante.


Apesar do romance se remeter ao um final óbvio e sem muito suspense, seguindo com alguns efeitos práticos ruins. Mas quando a trama falha em entregar um romance, a palheta de cores e fotografia de Estrelas de Cinema Nunca Morrem captam muito bem a ideia antiga com as cores, preenchimento de plano, até mesmo a forma como filme é filme remeta à algo dos anos 1970 – 1980, assim dando um quebra nos efeitos gráficos ruins. O drama enfim se submete ao um romance sensual dos anos 1980, um pouco fora da curva, de roteiro fraco com um final clichê e sem muitas novidades, apesar de trazer um casal não tão abordado em romances, mas tão infantil quanto qualquer novela/filme/série de adolescente.

Nota: 2/5

Marta Fresneda
Líder do site de entretenimento O Quarto Nerd. Apaixonada por cultura pop, com objetivo de influenciar e incentivar mulheres na área de comunicação voltado ao mundo nerd.