Crítica | Avatar: O Caminho da Água é lindo e sem conteúdo

Na próxima quinta-feira, 15, estreia, depois de 13 anos, a continuação de Avatar. A segunda obra da franquia, intitulada Avatar: O Caminho da Água, faz seu único destaque na beleza visual e técnica. Embora seja lindo de assistir, deixa a desejar muito quanto a roteiro e ritmo.

Caso você seja uma das pessoas que em 2009 com o início do 3D ficou encantado com o mundo de Pandora, fique feliz pois o que te aguarda é guia turístico mais bonito, bem feito e caro que o cinema já viu. Os efeitos visuais e detalhes estéticos estão impecáveis. A história dessa vez explora outra parte daquele mundo, que inclui o oceano, o que permite uma beleza única e capaz de se ver apenas na franquia de Avatar. Cameron explorou também cada detalhe dos corpos, lutas e até mesmo da destruição para apresentar um conceito artístico nas imagens. Isso permite um certo prazer, porém um prazer atrapalhado pela falta de roteiro.

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É evidente a vontade de Cameron em transformar um de seus filmes de maior sucesso em uma clássica franquia blockbuster. A fórmula Disney, de quanto mais melhor, já inserida na Marvel e Star Wars, agora caminha para Avatar. Para fazer isso ser possível, o diretor usa de artifícios que prejudicam uma história que antes já havia sido bem construída.

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O principal desses artifícios é um total recomeço da narrativa já fechada no primeiro, porém desta vez deixando muitas pontas abertas para os próximos filmes. A herança do primeiro longa no segundo, está apenas em grandes detalhes, pois quanto ao roteiro central, é literalmente reiniciado. Porém, com essa preocupação com a estética e futuros filmes, esse reinício peca em ritmo e história fraca, o que torna as 3h15 de filme, apesar de lindas, extremamente cansativas.

Novos personagens

Outra estratégia, aliás muito usada no cinema atual, é a inserção de personagens mais novos, que assumem aos poucos o protagonismo. Grandes batalhas e dramas de Avatar: O caminho da água estão nas mãos dos filhos de Jake Sully (Sam Worthington) e Neyriti (Zoë Saldaña) e no filho do Coronel Miles (Stephen Lang). Aliás, os únicos dois motivos para mais de 3h de filme é apresentar novos lugares de Pandora e apresentar, a personalidade das 5 crianças.

Contudo, apesar de tantas estratégias usadas pelo diretor, com este filme é difícil ver um futuro para Avatar que faça tanto sucesso quanto fez em sua estreia, em 2009. Mas se permite receber uma dica do QN, escolha a melhor sala de cinema, a maior e mais tecnológica tela, para, apesar de todo o resto, aproveitar a beleza do longa.

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Nome: Avatar: O Caminho da Água

Direção: James Cameron

Elenco: Sam Worthington, Zoë Saldaña, Jack Champion, Stephen Lang, Britain Dalton e Jamie Flaters

Nota: 3/5

Bruna Rocha