Cosplay é para todos | Cosplayers contam como a arte é sinônimo de liberdade

Mais do que vestir-se de seu personagem favorito, o cosplay é auto expressão. Mais especificamente, permitiu que muitos daqueles que se sentiam deslocados da norma da sociedade pudessem se expressar de verdade. Portanto, o cosplay pode ser uma forma de ser outra pessoa, talvez uma que você se identifique mais.

“No começo eu escolhia quem eu acreditava parecer fisicamente comigo”, disse Laura, criadora de conteúdo. “Conforme o tempo foi passando, entendi que podia ir além e escolher também aqueles que sentia conexão mesmo que eu não fosse parecida”.

Aliás, a arte cosplay permite liberdade, que não se limita a gênero, sexualidade, aparência ou qualquer outro possível impedimento. Os cosplayers podem se vestir do gênero oposto, alienígena, desenho animado, animais… nem o céu é o limite.

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Juliana como Jutsu Sexy, do anime Naruto

Essa liberdade o torna muito atraente para novos olhos. Juliana Andrade, DJ, modelo e mais recentemente, cosplayer, começou suas interpretações no final de 2021. “Tem um anime que eu sou muito fã que tem uma personagem negra. E quando eu descobri o cosplay, aumentou minha vontade de me vestir dela”, comenta.

No entanto, o universo cosplay não é blindado de preconceitos, principalmente quando não se conhece a liberdade que essa arte permite.

Para Juliana, o que a impediu de entrar neste universo mais cedo foi o seu corpo, e depois, o dinheiro. “Tinha uma loucura na minha cabeça que eu precisava emagrecer para fazer a Yoruichi, do anime Bleach”, diz. “Então eu passei anos querendo emagrecer para fazer a personagem. Quando superei isso, não tinha dinheiro para fazer nada e tinha medo de fazer algo muito ruim”, explica.

Agora, com seu cosplay já pronto e os próximos a caminho, Juliana se diverte na parte que muitos julgam ser a mais legal de todas: fazer o seu próprio cosplay. “Meu cosplay de Ariel foi feito do nada. Tem uma festa que eu faço que todos me chamam de sereia porque eu tô sempre na piscina. Então o dono da festa mandou fazer para mim um vestido. A peruca eu tinha de outro personagem. No segundo dia da Anime Friends, falei ‘Pronto, vou de Ariel’. Já tinha a saia, peguei um tecido e fiz um top”, relembra.

Conheça as redes sociais de Juliana aqui.
Laura como Kurumu Kurono, do anime Rosario+Vampire.

Laura, que já está no universo do cosplay há 17 anos, vê como muito positivo a entrada de mais pessoas para a comunidade, que tendem a ser mais desconstruídas de normas da sociedade. “O que eu tenho visto é que com a chegada de uma nova geração, ofensas e ataques a qualquer um que não se encaixe no padrão de ‘igual ao personagem’ está sendo combatida cada vez com mais força”, comenta. A criadora de conteúdo, no entanto, diz que este não é só um trabalho para os mais novos, toda a comunidade deve fazer parte deste movimento. “Cabe aos mais velhos dentro desse meio somar a essa galera mais nova, ensinando suas técnicas e vivências”, alerta.

Portanto, seja você novo ou já veterano na arte de cosplay, personagens não faltam para ser interpretados. E a cada novo cosplay, quem está por trás da roupa tem a chance de vivenciar algo completamente diferente. “Cosplay te dá uma chance para se sentir mais bonito, mais livre para experimentar formas artísticas de se expressar. E pra mim isso é muito importante no crescimento de uma pessoa” diz Laura.

Conheça as redes sociais de Laura aqui.

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Gabrielle Yumi
Jornalista e sócia do Quarto Nerd, sou apaixonada por cultura pop e whovian all the way. Busco ativamente influenciar e ampliar a voz de mulheres no meio geek/nerd. Cabelo colorido e muito pop é quem eu sou dentro do meu quarto nerd.