A verdade é que os live-actions jamais irão substituir os filmes originais,talvez nem seja essa a intenção embora alguns indícios pareçam querer nos fazer acreditar disso. É sempre possível apreciar as duas obras, mas sempre existirá alguém que acaba preferindo alguma das duas (é normal conhecer pessoas que não conseguem aproveitar um longa-metragem animado). Para quem aprecia ambas, é sempre bom ficar na mente “Como seria esse filme com pessoas?“, e tratar apenas como uma divertida curiosidade e que algumas vezes podem nos surpreender. Tratá-la como uma extensão da sua fonte original também é algo que funciona. Nessa primeira parte, iremos falar sobre o live-action/remake de Alice no País das Maravilhas.
Alice no País das Maravilhas estreou em 2010 e foi dirigida pelo famoso e caricato Tim Burton. A animação estreou em 1951, baseado na obra homônima escrita por Lewis Carroll. O elenco do filme contava com Mia Wasikowska como Alice, Johnny Depp como o Chapeleiro Maluco, Helena Bonham Carter como a Rainha Vermelha, Anne Hathaway como a Rainha Branca, Crispin Glover como o Valete de Copas, Michael Sheen como Coelho Branco, Stephen Fry como o Gato de Cheshire, Alan Rickman como Absolem, e Christopher Lee como o Jaguardate.
Burton já havia feito duas animações para a Disney anteriormente, entre elas, a mais famosa O Estranho Mundo de Jack que acentuou seu estilo próprio já exibido em seus diversos filmes. Ele já passou por vários gêneros e que na maioria das vezes, sempre se misturavam com um toque de terror (visualmente falando). Grande parte de sua fama vem principalmente, pela direção de arte. Tudo o que vemos desde cenários, roupas, maquiagens e até mesmo os efeitos, e tudo isso vem de suas ideias, de seus famosos esboços. Em Alice no País das Maravilhas, esse estilo casou com o que vimos trazendo uma profundidade maior para aquele universo que até então, não conhecíamos bem.
Exemplos que definem bem o visual fantástico do filme: o Castelo da Rainha Vermelha e o Castelo da Rainha Branca. |
Talvez a oportunidade de fazer essas versões tenha sido justamente para corrigir os “defeitos” das animações. Ainda que maioria delas tenha o status de “obra-prima”, existe sempre algo que tenha ficado de fora ou algo que merecia a oportunidade de ser consertado que vão desde detalhes técnicos (que na época não importavam), a até mesmo conteúdo que hoje são ultrapassados (como a velha história da donzela em perigo), ou que moldam o mundo de hoje (preconceitos, representatividade, entre muitos outros assuntos). E podemos ver isso no filme, vimos uma Alice mais aventureira, mais ousada e até mesmo guerreira.
Alice (Mia Wasikowska) preparada para batalha. |
No fim o filme passa uma mensagem que funciona muito bem, ainda mias atualmente. Sobre ser diferente. Afinal, nossas diferenças é algo a ser celebrado e não uma vergonha ainda mais em um mundo cheio de diversidades e “imperfeições”.