Os fãs da Marvel estão cada vez mais ansiosos com o final de ano chegando e várias produções a serem lançadas. Uma delas é Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis, que chegará nos cinemas no dia 2 de setembro, nesta sexta-feira.
O filme, que gira em torno da misteriosa organização dos Dez Anéis, apresenta Shang-Chi, o novo super-herói dentro do Universo Cinematográfico Marvel. No longa, Shang-Chi embarca em uma viagem de autodescoberta, confrontando o passado que ele acreditava ter deixado para trás quando ficou preso na teia dos Dez Anéis, organização ligada à sua infância e família.
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Se você assistir ao filme vai notar que há cenas incríveis de ação com artes maciais, algo que já vem sendo mostrado nos trailers lançados. Além disso, seu grande impacto visual e os elementos de humor e emoção que caracterizam os filmes da Marvel, também estão presentes. Mas, Shang-Chi deixa sua marca no UCM por ser a primeira história ligada à cultura asiático-americana, com uma coleção de personagens interpretados por talentosos atores e atrizes de origem asiática.
Ademais, o projeto também conta com uma equipe criativa asiático-americana por trás das câmeras, alinhada ao forte compromisso do estúdio de contar histórias representativas, com um olhar autêntico e respeitoso tanto na frente quanto atrás da tela. Isso, com certeza, é algo que a Marvel já vem propondo, como fez com Pantera Negra (Black Panther, 2018).
Autenticidade
Para encontrar o ponto de partida da história do herói, a equipe criativa da Marvel – liderada por Kevin Feige e Jonathan Schwartz – traçou sua origem mergulhando nos quadrinhos da companhia dos anos 1970, os quais eram fortemente influenciados pelo cinema de kung-fu da época. Schwartz explica que:
“Embora a arte e a ação desses quadrinhos sejam incríveis, Shang-Chi precisava de uma importante atualização. Vendo-a hoje, quarenta anos depois, e vendo como as histórias são contadas, Shang-Chi não parecia adequado para o público moderno. Tivemos que pensar em como queríamos que essa voz fosse ouvida em um filme da MCU.”
Para contar a sua história de origem, no filme, o reimaginado Shang-Chi vive em São Francisco, onde trabalha como manobrista no estacionamento de um hotel. Após um grupo de assassinos roubar um pingente que sua mãe lhe deu quando era jovem, Shang-Chi e sua melhor amiga Katy abandonam suas vidas seguras e decidem viajar para Macau, a fim de alertar a irmã do protagonista, Xialing, que o perigo também se aproxima dela.
Conforme o longa avança, o herói enfrenta o seu passado e se vê atraído pela rede da misteriosa organização dos Dez Anéis liderada por seu pai. Por isso, Shang-Chi percebe que deve impedi-lo e aos membros da organização. Destin Daniel Cretton, diretor do filme, conta que:
“O problema central de Shang-Chi reside em não saber quem ele realmente é. Ao longo do filme, ele deve aprender a ser o dono de cada parte de si mesmo. Em seu interior ficam os resquícios com os quais ele não lidou, as coisas traumáticas que aconteceram com ela quando criança. Esta história é, em essência, ver um jovem lidar com seus problemas pela primeira vez. Ele deve olhar para dentro e entender que há coisas negativas em sua história, mas também há muitos aspectos positivos nela. Se ele não se permitir ver tudo, o bom e o mal, a luz e a sombra, não alcançará todo o seu potencial. Queríamos contar essa história da maneira correta e ver cada personagem como um ser humano multidimensional para tentar evitar todos os estereótipos que, há muito tempo, existem em torno de personagens asiáticos e asiático-americanos.”
Elenco
Antes mesmo de produzir o filme, a equipe criativa de Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis soube que a história deveria ser contada por talentos que refletissem fielmente o espírito dos personagens e suas circunstâncias. A partir daí, os cineastas reuniram o primeiro elenco de origem basicamente asiática em um único filme da Marvel, com a grande maioria dos atores e atrizes de ascendência ou origem asiática. Cretton conta que:
“Ter um elenco de rostos asiáticos representando tanto a cultura dos Estados Unidos como a chinesa foi incrível. Ver como esses jovens personagens asiáticos vivem suas vidas é algo que nunca me aconteceu antes.”
Liderado pelo ator sino-canadense Simu Liu, o qual interpreta Shang-Chi, o elenco ainda inclui a renomada atriz e comediante Awkwafina (Katy), o lendário ator de Hong Kong, Tony Leung (Xu Wenwu), a atriz sino-americana, Fala Chen (Li) e a icônica atriz malaia de origem chinesa, Michelle Yeoh (Ying Nan). Liu afirma que a representação asiática no filme é o ponto-chave que o deixa extremamente orgulhoso.
“Este é o primeiro super-heróis asiático-americano do MCU. Este é um marco importante para nós. Esperamos muito tempo por um momento como este, vendo-nos retratados desta forma na tela. Muitos de nós, filhos de imigrantes, nunca pudemos nos ver autenticamente nas telas. Vimos caricaturas e estereótipos. Estou animado para ver o que tem acontecido nos últimos dois anos e acredito que esse filme vai ser uma parte importante dessa conversa.”
Seguindo a mesma ideia, Awkwafina acrescenta:
“Será muito importante para aquele menino e aquela menina que não veem muitas pessoas de origem asiática, ou outras minorias, na tela. Quando você vê um super-herói, você vê a si mesmo. Acho que esta é a grande importância de filmes como este. Eles permitem que meninos e meninas sintam essa possibilidade. Seguindo essa ideia, tomara que abra as portas para mais filmes como este.”
Equipe e origem
Desde o início, a representação asiática do filme também esteve presente por trás das câmeras. A equipe criativa da Marvel saiu em busca de um diretor de origem asiática para contar a história, chegando em Cretton, o qual nasceu no Havaí e demonstrou interesse em dirigir o projeto. Mas, o diretor só assumiu a cadeira após compartilhar suas experiências com os cineastas e associar à jornada de Shang-Chi no filme.
“Na minha infância, meus amigos eram filipinos, chineses e japoneses. No Havaí, se você é asiático, faz parte da maioria. Quando viajei para o território continental dos Estados Unidos, foi a primeira vez que me senti deslocado. Foi a primeira vez que alguém em um bar veio até mim e me chamou de Bruce Lee. Foi aí que percebi e pensei: ‘Ah, sim, aqui sou diferente’.”
A partir daí, o processo tornou-se colaborativo e o DNA asiático-americano foi rapidamente impresso no projeto. O estúdio contratou Dave Challaham como roteirista do filme e, também, a designer de produção Sue Chan, nascida em Nova York e com ascendência chinesa. A equipe de direção conta com Harry Yoon de origem coreana-americana.
Com a representação asiática como verdadeiro protagonista, Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis está escrevendo uma importante página na história da Marvel Studiois, enquanto estabelece um precedente valioso para os projetos que estão por vir. Por sua vez, o público se prepara para desfrutar do filme com seus cinco sentidos e conectar-se mais uma vez com uma história repleta de ação, mistério e emoção, trazendo o selo indiscutível da Marvel tão amado pelos fãs.
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