Crítica | “Elvis” perde o ritmo para oferecer grande show

Na próxima quinta-feira, 14, estreia Elvis, o longa de Bazz Luhrmann esbanja originalidade, espetáculo e estética, mas ao contrário de sua inspiração, perde a mão no ritmo com narrativa cansativa. O foco da história não é a biografia em si do artista, mas sim uma ótima explicação para sua grandeza (não que precise, mas ainda é bom ter).

Nos último tempos é possível ver com frequência os filmes sobre biografias de artistas entre os sucessos do ano. Talvez por medo de cair na graça do comum, Luhrmann fez seu grande acerto na obra, mas pelo mesmo motivo fez também um grande erro. Elvis do início para o meio esbanja criatividade para tentar provar de todas as formas, que não é mais do mesmo.

Um grande show de distração

Com referências de histórias em quadrinhos, circo, grandes musicais, e até mesmo exaltação da grandiosa Las Vegas, tudo não passa de uma distração. Uma linda distração de fato, mas cujo o único objetivo, é distrair o expectador de um roteiro mal construído. A prova disso é um climax inexistente, que deixa história parada e até mesmo entediante sem seus efeitos de espetáculo como muleta.

Luhrmann acerta no criativo que faz os olhos brilharem, mas impede a trama de fluir, mostrou que não sabe usar o principal fator de um show, as emoções. Essa coisa mais simples que o enredo de Elvis poderia ter aproveitado mais e salvado sua metade monótona e perdida. Afinal a trama em si tem muito o que oferecer com cada personagem, mas infelizmente serviu apenas migalhas de sentimento.

O grande ato de Tom Hanks

Tom Hanks como coronel Tom Parker em “Elvis”

Como todo grande espetáculo tem sua estrela, senhoras e senhores aqui está Tom Hanks para vocês. Embora o roteiro não saiba aproveitar a magnitude da história, os atores fazem isso muito bem. Entretanto o grande destaque merece ser citado, Hanks vem para mostrar o que já mostrou diversas vezes, talento e comprometimento. O ator está irreconhecível e sustenta maravilhosamente bem o difícil personagem. A história não é apenas narrada pelo mesmo, como também moldada, mostrando que o filme na realidade é sobre o antagonista e não sobre o herói.

Austin Bulter e Olivia DeJonge que carregam o grande casal Elvis e Priscilla são uma grande surpresa também. Butler souber ser sedutor, cativante e inocente ao mesmo tempo, o que cria essa nova visão de Elvis que justifica seu enorme sucesso. Já Olivia chega um pouco acanhada, tentando apresentar uma Priscilla que é além do ícone de beleza e esposa do rei do rock, mas sim apenas uma adolescente decida e apaixonada, que depois explode em uma mulher com muita personalidade.

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Elvis não é um filme ruim, mas talvez você durma do meio para o fim. Aliás caso isso aconteça, fique tranquilo, não estará perdendo muito, todos os grandes truques da obra são mostrados no início. Aproveite a boa atuação e boa música, que ambos são incapazes de gerar arrependimento. Mas afinal, conta aqui para gente se você gosta do gênero e se vai dar uma chance.

Crítica

Nome: Elvis

Direção: Bazz Luhrmann

Elenco: Tom Hanks, Austin Butler, Olivia DeJonge, Kevin Harrison, Yola, Alton Mason, Hellen Thomson e Richard Roxburgh

Nota: 3,5 / 5

Bruna Rocha