Crítica | Cowboy Bebop se saiu divertida e caricata na tentativa de ser fiel ao anime

Protagonistas de Cowboy Bebop

Nessa sexta-feira (19), a Netflix disponibilizou Cowboy Bebop (2021-) o esperado live action do anime homônimo de 1998. Dessa forma, muita expectativa e temor rondavam o fandom da obra original, pois a plataforma de streaming já errou muito com suas adaptações. Porém, no caso de Cowboy Bebop (2021-), a tentativa de permanecer fiel, tornou-se o elemento mais traiçoeiro da produção. Pois, embora a série seja sim muito divertida e boa de se assistir, ela também é cafona e caricata. Pendendo muito mais para o lado da comédia, do que o drama cheio de conflitos existenciais que já conhecemos.

A série nos apresenta caracterizações semelhantes ao anime, acompanhada de cenários exageradamente saturados, lutas coreografadas, músicas de ambientação marcantes e atuações excessivamente expressivas. Todos estes elementos, funcionam muito bem no universo da animação. Entretanto, quando partimos para o live action, tudo parece artificial e brega, deixando um tom praticamente humorístico a trama.

Como por exemplo, o protagonista Spike Spiegel (John Cho), que era muito mais fechado e sério no anime, aqui surge como um jovem descolado e mais extrovertido, que sempre possui uma resposta ácida na ponta da língua. Já Jet Black (Mustafa Shakir) e Faye Valentine (Daniella Pineda), parecem menos “durões” em relação as suas versões originais. Um exemplo disso, é que enquanto a Faye animada tentava enganar a tripulação da Bebop durante a maior parte do tempo, a personagem de Pineda salva a pele dos colegas de nave logo no terceiro episódio. Além disso, ela é muito mais uma vítima na vida, do que uma ameaça.

No entanto, uma das atuações mais difíceis de se digerir, é a do ator Alex Hassel, que vive vilão Vicious. Na tentativa de se parecer com o personagem animado, a entrega ficou forçada e tosca.

Drama virou comédia

Além disso, quem assistiu o clássico Cowboy Bebop (1998), sabe que a série é muito mais sobre conflitos emocionais, demônios do passado e ação, do que sobre comédia. Entretanto, na versão da Netflix, o humor é muito presente e marcante, dando um gênero totalmente novo a história.

Claro que a série tem acertos. Para aqueles que não conhecem o anime, ou não são muito apegados a ele, Cowboy Bebop (2021-) é muito divertida! O estilo de um tema central diferente a cada episódio, é excelente para se acompanhar aos poucos e aproveitar cada momento da obra. Ao longo da série é possível sentir uma ótima vibe, estilo James Gunn. Você realmente vai se sentir apegado aos personagens e a história… Desde que saiba deixar o anime de lado.

Em conclusão, Cowboy Bebop (2021-) entrega boas risadas e vale a pena para aqueles que buscam produções sem muita complexidade. Porém, ela falha com o anime em muitos pontos, e acaba parecendo uma paródia caricata em muitos momentos. Se a produção é boa ou ruim, vai depender de quem assiste e sua relação com a série original.

Título: Cowboy Bebop

Direção: Alex García Lopez e Michael Katleman

Gênero: Ficção Científica, Ação, Aventura

Elenco: John Cho, Mustafa Shakir, Daniella Pineda, Elena Satine, Alex Hassell, Tamara Tunie, Mason Alexander Park

Nota: 3,5/5

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Fernanda Silva
Profissional de marketing, estudante de jornalismo, apaixonada por música e e-sports, prefiro a Marvel do que a DC e gosto de assistir séries antigas.