Damien Chazelle diretor de Whiplash e La La Land com certeza apostava altas fichas em seu mais novo filme de drama, porém, Babilônia fica abaixo do esperado tanto na crítica quanto na bilheteria. Mas porquê? Babilônia é uma proposta ousada, sem dúvidas, tanto pelo seu depravado, quanto pela sua duração e múltiplos protagonistas intensos.
O começo do filme, ainda mais para os amantes do cinema que já sabem como é a experiência tensa de se estar em um set de filmagem, é um deleite. Babilonia tem suas melhores cenas nas reproduções de todo essa paixão caótica. O público no cinema não conseguia parar de rir dos exageros para se ter os takes perfeitos, as incessantes repetições, e a falta de organização.
Essas cenas são carregadas de referências, que quando analisada hoje, parece um genuíno surto coletivo que tantas pessoas doidas deram sangue e suor por takes curtos de baixa qualidade e em preto e branco para os filmes. E agradecemos por isso.
Sem mais enrolações, vamos lá contextualizar tudo!
A história nos conta sobre como era o cinema de 1920 e 1930, logo na ascensão de Hollywood inóspita, barulhenta e caótica. O longa metragem não tem uma forma delicada e sútil de passar para o público, e diversas vezes a obra é frenética e apelativa como era a arte naquela época.
Babilônia não possui apenas um protagonista e essa orgia de emoções ainda conta com um elenco principal de Diego Calva, Brady Pitt e Margot Robbie e Tobey Maguire, que rouba completamente a atenção do público interpretando um traficante extremamente louco. Aviso: que está em uma das melhores cenas do filme, que traz muito desconforto e tensão para o público nos cinemas.
Robbie vive Nellie LaRoy, que é uma mulher extrovertida que faria de tudo para ser descoberta como uma estrela do cinema. Todos os papéis tramáticos que Robbie já deu vida até hoje nunca decepcionaram em emoção, alguns não havia apenas espaço o suficiente para a atriz brilhar. Em Nellie LaRoy sentimos junto com ela diversas emoções e vibramos juntos.
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Nellie que entretanto tem sua origem no subúrbio e não possui nenhuma etiqueta, consegue o apreço do público rapidamente. No drama assistimos a sua decadência tanto pessoal quanto profissional. Seu sonho se torna distante por não conseguir se adequar aos padrões do que esperavam dela, e as diversas demandas abusivas a todo momento. Logo o público começou a mudar a sua opinião sobre ela, a julgando vulgar demais, além da descoberta do cinema falado, que virou totalmente a atenção do público. Assim, surgindo ácidas opiniões de que a sua voz não servia, além de sua personalidade descolada para o meio elegante da elite.
Dessa forma, o mesmo ocorre com o papel de Brady Pitt: Jack Conrad, um astro do cinema mudo, que possui uma clássica personalidade de mafioso italiano, e ao avançar do filme, Jack despenca do pedestal que estava, como o único galã que importava, para um homem velho demais que não se encaixaria no cinema falado.
Entre as nossas estrelas decadentes temos também Manuel ‘Manny’ Torres interpretado por Diego Calva. Manny começa sendo um ninguém no começo de Babilônia, e termina cumprindo quase todos os seus sonhos com muita dedicação porém Manny falha por seus próprios sentimentos Nellie. Que alias, é o grande amor de Manny e a história dos dois apesar de apagada e confusa durante o filme inteiro no final tem uma evolução gigantesca, montando um final triste para todos nós e com o potencial até de arrancar lágrimas dos mais emotivos.
Considerações finais
Se La La Land mostra com glamour e beleza uma produção a sétima arte, Babilônia destrói com tudo. Os sets eram insalubres, os atores mal pagos, além de serem forçados ao máximo tudo em prol da película final. E o resultado do filme para filme, foi em muitos aspectos genial.
Babilônia é um filme muito peculiar, que mistura humor, drama e cenas frenéticas. Imagina comigo, o ano é 1920, como eram feitos os efeitos de guerra? como era administrado a segurança nos sets de filmagens em lutas? os atores tinham seus direitos garantidos, os acordos eram burocráticos? Claro que não, até hoje não é correto! Babilônia nos traz a verdadeira imagem de que muitos figurantes saiam ferido, as lutas eram verdadeiras, o orçamento era baixo e tudo acabava em drogas.
Por fim, com uma trilha sonora regada por muito jazz, e com outros bons personagens que não foram citados como Sidney Palmer um trompetista negro inspirado em muitos músicos da época, interpretado por Jovan Adepo a dramédia vale a pena com toda certeza! Apenas loucos diriam que o filme por completo foi um erro. O filme comete erros desnecessários, mas assistir a essa obra é uma grande experiência. Apesar de muitas críticas negativos de alguns veículos internacionais desde a estreia.
Título: Babilônia
Direção: Damien Chazelle
Roteiro: Damien Chazelle
Elenco: Tobey Maguire, Brad Pitt, Margot Robbie e Diego Calva.
Nota: 4/5
E então, Babilônia estreia nesta quinta-feira, 19 de janeiro de 2023, você não vai perder né? Em resumo, não esqueçam de seguir O Quarto Nerd no Twitter e no Instagram para mais noticias, conteúdo exclusivo e várias interações.