A série britânica de TV de ficção científica Doctor Who completa 59 anos em novembro, mais especificamente no dia 23. Aliás, a série da emissora BBC é o programa do gênero transmitido há mais tempo e para mais países no mundo.
Em Doctor Who, o protagonista da série é o Doutor/Doutora, um alienígena viajante no tempo e no espaço que pode se regenerar antes de morrer e mudar sua aparência física e sua personalidade enquanto mantém sua história e suas lembranças. Esse truque permitiu que desde 1963, 15 doutores diferentes interpretados por 15 atores diferentes existissem.
Com tanta bagagem e história, a série virou um fenômeno global com ramificações quase que incontáveis. São audio dramas, livros, quadrinhos, séries derivadas, revistas, programas na internet, eventos e mais. Assim, Doctor Who criou uma rede de conteúdo para todos os tipos de gostos, o que trouxe os fãs mais diversos possíveis.
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Mas para reter tais fãs, a série também precisou se manter atual. Ao longo de seus 59 anos de história, Doctor Who não só buscou conversar com sua audiência na medida que o mundo estava se tornando um lugar mais inclusivo como também foi pioneiro em muitos destes assuntos na TV britânica.
No entanto, Doctor Who pode assustar quem chega agora, pela quantidade de informações e conteúdo. Com a mais recente era da Doutora — a 13ª interpretada por Jodie Whittaker — tendo acabado em outubro, esse é um dos momentos que trazem mais fãs para a série: quando há uma troca do ator principal por causa da regeneração. Por isso, reunimos as principais informações para que os novatos possam entender o fenômeno chamado Doctor Who.
Doutor Quem?
Sim, o nome do personagem principal é Doutor — ou Doutora, dependendo do gênero de cada regeneração. O Doutor faz parte da espécie chamada Senhores do Tempo, que vivem no planeta Gallifrey.
Mas ‘Doutor’ não é o seu nome verdadeiro, esse jamais foi revelado. Ele se chama Doutor porque, em suas próprias palavras, para os Senhores do Tempo “o nome que você escolhe é como uma promessa que você faz”. O Doutor é um personagem que busca “curar” o universo de seus males. Como ninguém sabe seu nome, a pergunta constante é “Doutor quem?” (em inglês, “Doctor Who?”).
A T.A.R.D.I.S.
Todo viajante no tempo possui uma máquina do tempo. A do Doutor — que funciona também como uma nave espacial — se chama TARDIS, que é o acrônimo em inglês de Tempo e Dimensão Relativa no Espaço. Por fora, ela é uma cabine azul de polícia, semelhante às que existiam nas ruas da Grã-Bretanha nos anos 1960, mas por dentro ela é muito mais do que isso.
Uma frase recorrente na série quando alguém entra na TARDIS é “É maior por dentro”, porque a nave possui uma tecnologia que permite que ela tenha um tamanho muito maior do que sua aparência por fora. A série diz que as naves dos viajantes no tempo assumiam a forma de um objeto do lugar ao qual chegavam para não chamar a atenção. Porém, a TARDIS do Doutor é defeituosa e ficou com a mesma forma ao aterrissar na Grã-Bretanha, tornando-se um ícone da série.
Regeneração
William Hartnell foi o primeiro Doutor, mas quando o ator começou a ter problemas de saúde, em
1966, os produtores da série pensaram em uma forma de continuar o programa: o Doutor poderia se regenerar e mudar de rosto. Uma resolução simples fez com que, 59 anos depois, mais de 15 atores assumissem o papel do personagem principal e garantissem a longevidade de Doctor Who.
Os inimigos
Como toda boa ficção científica, Doctor Who tem seus vilões clássicos. “Exterminar!”, é o grito de guerra dos mais poderosos inimigos do Doutor: os Dalek, seres mutantes que vivem em uma couraça de metal e tem como inimigo mortal o Doutor. Aliás, os Dalek são considerados uma das chaves do sucesso da série por serem muito icônicos e um dos símbolos de primeira identificação de Doctor Who.
Aos Daleks se somam os Cybermen, que são humanos dos quais foram retiradas as emoções para transformá-los em seres cibernéticos. Somando-se a esses dois inimigos icônicos, a série já teve vilões pontuais, com menção honrosa aos Weeping Angels, que foram uma criação da nova era da série.
Clássica x Nova
Hoje em dia a série Doctor Who tem fãs em várias partes do mundo, mas tudo começou em 1963,
quando a série ainda era em preto e branco.
Assim, para entender a cronologia de Doctor Who, é preciso saber que a série é dividida em dois grandes blocos: a série clássica e a série nova (apelidada em ‘Classic Who’ e ‘New Who’ em inglês).
Sete Doutores formam parte da série clássica, entre 1963 e 1989, quando ela parou de ser transmitida
pela TV e continuou apenas em áudio e livros.
Das 26 temporadas, 97 episódios, dos seis primeiros anos da série, estão desaparecidos, pois a BBC
costumava destruir as fitas por não ter espaço para guardá-las. Os episódios que foram recuperados são
normalmente de TVs estrangeiras que compravam os episódios ou de fãs que por ventura tinham uma
cópia gravada em casa. A atual era, a série nova, possui cinco Doutores que tiveram aventuras contadas desde 2005, quando Doctor Who voltou a ser transmitida na TV. Com a volta da série, ela não continuou numericamente da onde havia parado em 1989. Assim, em 2005, Doctor Who foi lançada com a 1ª temporada protagonizada pelo 9º Doutor, Christopher Eccleston.
O Dia do Doutor
Aliás, falando no aniversário de 60 anos da série, é necessário lembrar a expectativa criada para a comemoração do 50º aniversário, que foi celebrado com um episódio especial exibido no dia 23 de novembro de 2023, exatamente no mesmo dia – 600 meses depois – que o programa estreou na TV.
O episódio possuiu transmissão simultânea às 17h50 de Brasília em 80 países do mundo, com uma audiência de mais de 100 milhões de fãs.
E o especial “The Day of The Doctor” foi um verdadeiro presente para os fãs. Steven Moffat, roteirista do especial e showrunner da série na época, realizou a maior reunião de Doutores até então. Tom Baker (4º Doutor), David Tennant (10º Doutor), Matt Smith (11º Doutor), Peter Capaldi (12º Doutor) e John Hurt (Doutor da Guerra) fizeram aparições no episódio.
Por onde começar?
Agora, sabendo o contexto e os principais símbolos da série, por onde começar a ver Doctor Who?
A verdade é que não existe jeito certo de começar uma série que tem meio século de existência. Porém, existe uma maneira mais interessante para começar sem precisar se comprometer com a longevidade
dela. A dica do QN é: comece pela série atual, a de 2005, sem pular nenhuma versão do Doutor, e assista
todas as 13 temporadas na ordem. Dessa forma, você saberá se gosta ou não da proposta de Doctor Who consumindo sua melhor versão visual. Depois, se você quiser conhecer mais sobre o Doutor e a história da série — além de entender eventuais referências feitas dos Doutores da série clássica — você terá 26 temporadas inteiras para embarcar nas aventuras mais malucas com mais 8 Doutores diferentes!
Portanto essa é apenas uma das infinitas possibilidades e você escolhe a que melhor funciona para você. A série é uma das mães da ficção científica e deve ganhar uma chance com todo mundo. Se você der essa chance, es pero te encontrar na sala de cinema comemorando os 60 anos da série em 2023.
Aliás, o que você acha de Doctor Who? Deixe nos comentários! No entanto, não esqueça de nos seguir nas redes sociais.