Crítica | Harley Quinn é a definição perfeita do termo agridoce

Harley Quinn

Sabe quando pensamos que outros tipos de caminho aquele nosso personagem favorito poderia trilhar? Quando somos fãs de algo, fazemos este tipo de pergunta sobre o conteúdo que temos em mãos. Algumas dessas indagações dão origem à outras, o que abre um multiverso de possibilidades. A série animada Harley Quinn (2019-) ilustra bem isso, oferecendo um galão bem cheio do que chamamos de humor ácido feito com qualidade.

Antes de tudo, Harley Quinn é uma série animada adulta que teve sua estreia feita em 29 de novembro de 2019 através do DC Universe. Ganhou, até então, duas temporadas e teve renovação para uma terceira, junto da notícia de transferência da exibição para o HBO Max. Atualmente, a série possui 26 episódios ao todo, com uma média de 22 minutos cada.

A série conta com capítulos sortidos. Estes ilustram a trama principal da personagem Arlequina, originalmente dublada pela atriz Kaley Cuoco, após seu termino com o Coringa. Antes de mais nada, a primeira temporada consiste na personagem tentar provar para si mesma sua capacidade como vilã. Assim, seus objetivos principais são fazer parte da Liga Da Injustiça e dar fim no maluco do seu ex. No meio de tentativas (que vagam entre frustradas e não), a anti-heroína participa de confrontos explícitos, paralelamente desenvolvendo laços de amizade que perduram pela temporada seguinte.

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Primeiramente, a trama da personagem central é semelhante ao que conhecemos em 2020 com Aves de Rapina, onde Arlequina procura emancipação pós termino. Quinn aqui é forte, desbocada e determinada. É ótimo enxergar mais uma vez essa parte empoderada da personagem, que é constantemente reforçada por Hera Venenosa (Lake Bell), sua melhor amiga, na qual também divide um apartamento, e coadjuvante principal.

Contudo, a animação traz diferentes versões de personagens da DC, como Nanaue sendo um fofo (mais uma vez, obrigada James Gunn) especialista em TI, Cara de Barro como um aspirante a ator e até o vilão Bane como o mais tranquilo dos vilões (ele até tricota). O personagem carro chefe, Batman, também aparece e tem seus defeitos ressaltados. Bruce aqui não liga para absolutamente nada, e age como uma criança que não cresce, permanecendo sob a sombra de Alfred. No entanto, aqui ele também é retratado como só um detalhe, não levando holofote algum.

Essa mudança na personalidade dos personagens soam como sátiras dos pontos fracos, ou das lacunas, que existem nas histórias dos personagens mais marcantes do DCU. O melhor é que essa construção faz sentido, e funciona com a atmosfera colorida e descontraída desenvolvida na série, mesmo com a violência gráfica. Por mais que alguns episódios possam soar como um grande pastel de feira, o óleo compensa. Ou seja, o ritmo do roteiro e toda a amarração dos episódios faz sentido quando olhamos para a história principal. Ainda assim existem pontos que você pergunta se precisava mesmo daquela cena, ou se aquela morte (e coloca morte nisso) foi realmente necessária. No final, você só aceita porque foi muito, muito divertido e cheio de referências aos quadrinhos.

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O ponto forte da série é colocar vilões como vilões tortos. Se muitas vezes você se perguntou o que eles fazem em uma tarde, aqui a resposta é sentar e tomar chá com bolo enquanto criam planos para levar Gotham a ruínas. E claro, recusar abertamente todos os pedidos de Harley para participar do grupinho.

Harley Quinn é a explosão irada de uma sátira que a DC acertou em fazer sobre si mesma. A produção não cansa, desenvolve a boa quantidade de personagens que tem, e você facilmente termina se decide maratonar em uma tarde livre. Mas, por favor, não deixe crianças por perto.

Crítica | Harley Quinn

Título: Harley Quinn

Baseado em: Arlequina de Paul Dini e Bruce Timm
Elenco: Kaley Cuoco, Lake Bell, Ron Funches, Tony Hale, Jason Alexander, J. B. Smoove e Alan Tudyk.


Nota: 5/5

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Milena Miranda
Apaixonada por Marvel e DC, finjo que sou a Gert Yorkes no tempo livre que sempre acho que tenho (spoiler: não tenho rs). Amo escrita criativa, a bat família, bubble tea de morango, R&B e minha gata Granola.